• 6 de dezembro de 2024

O FINO DA POLÍTICA | Inelegibilidade de Bolsonaro vai influenciar na disputa ao GDF de 2026

Inelegibilidade de Bolsonaro vai influenciar na disputa ao GDF de 2026

Foto: Reprodução/Google Imagens

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, inelegível até 2030 vai refletir nos políticos da capital federal que o apoiam. A inelegibilidade de Bolsonaro compromete o desempenho de seus aliados na disputa eleitoral de 2024 e 2026 em todo o país. Aqui no DF, o ex-presidente teve quase 60% dos votos nas últimas eleições, o que demonstra que ele tem um expressivo capital político por estas bandas e pode influenciar no pleito eleitoral, principalmente na disputa pelo comando do Buriti. Entre seus apoiadores, nos bastidores especula-se que existem três potenciais candidatas ao GDF que poderão concorrer tendo Bolsonaro como cabo eleitoral. São elas: a vice-governadora do DF, Celina Leão, do PP, que vai concorrer naturalmente à reeleição; a senadora Damares Alves, do Republicanos, que estará no meio do mandato; e a deputada federal, Bia Kicis, do PL, uma das principais vozes do bolsonarismo no Congresso Nacional. 

Celina Leão tem condições de unir direita e centro-direita 

Foto: Reprodução/Google Imagens

Dentre as três possíveis candidatas ao GDF mencionadas, a que tem mais condições de vencer a disputa com o apoio de Jair Bolsonaro é a vice-governadora Celina Leão. A leoa é articulada e tem experiência nos bastidores e no jogo político. Celina já passou pela CLDF e pelo Congresso Nacional e sabe como as coisas funcionam e o que deve fazer para unir grupos políticos da direita e também de centro-direita. A vice-governadora tem tudo para ficar sentada na cadeira número um do Palácio do Buriti além dos nove meses que terá quando o atual titular, Ibaneis Rocha, do MDB, tiver que sair para se candidatar em abril de 2026. O cavalo com a sela está passando e se a leoa estiver com as garras afiadas, ela não vai perder essa chance.

Esquerda pode ser beneficiada 

Foto: Reprodução/Google Imagens

Quem poderá se beneficiar com a decisão do TSE são os partidos de esquerda. Por aqui, a ‘companheirada’ vibrou com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Muitos esquerdistas estão animados com a possibilidade de recuperar o espaço perdido. O DF foi reduto eleitoral da esquerda, em especial do PT, por muitas décadas. Com Jair Bolsonaro, o cenário mudou e as legendas e políticos da esquerda brasiliense passaram a ter uma enorme rejeição. Diante desse novo cenário, os esquerdistas, em especial os petistas, almejam conquistar mais cadeiras no legislativo distrital e federal, e entrar na disputa ao GDF como protagonistas. 

Surfar na onda do governo Lula

Além de aproveitar um possível enfraquecimento da direita, principalmente dos bolsonaristas, a meta dos ‘companheiros’ é utilizar o desempenho do governo Lula a seu favor. A expectativa da esquerda é que a administração petista obtenha bons resultados até 2026 e isso reflita nos estados. A ideia é fazer com que os candidatos aos governos estaduais se beneficiem e possam ‘surfar na onda’ junto com o presidente Lula. 

Bancada de bolsonaristas sob ameaça 

Já na esfera da disputa pelos cargos nos legislativos, observadores e analistas políticos preveem que a bancada bolsonarista esteja sob ameaça. Sem ter o ‘capitão’ como puxador de votos, a tendência é que a quantidade de parlamentares da mesma corrente política diminua nas próximas eleições. Aqui no DF, dos oitos deputados federais que foram eleitos, apenas dois se elegeram defendendo Lula, os demais todos pediram votos e marcharam com Jair Bolsonaro. Na CLDF, dos 24 distritais, seis são de partidos de esquerda e trabalharam pela eleição de Lula. Os demais foram às ruas pedir voto para Bolsonaro. Pelas previsões e projeções, ainda que esteja cedo para fazer essa avaliação, a tendência é a esquerda aumentar sua representatividade nos legislativos. O primeiro teste será nas eleições municipais de 2024. 

