Semana decisiva para PO
Os próximos dias serão decisivos para a campanha do empresário e ex-vice-governador do DF, Paulo Octávio. O candidato do PSD ao Buriti tem que encaminhar nesta semana a sua defesa aos dois pedidos de impugnação de sua candidatura junto ao Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF). PO terá que apresentar provas de que se desincompatibilizou de suas empresas que têm negócios com o setor público, em especial o GDF, dentro do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral.
Apesar do empresário se defender alegando que os dois pedidos não prosperam, pelas provas apresentadas pelos advogados de seus adversários, PO respondia legalmente por algumas de suas inúmeras empresas em pleno período de pré-campanha.
Burlar a lei
Em um dos pedidos consta uma alteração contratual registrada na Junta Comercial do DF em que PO deixa de ser sócio de uma empresa que aluga imóveis para o próprio GDF para entrar um de seus filhos no seu lugar. De acordo com o documento, ele figurou como sócio até 15 de agosto, data-limite para registro de candidatura, o que não é permitido pela legislação vigente, pois teria que estar desligado da empresa seis meses antes do pleito eleitoral.
Os advogados do candidato devem apresentar defesa nesta semana já que o desembargador que analisa os pedidos de impugnação deu prazo de sete dias para que ele se manifeste. A partir da decisão da Corte é que vamos saber se PO vai ou não até o fim.
Divulgando fake news
No decorrer da semana, Paulo Octávio andou espalhando algumas fake news por aí. PO soltou a pérola de que suas empresas tinham 25 anos que não faziam obras para o GDF. O empresário está tentando tapar o sol com a peneira, pois a obra do Viaduto da EPIG está sendo executada por um consórcio em que uma de suas empresas faz parte do negócio.
Outra fake propagada por PO foi sobre o desemprego no DF. Paulo Octávio disse que a taxa está em 16%, sendo que no último levantamento divulgado pelo IBGE, no dia 12 de agosto, o DF registrou índice de desemprego de 11,5% no segundo trimestre deste ano.
Se a intenção de PO e sua assessoria foi atingir o atual comando do GDF, se deram mal. A campanha de Ibaneis Rocha divulgou na sequência que quando o emedebista assumiu o GDF em 2019, a taxa de desemprego encontrava-se em 19,4%.
Rafael Parente joga a toalha
Quem já jogou a toalha na corrida ao Buriti foi o pupilo do ex-governador Rollemberg, Rafael Parente, do PSB. Sem conseguir agradar até mesmo seus correligionários socialistas, Parente não viu outra alternativa a não ser pedir para sair. O candidato pessebista não convenceu e ainda demonstrou que não tem preparo para um pleito eleitoral. Suas participações em debates e entrevistas sempre foram insossas e sem conteúdo, mesmo com todo o currículo acadêmico que Parente possui. A arte da política não é para qualquer PhD.
Horário eleitoral será dividido entre todos
De acordo com o TRE-DF, Rafael Parente ainda não registrou oficialmente a sua desistência. No entanto, apesar dele declarar apoio ao candidato da Federação Brasil da Esperança ao GDF, seu horário fica com o partido. Caso a legenda não apresente a substituição do candidato, o tempo de rádio e TV do PSB será distribuído entre os candidatos que estão no pleito. Portanto, o tempo de Parente não vai só para quem ele declarar apoio.
Presidente do TRE-DF cobra partidos
As primeiras veiculações do horário eleitoral no rádio e na TV não saíram como o Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) esperava. Diante da falta de envio do material por parte de alguns partidos, o presidente do TRE-DF, desembargador Roberval Belinati, cobrou das agremiações o envio da publicidade eleitoral.
“É preciso que os partidos aproveitem os espaços disponíveis para apresentar as propostas de seus candidatos. É lamentável que os espaços sejam preenchidos somente pela vinheta no horário reservado para propaganda eleitoral gratuita. Os eleitores, mais de 2 milhões e 203 mil no Distrito Federal, precisam conhecer os candidatos e suas propostas. Os partidos não podem falhar”, disse Belinati em matéria divulgada no site da Corte Eleitoral do DF.
Izalci sem senador na chapa
Depois de ter tido a sorte grande de se eleger senador em 2018, nas eleições deste ano, o tucano não anda tendo êxito em suas articulações. Izalci montou uma chapa tendo como vice uma desconhecida do meio político e teria como candidato ao Senado, Alexandre Bispo, do PSDB, que era seu assessor no gabinete. Alexandre renunciou para que o ex-senador Hélio José, que voltou a ser presidente do Solidariedade no DF, pudesse concorrer. Eis que eles não esperavam que o TRE-DF determinasse que o Solidariedade permanecesse na chapa de Ibaneis. O prazo para substituir candidatos nas chapas majoritárias vai até 12 de setembro.
Distrital oferecida
A deputada distrital Júlia Lucy, do União Brasil, está concorrendo a uma das oito vagas da Câmara dos Deputados. A parlamentar que não anda aparecendo nas sondagens junto ao eleitor resolveu apelar para seus atributos físicos. Ela divulgou uma sequência de fotos no perfil do Instagram, o famoso carrossel, onde a candidata aparece num píer trajando biquíni com a seguinte pergunta: seu amigo já tem federal?. Na foto a seguir, a deputada postou: vamos juntos para a Câmara!. A candidata já excluiu o material do seu perfil. Mas veja abaixo as imagens:
Essa não é a primeira vez que Júlia Lucy se vale das redes sociais para querer causar na política. Durante o período de filiação e troca de partidos, a distrital postou foto perguntando com quem ela deveria se casar em referência às investidas de siglas que queriam tê-la como candidata. Caso não se eleja para federal, seu mandato ficará marcado por suas gafes e presepadas. A melhor delas é o vídeo, recorde de audiência da TV Expressão no YouTube, em que manda um abraço para seus amigos Kiko, Zinho, Lindo e Branco. Reveja o vídeo abaixo:
Campanha tímida nas ruas
Um dos assuntos mais comentados nos bastidores nesses primeiros dias de campanha é que o pessoal ainda não foi para rua pedir voto do eleitor. A maioria dos candidatos que estão em campo é porque já participaram de outras eleições e sabem como funcionam os trâmites burocráticos para liberação de recursos partidários.
Essa campanha está com ares de que o contato com o eleitor será mais tecnológico do que físico, até os santinhos estão sendo elaborados com o QR-Code, para estimular a interação com o candidato.
Primeiros calotes de campanha
Já tem dono de agência de publicidade reclamando dos primeiros calotes de campanha. Tem candidato que andou encomendando serviço prometendo pagar dia tal e até agora não fez o prometido ‘pix’ para a agência. Em tempos de redes sociais, é bom o pessoal não brincar com a rapaziada que domina as ferramentas tecnológicas. O estrago promete ser grande.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É o atual presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias.
OBS: O conteúdo da coluna O Fino da Política é de uso exclusivo deste portal. É proibida a sua reprodução total ou parcial para fins jornalísticos, publicitários e quaisquer outras sem a devida autorização.