PT-DF quer militância unida para defender Lula e atacar governo Ibaneis
O diretório regional do PT da capital federal resolveu reunir sua militância e líderes, no último sábado (11), para definir estratégias e ações que deem sustentação política ao governo Lula e também possa atacar a atual gestão do governo do DF (GDF), comandada pelo emedebista Ibaneis Rocha. A legenda nas últimas eleições perdeu força com o eleitorado brasiliense e com a volta de seu líder máximo para o Planalto, a ‘companheirada’ almeja voltar a ser protagonista no cenário político local. O PT-DF viu seu capital político definhar nos últimos anos em Brasília e os quatros anos do ex-presidente Jair Bolsonaro no governo federal consolidou a preferência dos brasilienses por políticos da direita.
No encontro de ontem, a mensagem transmitida à militância foi para que todos estejam a postos para defenestrar o governo Ibaneis e defender o ‘companheiro’ Lula com unhas e dentes das narrativas bolsonaristas. No entanto, como o PT não é uma legenda unificada e possui várias correntes políticas dentro de sua estrutura organizacional-política, não vai ser tão fácil como os dirigentes sonham. A reclamação de uma boa leva de ‘companheiros’ é que tem petista raiz aplaudindo e exaltando o governo Ibaneis. E aí? Como é que faz? Um dos principais problemas do PT é que a atual direção do partido no DF não é tão benquista pela militância, que é muito forte do ponto de vista da mobilização, mas fica à mercê das decisões de um pequeno grupo.
Partidos de esquerda ensaiam aliança para 2026
Além de buscar se reorganizar internamente, o PT-DF vem trabalhando para construir uma aliança com outros partidos de esquerda para as próximas eleições. Na última quarta (8), num encontro na Câmara Legislativa do DF entre os líderes do PT, PSB, PCdoB, PV e PSol, que contou com a participação dos distritais Chico Vigilante, Gabriel Magno e Ricardo Vale, ambos do PT, Dayse Amarilio, do PSB, e Fábio Félix e Max Maciel, do PSol, foi anunciado a criação de um ‘fórum de debates’ para acompanhar o desempenho do governo Ibaneis. Nos bastidores, as conversas e comentários apontam que essas legendas e seus atores estão se unindo para tentar mudar o jogo em 2026.
Sem ‘forasteiro’ em 2026
Outro ponto a ser destacado é que o PT não quer deixar aparecer um ‘forasteiro’ como na disputa passada, quando o ex-distrital Leandro Grass, do PV, deu a volta em todo mundo e foi lançado candidato ao GDF por imposição da direção nacional petista, que negociou o ingresso dos ‘verdes’ na federação e aceitou apoiar o ‘pior distrital da história da CLDF’. Aos ‘companheiros’ daqui não restou outra alternativa a não ser abaixar a cabeça e engolir o ‘violeiro fake’, como eles o chamavam. “Dessa vez, a esquerda terá um candidato que tenha a cara do Lula e não um ‘forasteiro’”, afirmou uma fonte petista. O sonho de consumo da militância petista é o conselheiro do TCDF, Paulo Tadeu, que foi distrital e federal pela legenda.
Patriota e PTB se fundem e nasce o Partido Renovação Democrático (PRD)
Devido ao baixo desempenho nas eleições de 2022, as siglas Patriota e PTB entraram com um pedido de fusão junto à Justiça Eleitoral, e na última quinta (9), o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, a união entre as legendas que saíram de cena para criar o Partido Renovação Democrática (PRD). Em 2022, o PTB elegeu apenas um deputado federal, o tetracampeão Bebeto, que já se transferiu para o PP, e o Patriota, cinco. Uma das condições exigidas pela cúpula do Patriota foi a de que o ex-deputado Roberto Jefferson, que comandou o PTB por muitos anos, não fizesse parte da nova sigla. Com a fusão dessas legendas, a Justiça Eleitoral informou que o Brasil passa a ter 29 partidos políticos habilitados a participar do próximo pleito eleitoral, que será no ano que vem.
