Enquanto TRE-DF não julga pedidos de impugnação, candidatos torram dinheiro do povo em campanha
Em meio a farra da gastança do Fundo Eleitoral, aqui no Distrito Federal, entre os 52 candidatos que estão com pedido de impugnação do registro de suas respectivas candidaturas em andamento, alguns deles conforme apurou esta coluna junto ao site DivulgaCand 2022, já foram agraciados com recursos de seus partidos para arcar com as despesas de suas campanhas e estão torrando o dinheiro do povo.
Como o Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) tem até o dia 12 de setembro para julgar esses pedidos de impugnação para saber se o candidato vai poder concorrer ou não, até lá os sortudos podem gastar o dinheiro do ‘fundão’, que é originário do recolhimento de impostos do cidadão, à vontade. Um verdadeiro escárnio com a sociedade, pois caso esses candidatos sejam barrados, o dinheiro já gasto não precisa necessariamente ser devolvido. E segue o samba do criolo doido na política brasileira e a gente pagando a conta.
Situação ‘complexa’
Durante coletiva de imprensa promovida pelo TRE-DF, na manhã de sábado (3), este colunista questionou ao presidente da Corte local, desembargador Roberval Belinati, se esses candidatos não teriam que, obrigatoriamente, devolver esses recursos caso fossem barrados.
Em resposta à nossa indagação, o presidente do TRE-DF explicou que essa é uma situação ‘complexa’ considerando que os candidatos podem alegar que eles estavam em campanha enquanto seus registros de candidatura estavam sob análise da Justiça Eleitoral.
Decisão do partido
Belinati ressaltou que a distribuição dos recursos oriundos do Fundo Eleitoral entre os candidatos é uma decisão interna de cada partido e que apenas as siglas podem cobrar de seus filiados a devolução do dinheiro.
“Isso aí é uma questão interna e não da Justiça Eleitoral. O partido pode entrar com uma ação na Justiça requerendo a devolução desses recursos por parte do candidato impugnado ou não. É uma situação complexa que, certamente, pode ser interpretada de várias formas”, disse Roberval Belinati.
Condenações diversas
Ao informar a imprensa que o TRE-DF tem até o dia 12 para julgar os pedidos de impugnações, Belinati mencionou que a maioria das solicitações foram protocoladas pelo Ministério Público Eleitoral do DF. Os requerimentos estão concentrados em casos de condenações por corrupção, improbidade administrativa, falta de comprovação de domicílio eleitoral no DF e de quitação junto à Justiça Eleitoral.
“Tivemos um caso de um candidato que apresentou domicílio eleitoral em Goiânia e outro em Águas Lindas. Não pode. Tem também os candidatos que foram condenados por corrupção e improbidade administrativa. Todos eles serão julgados até o dia 12 de setembro, nem que a gente fique até a madrugada para julgar todos os casos”, destacou Roberval Belinati.
743 aptos a concorrer
De acordo com o TRE-DF, até a manhã de sábado, 743 candidatos dos diversos cargos do DF passaram pelo crivo da Justiça Eleitoral e estavam aptos a concorrer no dia 2 de outubro. Outros 222 candidatos ainda aguardam julgamento, entre os quais os 52 supostamente impugnados.
O barulhento trio elétrico ainda perturba
Ainda durante a coletiva, o TRE-DF informou que registrou até sábado, 259 denúncias de propaganda eleitoral irregular. A maioria delas foram encaminhadas pelo aplicativo Pardal por eleitores. A ferramenta permite que o eleitor faça a denúncia diretamente para a Justiça Eleitoral.
As denúncias estão concentradas no uso irregular do trio elétrico. Nas eleições deste ano, o uso de carro de som é permitido apenas em carreatas, passeatas e comícios. Nada de trio rodando com jingle nas ruas. O TRE-DF até o momento tem apenas notificado os candidatos, mas o presidente Belinati já avisou que a partir de agora a fiscalização vai apreender os veículos e aplicar multa.
Medida acertada
Quanto a questão de não poder levar o celular para a cabine de votação, Roberval Belinati enfatizou que essa foi uma medida acertada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Damares tenta reação, mas Flávia Arruda está praticamente eleita na corrida ao Senado
É notório que a coordenação de campanha da ex-ministra Damares Alves, que é candidata do Republicanos ao Senado no DF, vem se esforçando para tentar alavancar sua campanha e ampliar a sua rede de apoiadores. A tática principal tem sido explorar o vínculo que Damares tem com a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No entanto, os resultados não estão surtindo o efeito necessário. As pesquisas divulgadas sobre a disputa têm sinalizado que a também ex-ministra e deputada Flávia Arruda, candidata do PL e da coligação de Ibaneis Rocha ao Senado, está disparada na frente e já está praticamente eleita. Só algo muito inesperado para fazer o eleitor mudar de lado. A primeira experiência eleitoral da ex-ministra Damares Alves pode ser frustrante.
