• 6 de maio de 2024

O FINO DA POLÍTICA | PT-DF quer assumir protagonismo das ações realizadas pelo governo Lula na capital federal

PT-DF quer assumir protagonismo das ações realizadas pelo governo Lula na capital federal

foto da cúpula do PT-DF com Gleisi Hoffmann
Foto: Divulgação/PT-DF

Em meio a toda a polêmica sobre a mudança na legislação do Fundo Constitucional do DF, a cúpula do PT do DF resolveu dar ‘piti’. No decorrer da semana que passou, os petistas brasilienses se reuniram com a presidente nacional do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), num evento com todos os integrantes da Federação Brasil Esperança (PT-PV-PCdoB), e aproveitaram para reclamar que as ações do governo Lula voltadas para o DF devem ser usadas politicamente pelos companheiros da capital federal e não por políticos da oposição. Além do fundo, o Planalto também tem que se posicionar sobre a proposta de reajuste salarial das forças de segurança pública do DF. Em síntese, o PT-DF quer colher os resultados dessas duas medidas. Porém, as pessoas que estão acompanhando o desenrolar desses dois casos sabem quem realmente está engajado em ajudar o DF a manter o Fundo Constitucional e a lutar pela recomposição salarial das forças de segurança.

De olho em 2026

Nos bastidores, essa movimentação da cúpula petista do DF está sendo considerada como uma tentativa de resgatar a imagem da legenda com os eleitores brasilienses e reposicionar os players do partido no cenário político local. Fontes petistas sustentam que o PT-DF trabalha para voltar ao protagonismo das disputas majoritárias na capital federal nas eleições de 2026. A meta da sigla é ter um candidato petista concorrendo ao GDF e ter influência nas duas vagas ao Senado, quem sabe até ter um ‘companheiro’ encabeçando uma das candidaturas. No entanto, tudo isso também vai depender do desempenho do governo Lula. Em 2022, Lula teve que engolir a derrota para Jair Bolsonaro no DF. Nas eleições anteriores, o petista ganhou de Collor, FHC, Serra e Alckmin. Brasília era considerada um reduto eleitoral do PT.

Ciúmes do tucano

Foto do senador Izalci e presidente Lula
Foto: Divulgação/Gab. Senador Izalci

Entre os motivos que fizeram os petistas do DF se queixar para a presidente Gleisi foi uma foto do senador Izalci Lucas, do PSDB-DF, com a estrela maior da legenda, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que circulou nos grupos de aplicativos de conversa. O tucano esteve no Planalto participando de uma reunião da bancada de líderes partidários com o presidente e ministros. Assim que terminou o encontro, Izalci divulgou a foto e postou um vídeo nas redes sociais anunciando as medidas acordadas com Lula. O tucano informou que o petista disse que não tem problema em vetar a ‘emenda jabuti’ do deputado Cláudio Cajado, do PP-BA, ou trabalhar para retirar o artigo que trata do Fundo Constitucional do DF do PLP do arcabouço fiscal que tramita no Senado Federal. Além da questão do fundo, o senador também comunicou que o presidente prometeu que o governo federal vai encaminhar para o Congresso Nacional o PLN que trata da recomposição salarial das forças de segurança da forma que o GDF encaminhou. Resta saber se o presidente Lula prefere contar com a simpatia do senador tucano, que pode ajudar nas horas decisivas no Senado Federal, tendo em vista que ele é o líder da bancada do PSDB, ou se vai optar em atender os caprichos de seus ‘companheiros’, que hoje tem apenas um voto para lhe oferecer na Câmara, o da deputada Érika Kokay.

Forças de segurança do DF estão com pé atrás com o governo Lula

Quem não gostou nada desse ‘piti’ dos petistas foram as forças de segurança pública do DF. Apesar do senador Izalci afirmar que o presidente Lula se comprometeu em enviar o PLN do reajuste salarial dos policiais civis, PMs e bombeiros, da forma que a proposta foi encaminhada pelo GDF, os líderes de entidades dessas três categorias estão ressabiados com o governo federal. No último encontro entre representantes do governo Lula com parlamentares e alguns dirigentes dessas instituições no Palácio do Planalto, o pessoal saiu com a impressão de que o assunto estava sendo empurrado com a barriga e não está entre as prioridades. Juntando isso com o ‘piti’ da ‘companheirada’, os líderes dos servidores temem que o assunto seja tratado aos passos de tartaruga.

Classe política aplaude o Túnel Rei Pelé erguido por Ibaneis

Foto da solenidade de inauguração do Túnel Rei Pelé
Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

A inauguração do Túnel Rei Pelé, em Taguatinga, no dia 5 de junho, movimentou a classe política brasiliense. O evento estava lotado. No palco, parlamentares, secretários do GDF, administradores regionais, presidentes de empresas e outros órgãos locais, e representantes de entidades de diversos segmentos, se apertavam para ficar bem posicionados e parabenizar o anfitrião pela grande obra, o governador Ibaneis Rocha, do MDB. Tinha tanta gente que o palco cedeu e a capacidade de pessoas em cima do dispositivo ficou limitada. Apesar do susto, a cerimônia transcorreu normalmente, com direito a benção do túnel pelo arcebispo de Brasília, o cardeal dom Paulo Cezar Costa, discursos de parlamentares, da primeira-dama, da vice-governadora e de Ibaneis Rocha.

