Kassab e ala do PT nacional articulam chapa Arruda–Grass ao GDF

Há um ditado atribuído ao ex-ministro e ex-governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, segundo o qual “política é como nuvem: você olha, ela está de um jeito; olha de novo e já mudou”. Nos bastidores de Brasília e também de São Paulo, uma articulação improvável começou a ganhar corpo.
Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, e uma ala influente do PT nacional, muito próxima do presidente Lula, discutem a formação de uma chapa que une o ex-governador José Roberto Arruda, hoje inelegível, e o petista Leandro Grass para a disputa ao Governo do Distrito Federal (GDF).
A ideia, que à primeira vista parece mentira, atende a interesses pragmáticos. Arruda ainda mantém forte recall eleitoral e demonstra ter mais influência junto ao eleitorado do que os candidatos tradicionais da esquerda no DF. Inelegível, é verdade, mas isso não impediu Kassab de escancarar as portas do PSD-DF para o velho e conhecido “migué” eleitoral do ex-governador.
Com isso, ambos atendem a interesses próprios. Arruda mantém seu nome vivo no debate político, enquanto Kassab faz média com o Planalto, ciente de que, no Distrito Federal, o PT não vence eleições, nem mesmo em sindicatos que hoje estão nas mãos de outras legendas de esquerda ou até da direita.
Já Leandro Grass, que dialoga quase exclusivamente com a esquerda institucional e uma militância cada vez mais restrita, sairia no lucro caso a aliança se concretize. Seu desempenho à frente do Iphan nacional, durante o terceiro mandato de Lula, não conseguiu projetar sua imagem. Pelo contrário: a gestão ficou marcada por episódios de descaso com o patrimônio histórico.Imagina essa figura no GDF!
Voltando à articulação, Kassab segue como operador silencioso, costurando pontes onde antes havia muros, método já aplicado em São Paulo e em outros estados, ampliando o poder e a visibilidade do PSD. Estratégia semelhante à usada nas eleições municipais, quando o partido saltou de patamar.
No PT, a parceria com Arruda divide opiniões, mas cresce entre dirigentes que defendem alianças menos ideológicas e mais eleitorais. O discurso é claro: vencer, não apenas marcar posição. Se Arruda ficar fora da urna e Grass assumir a cabeça de chapa, há quem aposte em uma disputa de segundo turno.
Se questionado, Arruda negará tudo, como sempre faz. Mas encontros recentes com José Dirceu e conversas sobre 2026 indicam que o ex-governador segue tentando encontrar “os caminhos das pedras” no STF para reverter sua inelegibilidade.
Caso a chapa avance, o impacto político será imediato. Arruda quer voltar ao Palácio do Buriti, custe o que custar, inclusive pedir voto para Lula. A política do DF continua sendo terreno fértil para acordos improváveis. Tomara que o povo não compre essa lebre.
Celina quer Paulo Octávio no comando do Progressistas no DF

Com o ingresso de Arruda no PSD, muita gente desembarcou e outros ainda devem sair. Na última quinta-feira (18), a vice-governadora do DF, Celina Leão, pré-candidata ao GDF, revelou em entrevista à rádio JK FM que convidou o empresário e ex-vice-governador Paulo Octávio para comandar o Progressistas-DF, partido que ela preside.
PO não compareceu ao ato de filiação de Arruda. Seu filho, André Kubitschek, atual secretário de Juventude e também filiado ao PSD, igualmente se ausentou. A ausência causou desconforto entre os pessedistas. Muitos acreditavam que o dirigente estivesse lá para referendar o acordo de Kassab. Mas, não.
Kassab tentou minimizar. Arruda também. Mas nos bastidores, Paulo Octávio deixou claro seu incômodo com a entrada do ex-governador sem seu consentimento, já que há um acordo político com o grupo Ibaneis–Celina para 2026.
Não está claro se PO e André permanecerão no PSD aguardando a definição jurídica de Arruda para então decidir se ficam ou se migrarão para outra legenda. O meio político sabe que Paulo Octávio mantém relação histórica com o PSD por ser ligada à memória e à história política de Juscelino Kubitschek, avô de sua esposa e bisavô de seus filhos.
Caso decida seguir outro caminho, o PSD-DF corre o risco de voltar ao papel de figurante na política brasiliense. Antes da chegada de Arruda, o partido mantinha dois distritais e dois nomes no alto escalão do GDF. PO sempre manteve a legenda no protagonismo do jogo político.
Se aceitar o convite da “Leoa”, Paulo Octávio herdará um partido com dois distritais e uma vice-governadora, estrutura semelhante ou até superior à do PSD no DF. Por ora, ele mantém o silêncio como estratégia.
Palácio do Buriti prepara dança das cadeiras nas administrações regionais