Belinati tem trabalho reconhecido

Foto: José Fernando Vilela/Expressão Brasiliense

Desde que o desembargador Roberval Casemiro Belinati assumiu o comando do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF), no dia 22 de abril de 2022, a Justiça Eleitoral passou a ter uma relação diferenciada com o eleitor e com toda a sociedade. Sob o comando de Belinati, as ações do TRE-DF passaram a ter mais visibilidade e, durante a campanha, as declarações e explicações do desembargador foram essenciais para o eleitor compreender a importância de comparecer nas urnas. Diante de todo esse esforço, a CLDF, por meio da iniciativa de seu presidente, o deputado Wellington Luiz, do MDB, homenageou Roberval Belinati com a medalha da Ordem do Mérito Legislativo, na categoria Grã-Cruz. A solenidade de entrega da honraria, na noite da última quinta-feira (29), no plenário da CLDF, foi prestigiada por políticos, autoridades religiosas e do mundo jurídico, amigos e familiares.  

Pastor Daniel de Castro enfrentou esquerdistas sozinho na CPI da CLDF

Foto: Divulgação/Ag. CLDF

Na última reunião da CPI da CLDF que investiga os atos antidemocráticos dos dias 12 de dezembro e 8 de janeiro, o deputado Pastor Daniel de Castro, do PL, não titubeou perante seus colegas de comissão e continuou confrontando as narrativas dos distritais de esquerda. O parlamentar sempre defendeu o governo Bolsonaro e durante o tempo que tem direito para interrogar testemunhas, ele aproveitou para criticar a postura dos distritais que insistiam em vincular os dois depoentes do dia, que foram condenados pelo atentado a bomba no Aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro, ao ex-presidente. Daniel de Castro falou de forma tão contundente que nenhum dos colegas tiveram coragem de rebater as suas declarações. O distrital, que é estreante na CLDF, foi o único da ala bolsonarista que acompanhou a reunião da CPI. O deputado Fábio Félix, do PSol, chegou a provocar dizendo que os bolsonaristas não tiveram coragem de comparecer para ouvir a verdade, porém, o Pastor Daniel de Castro, que falou logo em seguida, disse tantas verdades para seus colegas que ninguém ousou enfrentá-lo no debate. O presidente da CPI, deputado Chico Vigilante, do PT, até pediu que ele fizesse suas perguntas, mas Daniel de Castro não se intimidou e continuou pondo as cartas na mesa. Tirando Vigilante, que tentou intervir usando a prerrogativa de presidente da CPI, os demais parlamentares ficaram calados.

Saga do FCDF continua

Foto: Reprodução/Google Imagens

Esta semana será decisiva para o Fundo Constitucional do DF (FCDF). A Câmara dos Deputados deve analisar o texto do PLP 93/2023, que trata do arcabouço fiscal, que foi alterado pelos senadores e agora precisa ser aprovado pelos parlamentares da Casa. O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, do PP-AL, antes de viajar para Portugal, havia dito que o PLP seria analisado na sessão do dia 4 de julho, ou seja na próxima terça. Com a volta do projeto para a Câmara, nos bastidores surgiram boatos de que Lira e o deputado Cláudio Cajado, do PP-BA, querem voltar com o trecho do texto que altera a legislação do FCDF e diminui os recursos a serem repassados pela União para o DF. A vice-governadora Celina Leão, que dirige o PP no DF, garantiu durante a semana que “o acordo está mantido”. A fala da leoa se refere ao compromisso assumido por Lira e Cajado com o senador Omar Aziz, do PSD-AM, que foi o relator da matéria no Senado e retirou o FCDF do PLP do arcabouço fiscal. Os deputados combinaram de não mexer no texto aprovado pelo Senado. A bancada do DF e a classe política brasiliense estão mobilizados para convencer outros líderes partidários a manter a retirada do fundo. Está prevista uma reunião entre o presidente Lira, a vice-governadora e a bancada do DF no Congresso para tratar do tema antes da votação. O encontro ainda não tem data.

Paulo Henrique Costa cortou o mal pela raiz 

Foto: Reprodução/Google Imagens

Com a missão de resgatar a imagem do BRB, o presidente da instituição, Paulo Henrique Costa, mostrou como é que se faz em situações como a que ocorreu na semana passada em que um funcionário do banco foi preso pelo estupro de uma menor. O caso ganhou repercussão nacional. Paulo Henrique resolveu cortar o mal pela raiz e mandou demitir esse monstro no mesmo dia. “Não vamos tolerar isso”, disse o presidente em entrevista à imprensa.

* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É apresentador do podcast Café Expressão. É presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.

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