Abadia, Arruda e Benedito marcaram presença

O evento de inauguração do Túnel Rei Pelé foi prestigiado pelos ex-governadores Maria de Lourdes Abadia e José Roberto Arruda, e pelo ex-vice-governador Benedito Domingos. A aparição de Arruda foi a que mais causou um frisson no público presente e deixou aliados alvoroçados. O ex-governador tem evitado aparecer em eventos públicos.

Conversa ao pé do ouvido

Foto do ex-governador Arruda e Celina Leão
Foto: Expressão Brasiliense

Além de marcar presença na inauguração, durante os discursos, Arruda ficou ao lado da vice-governadora Celina Leão, do PP-DF, e gerou muita especulação no meio político. Ainda mais que ele estava todo sorridente tendo uma conversa ao pé do ouvido com a leoa. Os dois pareciam amigos de longa data. Como nos bastidores especula-se a volta do ex-governador nas eleições de 2026, muita gente queria ser uma mosca para saber o que tanto Arruda e Celina conversavam, chegando um a arrancar sorriso do outro. Já se fala por aí que o ex-governador está se mexendo e pode vir com tudo no próximo pleito eleitoral. Mesmo afastado da política esses anos todos por força das decisões judiciais que o impediram de concorrer, Arruda ainda é lembrado pelos seus feitos à frente do GDF.

Polêmica sobre o Fundo Constitucional do DF deve influenciar disputa de 2026

Foto: Reprodução/Google Imagens

A polêmica envolvendo a mudança na legislação do Fundo Constitucional do DF deve influenciar nas futuras composições políticas para 2026. Se o presidente não vetar a ‘emenda jabuti’ do deputado Cajado e o fundo sofre as perdas previstas pelo GDF, o PT-DF vai pagar caro. Caso ele vete, os petistas vão usar o feito como discurso de campanha. Já a situação da vice-governadora Celina Leão é bem complicada. Nos bastidores, atribui-se ao PP, partido que ela comanda aqui no DF, a culpa de querer mexer no indexador que faz a correção do repasse anual. Adversários já estão usando esse fato contra ela. Quem também deve pagar o pato são os parlamentares da bancada do DF da atual legislatura. Analistas e observadores da política local avaliam que a atual leva de legisladores não tem o peso político das bancadas anteriores. Dos 11 parlamentares, os veteranos são o senador Izalci e os deputados Alberto Fraga e Bia Kicis, do PL, Érika Kokay, do PT, e Julio Cesar, do Republicanos. Os demais são novatos no Congresso Nacional.

TRF1 atende pedido da AGU para cobrar dívida de R$ 800 milhões do grupo OK do ex-senador Luiz Estevão pelos desvios na obra do TRT-SP

Foto: Reprodução/Google Imagens

Depois de ficar seis anos sem nenhuma movimentação, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) acatou, no último dia 5, um pedido da Advocacia Geral da União (AGU) para cobrar a dívida de mais de R$ 800 milhões do Grupo OK, comandado pelo empresário e ex-senador Luiz Estevão. A construtora de Estevão foi acusada de desviar dinheiro durante a construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. O processo só teve continuidade após a AGU acionar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) questionando o excesso de prazo. Dois desembargadores do TRF1 deixaram a ação contra o ex-senador praticamente na gaveta e se a AGU não reclamasse, com certeza, a situação de esquecimento perduraria.

Parcelar a dívida

A defesa do Grupo OK entrou com ação cautelar solicitando que os valores devidos fossem incluídos na Dívida Ativa da União e que pudessem ser contemplados com um programa de refinanciamento. A Justiça entendeu que a condenação do Tribunal de Contas da União, por se tratar de crédito não tributário, não demanda a obrigatoriedade da inscrição na Dívida Ativa. Ou seja, não tem como parcelar. Com a decisão, a AGU vai poder resgatar R$ 112 milhões que se encontram bloqueados e deve requerer a penhora de outros bens do grupo empresarial do ex-senador para quitar o restante da dívida.

Já pagou

Ao conceder entrevista à Agência Brasil, Luiz Estevão declarou que a dívida já está paga. Ele argumenta que a AGU já penhorou outros bens durante esses seis anos em que a ação ficou parada. “Em função dessas penhoras, o valor penhorado já é suficiente para quitação de débitos”, disse o ex-senador.  

* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.

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José Fernando Vilela

José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado), partidos políticos, parlamentares e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP - Associação Brasileira de Portais de Notícias - desde 2021.

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