• 9 de novembro de 2024

Polícia Civil realiza operação para prender grileiros de terras no Sol Nascente ligados a quadrilha do tio de Michelle Bolsonaro

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagraram, nas primeiras horas desta terça-feira (03/09/2019), a segunda fase da Operação Hórus, para desarticular o núcleo de uma organização criminosa acusada de invadir terras públicas, lotear e comercializar os parcelamentos no  Sol Nascente. Na primeira fase da operação o tio da primeira-dama Michelle Bolsonaro, o primeiro-sargento João Batista Firmo Ferreira foi preso por suposta participação no esquema.

Policiais militares são suspeitos de integrar o grupo. O bando atuava há mais de 10 anos e grilava centenas de lotes na região. Policiais da Coordenação Especial de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Cecor) cumprem 11 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão nas cidades de Ceilândia, Samambaia, Taguatinga, Vicente Pires e Santo Antônio do Descoberto (GO), no Entorno do DF.

A segunda fase da Operação Hórus é desdobramento da investigação iniciada na 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) há oito anos. Ao longo da apuração, foi identificada, dentro da organização criminosa, um núcleo que atuava como braço armado para cometer crimes relacionados às invasões de terras. Entre os quais, ameaças e homicídios. Na primeira fase, deflagrada em 29 de maio deste ano, sete policiais militares foram presos preventivamente acusados de envolvimento com o esquema criminoso.

A operação é fruto de parceria entre a Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Além do núcleo que agia como braço armado da quadrilha, desarticulado na primeira fase, foi identificado um segundo grupo, formado apenas por grileiros.

Os criminosos eram responsáveis por ocupar as terras depois que PMs expulsavam posseiros. Em seguida, por meio de um esquema supostamente mantido com servidores da Administração Regional de Ceilândia, conseguiam levar água, luz e abrir estradas favorecendo quem comprava os lotes.

“Os grileiros vendiam as propriedade por cerca de R$ 3 mil, mas depois que conseguiam as benfeitorias, passavam a cobrar mais R$ 30 mil dos moradores. Quem não pagava era expulso do lote”, explicou o delegado da Draco, Adriano Valente.

Tio da primeira-dama

Acusado de participar de uma milícia responsável pelo esquema, o primeiro-sargento João Batista Firmo Ferreira é irmão de Maria Aparecida Firmo Ferreira, mãe de Michelle Bolsonaro.

A denúncia do MPDFT descreve que Firmo, assim como outros investigados, “negocia lotes de ‘beco’ [áreas destinadas originalmente para passagens de pedestres] e outros terrenos de áreas públicas ‘griladas’”. Um dos diálogos, conforme a denúncia, confirma o modo de agir da organização criminosa, que se valia de violência para expulsar pessoas dos lotes de interesse.

Em uma das conversas grampeadas, de 31 de julho de 2015, o primeiro-sargento comenta “que tem um vagabundo querendo invadir a chácara de novo”. “João narra que falou para o cara ligar para ele cedo, porque ele vai ‘arruma’ (sic) uns pistoleiros. João diz que já mobilizou ‘uns polícias’ (sic) lá para ajudá-lo”, transcreve um trecho da denúncia.

Com informações adaptadas do Portal Metrópoles

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