Nos corredores do Palácio do Buriti, o discurso é de ajuste fino na máquina pública. Janeiro não será apenas mês de férias, mas também de trocas estratégicas nas administrações regionais para acomodar aliados.
A lógica é simples e brutal: quem entrega pouco, atrapalha alianças ou não demonstra alinhamento político será substituído. A conta não é técnica e sim eleitoral.
O governador Ibaneis Rocha já sinalizou que deixará o cargo em abril e quer bases sólidas nos territórios para que Celina tenha um caminho menos turbulento em 2026.
Administradores atentos intensificaram agendas e exposição pública. Outros, mais realistas, começaram a esvaziar gavetas. O Buriti monitora desempenho, fidelidade e capacidade de articulação local.
A dança das cadeiras segue como moeda política valiosa. Visibilidade, estrutura e influência direta com a população fazem toda a diferença no ano eleitoral.
O grupo Ibaneis-Celina quer evitar surpresas em 2026. E, para isso, planeja organizar o tabuleiro desde já, peça por peça.
Fábrica de fake news de adversários de Celina e Ibaneis é desmascarada

Com o crescimento de Celina Leão nas pesquisas, adversários decidiram apelar para uma fábrica de fake news operada por perfis e páginas recém-criadas nas redes sociais, além de blogs e sites de quinta categoria.
O plano, no entanto, foi desmascarado pelo próprio amadorismo. Na sexta-feira (19), após Celina participar de um espetáculo no Ginásio Nilson Nelson, começou a circular um vídeo editado que simulava vaias à vice-governadora.
A edição grotesca entregou a fraude. Para piorar, a assessoria de Celina havia gravado integralmente o discurso, sem qualquer registro de vaias.
A máscara caiu. A tentativa de ataque virou constrangimento público. O discurso moralista de certos adversários perdeu credibilidade antes mesmo do início oficial da disputa.
Na política do DF, nem toda sujeira fica escondida.
Feliz Natal a todos
O Expressão Brasiliense deseja a todos os leitores, seguidores e parceiros deste portal um Natal repleto de alegria, paz e amor.
Que a data sirva para renovar esperanças, fortalecer laços e recarregar as energias para um 2026 que promete ser intenso, especialmente na política do Distrito Federal.
Seguimos juntos, com informação de bastidores, crítica e opinião, sem maquiagem e sem medo de desagradar ou de ser intimidado.
Mistério da Semana
Qual é o assessor de um pré-candidato ao Governo do Distrito Federal (GDF) que deu o cano em parte do dinheiro arrecadado em um bingo beneficente de uma igreja no Park Way e até hoje não voltou à paróquia para prestar contas?
O que torna a história ainda mais indigesta é que o sujeito defende com unhas e dentes seu pré-candidato acusado de corrupção e ainda se acha no direito de tentar intimidar profissionais da imprensa. Só esqueceu de um outro detalhe: nome e rosto não ficam anônimos em tempos de internet. E, do jeito que a coisa anda, não será surpresa se aparecerem estampados na mídia, para que nunca mais ouse meter a mão no dinheiro da casa de Deus. Quem é? Quem é? Quem é? Mistéééério…
*José Fernando Vilela é jornalista especializado em marketing político e eleitoral, com ampla experiência em órgãos públicos, entidades representativas e na iniciativa privada. Editor-chefe e colunista do Expressão Brasiliense, atua na cobertura e análise dos bastidores da política nacional e local. É apresentador do podcast Café Expressão e do programa Fala Aí, na JK FM 102,7, aos sábados, a partir das 6h.
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