Disputa pela presidência da OAB/DF pode ser uma das mais acirradas de sua história
A disputa pela presidência da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) neste ano tem tudo para ser uma das mais acirradas da história da instituição. De acordo com a comissão eleitoral, cinco chapas se inscreveram para participar do pleito. São elas: OAB para todos, Paulo Maurício, o Poli; A Ordem com voz, Cléber Lopes; Coragem para mudar. Everardo Gueiros; Inovar a Ordem, Cristiane Damasceno; e A OAB que eu preciso, Karolyne Guimarães. A votação será virtual e está prevista para ocorrer no dia 17 de novembro deste ano, das 10h às 18h. A OAB/DF detém hoje mais de 50 mil advogados que estão na ativa. A entidade possui um robusto orçamento anual que gira na casa dos R$ 30 milhões, o que faz com que muita gente se interesse em sentar na cadeira da presidência. Os cinco pretendentes ao posto de presidente da Ordem já estão em campanha. Como costumam dizer os mais experimentados na política: agora é guerra!
Situação tenta se manter com Poli
Como o atual presidente da OAB/DF, Délio Lins Jr, não pode se candidatar novamente, o escolhido pela situação para tentar permanecer no comando da entidade é o secretário-geral Paulo Maurício, que se licenciou da função para a disputa. O nome de Poli tem sido bem aceito entre seus colegas, o que faz com que ele figure nas sondagens de intenções de votos dos profissionais da advocacia como o favorito. Entretanto, seu grupo perdeu alguns apoios importantes nas últimas semanas, acendendo o alerta de seu núcleo de campanha. Apesar de Poli estar bem posicionado no tabuleiro, o seu grupo está ciente de que se vacilar, a oposição pode vencer. Um ponto a seu favor é o fato de que seu padrinho Délio está em seu segundo mandato e os advogados que ingressaram na OAB/DF nesses últimos anos só conhecem as conquistas e os feitos realizados pelo grupo de Poli. Uma boa leva de advogados não tem noção de como foram as gestões anteriores. Portanto, a referência deles é a atual diretoria. Agora, se o trabalho deles está dando o resultado que os advogados esperam ou querem, só vamos saber com a apuração dos votos.
Cléber Lopes ainda não decolou
Apontado como um dos mais renomados advogados da capital federal, o criminalista Cléber Lopes vem se movimentando de forma tímida e levantando suspeita sobre suas reais condições de disputa. Nos bastidores, muitos advogados avaliam que a candidatura de Cléber ainda não decolou. Ele conta com o apoio do governador Ibaneis Rocha e de muitos advogados de renome, porém, o seu grupo andou perdendo alguns apoios, entre os quais o da advogada Cristiane Damasceno, que resolveu se candidatar já no apagar das luzes. Outro esforço do grupo de Cléber era contar com o apoio do advogado Everardo Gueiros, o Vevê, mas ele optou em se candidatar e bater chapa contra os demais postulantes a presidente da OAB/DF. Cléber Lopes tem que correr contra o tempo se quiser se tornar competitivo e tentar tirar o atual grupo da Ordem. Aliados de Cléber andam dizendo que nesta semana ele vai pôr o bloco na rua e vai com tudo para cima de seus adversários.
Cristiane Damasceno vai para o tudo ou nada
Oriunda do grupo de Délio/Poli, a conselheira federal da OAB, Cristiane Damasceno, ou Cris, como ela gosta de ser chamada, foi a última a anunciar sua pré-candidatura. Entre seus colegas de profissão, muita gente especulava que ela seria a candidata de Délio Lins Jr. No entanto, ela rompeu com o grupo, anunciou apoio a Cléber Lopes e, na reta final, decidiu ir para o tudo ou nada se lançando candidata. Cris Damasceno levou consigo muitos apoiadores dos dois grupos mais fortes da OAB/DF. Resta saber se a advogada terá força e apoios suficientes para vencer seus colegas de classe. Vale lembrar que a Cris foi vice-presidente de Dèlio Lins Jr. de 2019 a 2021 e sabe como as coisas funcionam do lado de lá.
