Ibaneis ainda não sinalizou quem terá seu apoio na disputa pela presidência da CLDF
Ainda faltam 77 dias para a posse dos deputados distritais eleitos para a próxima legislatura, mas, nos bastidores, a eleição da Mesa Diretora da Câmara Legislativa do DF (CLDF), em especial, a cobiçada cadeira da presidência da casa, já está na pauta e movimenta o cenário. Nessa disputa é natural que o candidato que contar com o apoio do governador reeleito do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, larga na frente dos demais concorrentes.
Apesar das movimentações antecipadas dos pretensos postulantes ao cargo de presidente da CLDF, Ibaneis está apenas observando e aguardando o momento certo para entrar em cena. Ele sabe que sua participação é decisiva. Por ora, ninguém conta com seu apoio. Até o dia 1º de janeiro de 2023, data da posse e da eleição da Mesa Diretora da CLDF, tem muita coisa para acontecer.
Como foi com Prudente
Na eleição do atual presidente da CLDF, o deputado federal eleito Rafael Prudente, que também é do MDB, o governador acompanhou as articulações e como o distrital reunia a maioria dos votos de seus apoiadores na casa, Ibaneis referendou sua candidatura e ele saiu vitorioso. Fontes palacianas sustentaram a esta coluna que o governador não deve mudar a forma de agir no pleito que já está em curso. Portanto, quem se articular melhor entre os colegas da base governista vai sentar na cadeira.
Distritais reeleitos de olho
Os nomes dos distritais reeleitos Hermeto, do MDB, e Robério Negreiros, do PSD, estão entre os cotados nos bastidores para a disputa. Hermeto é o atual líder do governo na casa e possui um bom trânsito com o GDF e com os colegas. Já Robério, que apesar de ser de um partido que não apoiou Ibaneis nas eleições, se manteve fiel ao emedebista e também tramita bem entre os demais distritais.
Experiência na articulação
Outro nome que surge nos bastidores é do ex-distrital Wellington Luiz, que se elegeu pelo MDB e retorna à CLDF após quatro anos. O policial civil aposentado já foi vice-presidente da casa e sabe como trilhar os caminhos que podem levá-lo a sentar na cadeira. Nos bastidores, muita gente especula que Wellington tem uma madrinha muito forte.
Esquerda não tem
Já os distritais dos partidos de esquerda não têm a mínima chance de vencer a disputa. Eles podem até lançar um nome, mas sabem que será mais para marcar posição. Agora, dependendo do acordo, os distritais da oposição podem conseguir ocupar um cargo estratégico na Mesa Diretora e comandar uma comissão importante.
Chances de ficar por quatro anos
Um detalhe que tem muito peso nesse processo de escolha do presidente da CLDF é que quem sentar na cadeira pode ficar por toda a legislatura no comando da casa. Rafael Prudente foi o primeiro a ser reeleito na história do parlamento distrital. O agora federal eleito conseguiu um feito que muitos que passaram pela presidência sonharam e não obtiveram êxito. Porém, isso não quer dizer que o próximo presidente da CLDF vá ficar quatro anos. Vai depender muito do seu desempenho e traquejo com o jogo político, pois a cadeira pesa tanto para o lado do Executivo como do Legislativo.
Partidos ‘nanicos’ passam a ser maioria a partir de 2023
A Justiça Eleitoral divulgou na última quinta (13) que dos 28 partidos e federações que participaram das eleições gerais, apenas 12 atingiram a cláusula de desempenho. A regra estipula requisitos obrigatórios que devem ser cumpridos por todas as legendas, sem exceção.
Com isso, os 16 entes políticos que não alcançaram a meta estabelecida por lei passam a ser a maioria, contudo, eles não recebem mais recursos do fundo partidário e não vão mais exibir suas propagandas partidárias nas emissoras de rádio e TV.
O grupo dos nanicos passa a ser composto pelos seguintes partidos: Agir, Avante, DC, Patriota, PTB, PSC, PSTU, PCO, PCB, PRTB, PMN, PMB, PROS, Novo, Solidariedade e UP.
