Para ingressar no PL, Izalci vai ter que desistir de concorrer ao GDF em 2026
A história de que o senador Izalci Lucas vai trocar o PSDB pelo PL é antiga. Os rumores da mudança de legenda tiveram início nos últimos meses de 2023. Izalci tem uma relação muito forte com o tucanato. Ele já foi contador da legenda. No entanto, a sigla vem perdendo forças ao longo dos anos e o senador vem sinalizando que para continuar no cenário, ele precisa integrar um novo projeto a fim de prolongar sua permanência na política. Durante o afastamento de Ibaneis do GDF após o trágico 8 de janeiro de 2023, Izalci se aproximou do governador emedebista, principalmente por ter sido o primeiro e um dos poucos a defendê-lo no Congresso Nacional, visando melhorar a sua relação com o atual governo, mas, enfrentou resistências e acabou que a parceria não deu liga.
Já o futuro ingresso no PL depende de algumas condicionantes. Izalci Lucas segue dizendo por aí que quer concorrer ao GDF nas próximas eleições e os liberais estão praticamente fechados com a vice-governadora do DF, Celina Leão, que é candidata natural à sucessão de Ibaneis Rocha, além de fazer parte da base governista. Fontes do PL afirmam que Izalci vai ter que desistir de concorrer ao Buriti em 2026. Além do que, o senador, apesar dessa aproximação com o grupo de Ibaneis, é um contumaz crítico do GDF, o que deixa a direção do PL em maus lençóis, pois há uma composição política que envolve até o comando de algumas áreas do governo. Ou Izalci vai ter carta branca para ingressar no partido e atacar seus correligionários e os parceiros do PL? Há um ditado que diz que na política, a pessoa tem que ter um lado. Ou seja, não dá para acender uma vela para Deus e outra para Satanás.
Liberais brasilienses sob o comando de Bolsonaro
Outro ponto importante é que o PL do DF é totalmente vinculado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores, os liberais brasilienses têm manifestado o desejo de compor a chapa majoritária da “Leoa” em 2026. A expectativa é de que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro seja candidata ao Senado na aliança com Celina Leão, caso ela não vá para o Paraná concorrer à eventual vacância do cargo do ex-juiz Sérgio Moro. Há rumores de que Michelle dispute a Senatória por lá considerando que ela está liderando as intenções de votos. Diante dessas perspectivas, ao ingressar no PL, Izalci Lucas não terá como chegar sentando na janela e escolher o cargo que quiser disputar. Pelo visto, o senador vai ter que esperar para ver como ficam as coisas. E tem outro parêntese dentro do PL, se Michelle não concorrer a nenhum cargo eletivo pelo DF em 2026, a preferência para tentar uma das duas vagas ao Senado é da deputada federal, Bia Kicis, presidente do PL-DF. Izalci Lucas não terá vida fácil no PL.
Risco de perder o PSDB
A ida do senador Izalci para o PL pode vir a se tornar um tormento para seu grupo político. Atualmente, sua rede de apoiadores está completamente integrada ao PSDB. O partido é comandado por seu filho Sérgio Izalci. Com a saída do senador, o seu grupo fica desguarnecido e a direção nacional pode abrir espaço para a chegada de outros. Dependendo de quem for entrar para o tucanato, pode haver mudança no comando brasiliense. Como a direção nacional vem pregando a renovação e a captação de novos quadros, o ingresso de novos filiados sem vínculo com Izalci pode se tornar um problema lá na frente. Ou seja, a mudança de ares pode ocasionar a perda do comando da legenda.
Esquerda brasiliense está sem rumo
Com a volta de Lula para o Planalto, os esquerdistas mais saudosistas da capital federal passaram a alimentar a esperança de retornar a governar o DF. Contudo, a esquerda brasiliense enfrenta uma enorme resistência por parte dos eleitores. Os últimos resultados nas urnas expressaram que o eleitor tende a optar por candidatos mais de centro-direita e as mais recentes sondagens apontam que em 2026 esse cenário não mude. Durante a semana, parlamentares e líderes da corrente tentaram dar uma demonstração de força ao promover um encontro para manifestar apoio ao candidato derrotado ao GDF em 2022, o inelegível Leandro Grass. Porém, a reunião não contou com a presença de alguns parlamentares e líderes de partidos da oposição, o que evidencia que a esquerda está desunida. Se continuar nessa toada, em 2026, a esquerda seguirá descendo ladeira abaixo e não tem Lula que dê jeito. O tal ‘Fórum’ composto por partidos da esquerda, já dá sinais de que está morrendo.
Atenção, passageiros! Se peidarem no ônibus, chama o Max Maciel para cheirar
O distrital Max Maciel, do PSol, gosta de inovar na forma de se comunicar com seus eleitores e seguidores. Recentemente, Max divulgou um vídeo em suas redes sociais falando que a população ainda estranha em vê-lo como parlamentar. Ele simula vários tipos de situações. Num dos trechos do vídeo, Max Maciel aproveita para alfinetar o sistema público de transporte coletivo do DF dizendo que as pessoas o confundem com o secretário de Transporte. Após o distrital fazer graça, vem a cena de uma mulher esperando ônibus numa parada, eis que a moça perde o coletivo e diz que vai chamar o Max Maciel. Na sequência, a mesma atriz surge dentro do ônibus e ela insinua que peidaram no veículo e o que ela faz: chama o Max Maciel. Portanto, senhores passageiros, se alguém peidar dentro do ônibus vocês agora já sabem quem devem chamar para cheirar.
E agora, Anderson Torres? Ex-comandantes do Exército e Aeronaútica entregaram todo mundo
Os depoimentos dos ex-comandantes do Exército e Aeronáutica, general Freire Gomes e brigadeiro Baptista Júnior, respectivamente, na semana passada, para a Polícia Federal sobre as reuniões entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e as Forças Armadas para tramar um golpe de Estado acabaram comprometem vários atores envolvidos no plano, entre eles, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, o delegado Anderson Torres. Os dois apontaram que Torres estava entre os idealizadores da minuta do golpe. Ou seja, a história contada pelo ex-ministro de que não sabia de nada caiu por terra. Além de Anderson Torres, os militares também citaram outros envolvidos na trama. E agora, delegado? Os milicos ferraram (para não dizer outra palavra) todo mundo.
Ao mestre, Paulo Pestana
Como foi difícil para mim como redator desta coluna escrever a edição deste domingo sabendo que não terei mais o prestígio de ser lido por um amigo que o jornalismo me deu. Infelizmente, perdemos um ícone da imprensa brasileira, Paulo Pestana. Ele se foi de forma tão repentina na última segunda (11) e causou uma grande comoção no meio jornalístico do DF. Um profissional fora da curva. Paulo Pestana é e para sempre será uma fonte de inspiração para este colunista. Vá em paz, grande amigo. Pode deixar que irei sempre estar atento para não ultrapassar o limite da prudência. Meus sentimentos aos familiares.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021. Apresenta o programa Viva a sua Cidade, de segunda a sexta, das 11h às 13h, na Viva FM 101.3.
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