• 28 de abril de 2024

O FINO DA POLÍTICA | Lula ataca adversários para esconder omissão de seu governo no dia 8 de janeiro

Lula ataca adversários para esconder omissão de seu governo no dia 8 de janeiro

Foto: Divulgação/PT

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, é daqueles políticos que gosta de alfinetar seus adversários por meio de entrevistas ou discursos em atos públicos. A última ação do petista nesse sentido foi na última sexta-feira (5), quando disse em entrevista ao jornal O Globo que houve um ‘pacto’ entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, e o atual governador do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, para não agir durante os atos de vandalismos ocorridos em Brasília no dia 12 de dezembro de 2022. Lula ainda citou a Polícia do DF e também a Polícia do Exército. A intenção do petista com essas declarações foi tirar o foco das dúvidas e questionamentos que ainda pairam sobre a atuação de seu governo no domingo do dia 8 de janeiro. O presidente e a cúpula do Planalto sabiam do que poderia acontecer naquele dia e aproveitaram a tragédia que ocorreu dias antes em Araraquara, cidade do interior de São Paulo, para o petista posar de bom moço.

O ataque da última sexta direcionado a Bolsonaro e a Ibaneis visa esconder a falta de ação de seu governo naquele trágico domingo. Afinal de contas, a inteligência do governo, que reúne as principais instituições de defesa do país, como ABIN, PF, PRF e as Forças Armadas, tinha conhecimento das movimentações dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. É bom lembrar que o próprio Lula insinuou à imprensa que alguém abriu a porta do Planalto para os vândalos adentrarem e as imagens das câmeras exibindo o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o general Gonçalves Dias, o G. Dias, junto com auxiliares circulando nos corredores do Palácio servindo água aos manifestantes levantaram suspeitas que nunca foram esclarecidas. As explicações dadas por G. Dias nas duas CPIs que investigaram os atos antidemocráticos, tanto do Congresso como na da CLDF, nunca convenceram. Lula preferiu exonerar o general, varreu a poeira para debaixo do tapete e c’est fini.

Dino vai para o STF sem explicar porque não agiu

Foto: Reprodução/Google Imagens

Outro ponto que também nunca foi esclarecido foi a falta de ação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, no dia 8 de janeiro. Curiosamente, no programa da TV Globo, o Fantástico, daquele dia, mostra Dino assistindo a toda a quebradeira no Congresso Nacional em seu gabinete no Palácio da Justiça em tempo real. Enquanto isso, homens da Força Nacional estavam de prontidão a poucos minutos da Esplanada dos Ministérios aguardando ordens para agir. A pergunta que não quer calar: por que Flávio Dino não agiu? Até hoje, o ex-governador do Maranhão e senador nunca se explicou e nem vai. Pelo contrário, ele foi agraciado com o cargo de ministro do STF e tenta, a todo custo, deixar o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública para seu pupilo, Ricardo Cappelli, que é secretário-executivo da pasta, para garantir que nunca se investigue e ninguém abra a boca para falar sobre a omissão do então ministro naquele domingo. 

GSI e Exército deixaram Palácio do Planalto desguarnecido 

Foto: Reprodução/Google Imagens

Além da negligência do ministro da Justiça, outro questionamento que o Planalto nunca explicou foi a falta de contingente para garantir a segurança do Palácio contra qualquer tipo de investida dos manifestantes. Nas imagens que vieram à tona mostram que os ‘golpistas’, como os petistas gostam de falar, entraram no Planalto sem encontrar nenhuma guarnição disposta a conter a invasão. Ninguém no governo, nem o GSI e nem o Exército, nunca falou nada sobre o relaxamento da segurança do Palácio naquele domingo. Parlamentares da oposição afirmam que a atitude do GSI e do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) foi proposital. Nem aquele habitual sentinela estava a postos na guarita do Planalto.     

ABIN, PF e PRF assistiram a vinda de centenas de ônibus para Brasília

Foto: Reprodução/Google Imagens

A atuação da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), também deixaram a desejar no dia 8 de janeiro. De acordo com as investigações, as três instituições monitoravam as movimentações dos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro desde quando teve início os acampamentos nas frentes de quartéis do Exército pelo país, logo após as eleições. A ABIN chegou a produzir relatórios sobre as caravanas que estavam se deslocando para Brasília com base nas informações da PF e PRF, que monitoravam as movimentações nas estradas e rodovias. Ninguém do comando dessas três instituições nunca esclareceu porque não agiram para evitar os atos criminosos do dia 8 de janeiro. Em suma, o comando da ABIN, da PF e da PRF assistiu de camarote a vinda de centenas de ônibus para Brasília e só manteve informado o ministro da Justiça, Flávio Dino, que guardou as informações privilegiadas para si mesmo.