Dirigentes sem força
Para muitos observadores e analistas políticos, a nova configuração dos partidos com o resultado das urnas diminui a força e o poder de barganha dos dirigentes dessas legendas, seja aqui ou em qualquer outro estado. Na CLDF, os nanicos conquistaram quatro das 24 cadeiras. Os outros 20 assentos do Plenário ficaram com os partidos que atingiram a cláusula.
Roriz Neto tem o desafio de honrar legado do avô
Ao se eleger deputado distrital, Joaquim Roriz Neto, do PL, conseguiu reposicionar o nome da família no cenário político da capital federal. Um dos desafios do distrital eleito será honrar o legado de seu avô, Joaquim Roriz, que é considerado o melhor governador que o DF já teve. Roriz Neto está tendo a oportunidade de escrever o seu próprio capítulo na história política da família Roriz, que além do eterno governador teve sua mãe, Jaqueline, e sua tia, Liliane, como parlamentares. A meta do jovem parlamentar é sentar na cadeira que seu avô ocupou por quatro vezes. O primeiro passo foi atingido.
São Sebastião aposta todas as fichas em Rogério Morro da Cruz
Um dos assuntos mais comentados nos bastidores pós-eleições foi o surpreendente desempenho obtido pelo deputado distrital eleito, Rogério Morro da Cruz, do PMN. Em seu reduto eleitoral, a cidade de São Sebastião, onde fica o bairro que ele carrega no seu nome político, o Morro da Cruz, o distrital obteve 16,80% dos votos computados na zona eleitoral da cidade, o maior desempenho entre todos os eleitos num só colégio eleitoral. A população de São Sebastião está apostando suas fichas no seu grande líder. Nas redes sociais, Rogério Morro da Cruz exaltou sua vitória com a seguinte definição: “de “porteirinho” para a CLDF com 18.027 votos”. Em 2018, Rogério teve 5.718 votos, ficando como primeiro suplente, mas nunca assumiu. Agora, vai sentar na cadeira.
Chico Vigilante segue em alta
Entre os políticos da esquerda quem ainda demonstra ter bastante força é o deputado distrital reeleito, Chico Vigilante, do PT. Chico está indo para seu quinto mandato na CLDF. Ele já foi deputado federal por dois mandatos. A moral do ‘companheiro’ Chico Vigilante segue alta com a ‘companheirada’. Nas eleições deste ano, Chico bateu o seu recorde de votos para distrital sendo escolhido por 43.854 eleitores. Até então, a marca anterior era de 20.975 votos obtidos em 2018. Ele foi o mais votado do seu partido e o segundo entre os distritais eleitos. Chico já está habilitado a ensinar a garotada do PT-DF a como vencer uma eleição para a CLDF, sem precisar bater e ofender ninguém.
Troca de Magela por Grass na coordenação de campanha de Lula no DF não agradou
Após perder as eleições para Ibaneis Rocha na disputa ao GDF, o distrital Leandro Grass, do PV, foi designado como novo coordenador de campanha do candidato Lula, do PT, no DF, no lugar do ex-deputado Geraldo Magela, que é petista de carteirinha. A decisão não agradou boa parte da ‘companheirada’ que já teve que engolir Grass como cabeça de chapa na disputa ao Buriti. A estratégia de colocar o distrital à frente da coordenação com a intenção de angariar mais apoio para Lula dá sinais que não deu muito certo. Tanto é que o ex-presidente petista não vai nem pôr os pés por aqui neste segundo turno. Os ‘companheiros’ já se deram por vencido por estas bandas.
Aliadas do DF fazem a diferença na campanha de Bolsonaro
A caravana bolsonarista que segue pelo Brasil afora conta com a presença de duas representantes da política brasiliense: a deputada e vice-governadora eleita, Celina Leão, do PP, e a senadora eleita, Damares Alves, do Republicanos. As duas têm acompanhado a agenda política da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em cidades das regiões Norte e Nordeste. Os eventos têm um viés voltado para o público feminino e o movimento foi chamado de “As mulheres de Bolsonaro”.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É o atual presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias.
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