Leandro Grass evita falar em corrupção para não atingir Lula
O candidato ao GDF da FE Brasil (PT-PV-PCdoB), Leandro Grass, é um oportunista de primeira. O distrital passou praticamente todo o seu mandato na CLDF pregando o combate à corrupção e outras mazelas da política brasileira. Porém, desde quando assumiu o protagonismo de ser o candidato do ex-presidente Lula, que concorre ao Palácio do Planalto pelo PT, aqui no DF, Grass abandonou o discurso do moralismo contra a corrupção. Tudo isso para não atingir o ‘companheiro’ Lula. No passado, Leandro costumava criticar o petista nas redes sociais chegando até chamá-lo de corrupto. Hoje, ele finge que nada disso aconteceu.
Ataque a ‘nova imprensa’
Para despistar a sua falta de personalidade e o seu mau-caratismo, o ‘professorzinho mequetrefe’, como foi batizado pela militância petista, resolveu atacar os veículos de comunicação da ‘nova imprensa’ com o objetivo de intimidá-los. Como já antevê a sua derrota, Grass prefere ser sepultado atirando em empresas que não coadunam com as suas práticas inescrupulosas, tendo em vista que será forçado a recolher-se a sua insignificância na última sessão da CLDF em dezembro.
Candidatos do Avante não querem Paco Britto na disputa para distrital
Há uma movimentação entre os candidatos a distrital do Avante para forçar a renúncia do vice-governador e presidente licenciado da sigla, Paco Britto, na corrida à CLDF. Como Paco não emplacou na chapa de Ibaneis, ele optou em disputar uma das 24 cadeiras de deputado distrital no parlamento local. No entanto, a entrada do vice-governador na disputa preocupou os demais candidatos da nominata. O pessoal espera resolver esse impasse até segunda (5). Segundo candidatos que integram o movimento, se Paco Britto resolver continuar, boa parte dos que estão concorrendo vão renunciar já amanhã. Se de fato isso acontecer, as chances de algum candidato se eleger distrital são nulas.
Para não passar vergonha na urna, Sérgio Izalci vai concorrer à CLDF
Ao surgir no horário eleitoral como candidato a distrital, Sérgio Izalci, do PSDB, que vem a ser filho do senador e candidato ao GDF pelo mesmo partido, Izalci Lucas, virou alvo de chacota nos bastidores do meio político. Serginho, como também é chamado, é um dos candidatos selecionados para o movimento Renova BR, que se apresenta como uma escola de educação política, e iria tentar uma das oito vagas do DF na Câmara dos Deputados.
As más línguas dizem que o baixo desempenho do rapaz nas intenções de votos preocupou o pai, que não sai do lugar na disputa ao GDF, e que, com medo do caçula passar vergonha ao abrir as urnas, resolveu pedir ao garoto para entrar na disputa para a CLDF. Em 2018, o grupo de Izalci não conseguiu emplacar ninguém na Câmara dos Deputados e nem na CLDF.
Fraga é Ibaneis e não tem conversa
Sempre polêmico em suas aparições em horário eleitoral, o ex-deputado Alberto Fraga, que tenta voltar para a Câmara dos Deputados concorrendo pelo PL, está se fazendo de besta e fingindo que nada aconteceu no passado. Apesar de não falar nada, a propaganda do ‘coroné’ Fraga traz estampada a foto de Ibaneis Rocha. Ou seja, Fraga é Ibaneis e pronto e acabou. Com certeza, no dia 2 de outubro, ele vai apertar o 15 para o GDF.
Contagem regressiva
Faltam menos de 30 dias para as eleições. As próximas semanas serão decisivas para os candidatos conseguirem conquistar o voto do eleitor brasiliense. Nas eleições de outubro, mais de 2,2 milhões eleitores estão aptos a votar no DF.
Frase do Fino
“O eleitor não pode violar o sigilo do seu voto fazendo foto da urna com a imagem de seus candidatos. Isso é um desrespeito com a Justiça Eleitoral”, afirmou o desembargador Roberval Belinati, presidente do TRE-DF, durante coletiva de imprensa no dia 3 de setembro.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É o atual presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias.
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