Fábio Simão deu o cano no Patriota
O PRD nasce em algumas federações já com sua direção local em atividade. Aqui no DF, o comando da nova legenda deve demorar a ser escolhido. Na eleição de 2022, o Patriota era comandado por Fábio Simão, testa de ferro do ex-governador Arruda, do PL, que usou a legenda para atrapalhar as negociações e articulações. O partido teve um desempenho aquém do esperado e para fechar com chave de ouro, Fábio Simão não prestou contas à Justiça Eleitoral e deixou a barca patriota à deriva.
CPI da CLDF tem último depoimento na quinta (16)
Na próxima quinta-feira, dia 16 de novembro, a CPI da CLDF realiza o seu último depoimento sobre as investigações dos atos antidemocráticos ocorridos na capital federal em dezembro e janeiro. O felizardo será o coronel Reginaldo Leitão. Ele era o chefe do Centro de Inteligência da PMDF e tinha o seu depoimento marcado para o dia 26 de outubro, mas apresentou atestado médico. Todo mundo quer saber de Leitão se a PMDF teve conhecimento ou não do relatório da Abin informando a vinda de caravanas para os atos do 8 de janeiro. A pressão em cima do coronel será intensa.
A espera dos relatórios
Depois do depoimento, os distritais que integram a CPI devem se reunir para definir a data de apresentação do relatório dos trabalhos do colegiado. Como já adiantamos nesta coluna, nos bastidores há movimentações de todas as correntes políticas e especula-se que serão apresentados três relatórios. Um deles é o oficial, que está sob responsabilidade do distrital Hermeto, do MDB. Os outros dois serão alternativos, sendo um elaborado por deputados esquerdistas que já sinalizaram que não vão acatar o parecer do relator. E o outro está sendo preparado pelos assessores de deputados da direita. A tendência é que o relatório fique a contento de todos, principalmente do GDF.
Mudanças na PCDF confirmadas
Como antecipamos na edição anterior desta coluna, os cargos e funções comissionadas da Polícia Civil do DF passaram por mudanças. Com a queda e prisão do ex-delegado-geral, Robson Cândido, a nova direção da instituição vinha trabalhando silenciosamente para realizar as mudanças. Com o aval do governador Ibaneis, o atual delegado-geral, José Werick de Carvalho, comunicou aos seus colegas sobre a dança das cadeiras. A maioria permanecerá ocupando função comissionada. A publicação dos nomes está prevista para ocorrer na próxima segunda, dia 13 de novembro. Em declarações à imprensa, o delegado Werick ressaltou que essas mudanças são ‘imprescindíveis’.
Marcelo Vaz tem o desafio de emplacar PPCUB
O secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação do DF, Marcelo Vaz, está diante de um desafio e tanto. Ele está com a missão de conseguir emplacar a aprovação e implementação do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB), que está há 11 anos sendo discutido e debatido com a sociedade brasiliense e enfrenta muitas resistências. O texto reúne toda a legislação urbanística da área do Conjunto Urbanístico de Brasília (CUB), tombado nas instâncias distrital e federal e inscrito como Patrimônio da Humanidade.
A versão mais recente do plano possui três pilares principais: a proteção do patrimônio urbanístico e arquitetônico de Brasília; o uso e a ocupação do solo; e os planos, programas e projetos para o futuro da capital – assunto que afeta todos os habitantes do Distrito Federal. Marcelo Vaz acredita que o atual PPCUB contempla a sociedade brasiliense envolvida no debate de construção da legislação, que precisa passar pelo crivo da CLDF. “Após várias reuniões e audiências públicas, tenho a certeza que essa proposta atenderá aos anseios da sociedade”, declarou Vaz na audiência pública realizada ontem (11) para debater o tema.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.
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