População de refugiados vivem situação de vulnerabilidade, exploração, tráfico de pessoas e abusos sexuais
Já faz mais de cinco anos que Hugo Chávez morreu e a sua Venezuela não é mais a mesma de sua época. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) divulgou, nesta terça-feira (13), um levantamento dos venezuelanos que deram entrada com pedidos de refúgio nos mais diversos países.
Segundo a agência da ONU, desde 2014 foram registradas 145 mil solicitações de asilo de venezuelanos, um terço até 2016 e os outros dois terços no ano passado — deste total, 40 mil vivem em Boa Vista, no estado de Roraima. A população busca melhores condições de vida no exterior, fugindo da crise econômica que produz uma enorme inflação e a escassez de alimentos e remédios.
O Acnur também divulgou, nesta terça-feira, uma série de recomendações para ajudar os países da região a lidarem com a situação. Trata-se de um plano de resposta regional que inclui oito países, explicou a porta-voz da agência Aikatarina Kitidi em entrevista coletiva. O órgão pede que as nações vizinhas se mostrem solidárias com os venezuelanos.
Cada vez mais venezuelanos, particularmente aqueles que vivem no exterior sem proteção jurídica, são vulneráveis a violações de direitos, como a exploração, o tráfico de pessoas, a violência, os abusos sexuais, a discriminação e a xenofobia.
Segundo o serviço de migrações da Colômbia, cerca de 550 mil venezuelanos vivem em território colombiano legal ou ilegalmente. O número deverá chegar a um milhão no final deste semestre. Em fevereiro, o país anunciou novos controles migratórios e de segurança em sua fronteira com a Venezuela, com 2.120 agentes suplementares atuando na região.
O Brasil também reforçou sua presença militar na fronteira com a Venezuela e declarou estado de urgência social em Roraima para lidar com os 40 mil venezuelanos que chegaram à cidade de Boa Vista. Os imigrantes do país sul-americano já representam mais de 10% da população da cidade, que hoje é de 330 mil pessoas.
As autoridades brasileiras anunciaram, ainda, medidas de urgência para melhorar a proteção social, a saúde e a segurança nas localidades aonde chegaram os migrantes venezuelanos. A Polícia Federal calcula que cerca de 800 imigrantes cruzam diariamente a fronteira, entre o Brasil e a Venezuela, em busca de melhores condições de vida.
Da Redação com informações do site O Globo
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