Senadores questionam atuação do governo Lula e do STF

Foto: Divulgação/Senado Federal

Como ainda restam muitas dúvidas sobre a atuação do governo Lula no dia 8 de janeiro de 2022, um grupo de 30 senadores divulgou um documento questionando a falta de capacidade da administração petista para conter os manifestantes diante da falta de ação da equipe de Lula. Os senadores também questionam a falta de transparência e legalidade das ações judiciais que estão em curso no STF referentes aos atos do 8 janeiro. Parlamentares ressaltam que “o uso indevido de interpretações de dispositivos constitucionais”  e o ‘abuso de poder’ matam a democracia. No manifesto, os senadores afirmam que houve violação de princípios constitucionais tendo em vista que o STF está atuando como ‘vítima, investigador e julgador’. Pelo visto, a cerimônia no Senado Federal para lembrar aquele trágico domingo de 8 de janeiro de 2022, marcada para a próxima segunda (8), deve ter manifestações de ambos os lados.  

Leoa agiu prontamente para socorrer famílias desabrigadas

Foto: George Gianni/VGDF

A atuação da governadora em exercício do DF, Celina Leão, do PP, para amenizar a dor das famílias atingidas pelas fortes chuvas que ocorreram na capital federal nos últimos dias mostrou mais uma vez que a leoa, como ela é chamada no meio político, está a altura do cargo para qual foi eleita. Celina está respondendo pelo comando do governo do Distrito Federal até o dia 16 de janeiro, quando Ibaneis assume a titularidade do cargo. Diante dos problemas que surgiram com os temporais e que deixaram famílias que vivem em áreas de risco desabrigadas, a governadora em exercício não hesitou em decretar estado de alerta no DF para que o governo pudesse atuar com agilidade e presteza para atenuar o drama sofrido por essas pessoas, que viram seus lares destruídos pelas chuvas. Celina Leão esteve ‘in loco’ nos pontos críticos de algumas regiões e tratou de criar uma força-tarefa para solucionar os principais problemas encontrados. Todo o GDF está mobilizado desde então para evitar novas tragédias e o monitoramento das áreas de risco foi ampliado. A leoa ganhou muitos pontos com a população com suas ações enérgicas.

Equipe Hermeto de prontidão

Foto: Reprodução/Instagram

Em uma das regiões mais atingidas pelas chuvas, a Vila Cauhy, que fica no Núcleo Bandeirante, a atuação da equipe do distrital Hermeto, do MDB, vem sendo um dos destaques em meio a todo o caos gerado pelas chuvas. Como o parlamentar não se encontra em Brasília, coube a sua equipe de gabinete e das administrações regionais que são apadrinhadas por ele agirem em seu nome. Segundo relatos de moradores do local, ‘o pessoal do Hermeto’ tem dado todo o suporte às famílias atingidas. A ausência do parlamentar na região nem foi percebida. Taí a diferença de saber montar uma equipe para agir em momentos cruciais. 

Buraqueira em Arniqueira

Buraqueira na Arniqueira
Foto: Material cedido ao Expressão Brasiliense

Já os moradores da região administrativa de Arniqueira estão sofrendo com as condições que se encontram as vias da cidade. Antes das fortes chuvas, a buraqueira já estava tomando conta das ruas e a situação piorou nos últimos dias. Em alguns pontos da cidade, o asfalto está se soltando e a falta de calçadas causam transtornos para veículos e pedestres. A sensação de quem mora em Arniqueira é que a região está completamente largada às traças. Muitos se perguntam se esse abandono e descaso com a cidade é uma resposta da ex-distrital Telma Rufino, que não conseguiu se eleger em 2022 e quer se vingar da população, já que ela teve poucos votos na zona eleitoral da região. A esperança dos moradores de Arniqueira é que como a governadora em exercício do DF, Celina Leão, esteve visitando áreas de risco da cidade após as chuvas e também caiu na ‘buraqueira da Telma’, a região passe a ter mais atenção por parte da administração. 

* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.

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José Fernando Vilela

José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado), partidos políticos, parlamentares e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP - Associação Brasileira de Portais de Notícias - desde 2021.

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