Everardo Gueiros dessa vez não desistiu
Enquanto não se confirmavam as inscrições das chapas, a pré-candidatura de Everardo Gueiros, o Vevê, estava sempre sendo colocada em xeque. Nos bastidores havia rumores de que ele fosse desistir, como fez no passado, em detrimento de outro grupo. Mas, desta vez, a candidatura de Vevê é para valer. Na visão de quem acompanha as eleições da OAB/DF, o ex-secretário de Projetos Especiais do governo Ibaneis deve conquistar apoios importantes e pode se tornar uma ameaça para quem está no topo da preferência dos advogados. Especula-se que Vevê deve tirar muitos votos de Cléber Lopes, que tentou até o último instante convencê-lo a desistir para integrar sua chapa. Dessa vez, Everardo Gueiros promete ir até o fim.
Karolyne prega o fim da panelinha
Com um discurso de que vai acabar com a panelinha da OAB/DF, Karolyne Guimarães, vem correndo por fora nessa disputa. A ex-administradora de Taguatinga tem feito críticas contundentes contra os dois principais grupos. Um diferencial da campanha de Karolyne é que ela conta com um ‘staff’ que já participou de eleições passadas da Ordem e sabe bem o que fazer para tentar eleger a advogada. Resta saber se Karolyne vai conseguir atrair a quantidade de apoios suficientes para vencer essa disputa. Por ser a menos conhecida entre os que estão na disputa, a advogada vai ter que gastar muita sola de sapato para chegar lá.
Celina entra na roda e mostra que sabe jogar
A vice-governadora do DF, Celina Leão, do PP, sempre foi uma atleta muito ativa e não apenas de fim de semana. No último sábado (19), ela esteve no Gama para participar de eventos do GDF nas áreas da saúde e social e não se conteve ao ver uma roda de capoeira. A ‘Leoa’ caiu para dentro e fez uma performance digna de capoeirista. Celina mostrou habilidade no gingado. Ela tem trabalhado bastante e, se brincar, ela tem sido uma das vices mais atuantes da história do DF. Celina Leão tem se movimentado visando consolidar seu projeto para 2026. Enquanto tem gente tentando derrubá-la, a ‘Leoa’ sinaliza que sabe se defender e está pronta para abater seus adversários. O jogo de golpes de pernas, cambalhotas e meias-luas desferidos durante a sua participação na roda de capoeira no Gama serve de alerta para quem vai enfrentá-la em 2026. A ‘Leoa’ sabe gingar e está esperando o berimbau e o tambor tocar para mostrar como se joga para valer na política.
Boatos e rumores de possíveis traições na direita movimentam os bastidores
Apesar de ainda faltar muita coisa para 2026, as movimentações nos bastidores da política estão pegando fogo. Em meio ao disse-me-disse, já há relatos de que líderes de partidos de direita estão querendo montar uma chapa fora do grupo Ibaneis-Celina. As especulações são tantas que entre os possíveis traidores tem gente que figura no primeiro escalão do GDF. A ideia seria viabilizar uma chapa de direita com nomes competitivos. Essa não é a primeira vez, e também não será a última, que alguém de dentro tenta se levantar contra seu próprio grupo. Aqui no DF, temos alguns exemplos de traições na política bem-sucedidas e outras não. Em 1998, José Roberto Arruda não quis aceitar compor chapa com Joaquim Roriz e foi para a disputa. Resultado: Arruda perdeu, Roriz foi para o segundo turno com Cristovam Buarque e ganhou. Em 2006, novamente Arruda não aceitou a candidatura de Maria de Lourdes Abadia, que era apoiada por Roriz, e se lançou na disputa. Dessa vez, Arruda venceu. Uma das mais recentes traições ocorreu na campanha de 2022. Na época, o empresário Paulo Octávio, após chegar de uma viagem do exterior, resolveu lançar candidatura ao GDF por não aceitar que Celina fosse a vice de Ibaneis. PO perdeu, mas quase a eleição foi para um segundo turno devido a sua candidatura. Portanto, não se assuste se em 2026, alguém da direita resolva bater chapa contra o atual grupo que está no comando do Buriti. Na política, sempre há traições.
Mistérios da semana
– Por que será que alguns parlamentares do DF se sujeitam a ser assessorados por profissionais que também atendem outros colegas e até mesmo outras autoridades e órgãos? No frigir dos ovos, o assessor acaba faturando alto e o parlamentar fica esperando a boa vontade do profissional para ter suas demandas atendidas. Mistério….
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense, e é presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021. Apresenta o programa Viva a sua Cidade, de segunda a sexta, das 11h às 13h, na rádio Viva FM 101.3.
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