• 3 de maio de 2024

O FINO DA POLÍTICA | Declarações do general Dutra na CPI da CLDF gera revolta em bolsonaristas nas redes sociais

Declarações do general Dutra na CPI da CLDF gera revolta em bolsonaristas nas redes sociais

Foto: Reprodução/Google Imagens

Abrindo a série de depoimentos dos militares na comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF (CLDF), o ex-chefe do Comando Militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra, na reunião do colegiado na última quinta, dia 18, falou aos distritais sobre a atuação do Exército em relação ao acampamento em frente ao QG e como a instituição lidou com os manifestantes que se instalaram no Setor Militar Urbano (SMU). Após o depoimento do general, as declarações dadas por ele repercutiram negativamente nas redes sociais e causaram revolta entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Os bolsonaristas não pouparam o militar e só não o chamaram de santo. A parte do depoimento que mais causou indignação é a que o general Dutra relata que, por meio de uma ligação, recebeu ordens do presidente Lula para prender os mais de 1,2 mil ‘criminosos’ que se encontravam no QG na manhã seguinte daquele trágico dia 8 de janeiro. O Expressão Brasiliense fez um recorte de vídeo do trecho da oitiva em que o militar explica como foi que ocorreu a prisão do pessoal que se encontrava no SMU naquela noite. Confira aqui o vídeo e as manifestações dos bolsonaristas nos comentários. 

Foto: Reprodução/YouTube

Inquisição respeitosa

Foto: Rinaldo Morelli/Agência CLDF

Havia um clima de tensão e euforia à espera do depoimento do general Dutra. Nos bastidores e nos corredores da CLDF havia muita especulação de ambos os lados. Alguns assessores apostavam que o militar seria enquadrado pelos parlamentares que apoiam o governo Lula. Outros diziam que o ex-chefe do Comando Militar do Planalto não iria falar nada aos distritais. Porém, quando a reunião teve início, o que se viu foi um general muito bem polido e contundente nas suas colocações e deputados distritais compenetrados e imbuídos em cumprir seu papel de inquisidor. Não houve confrontos acalorados entre o militar e os parlamentares. 

Chico Vigilante não cai em provocações 

Foto: Divulgação/Gab. Dep. Chico Vigilante

Responsável por comandar os trabalhos da CPI, o distrital Chico Vigilante, do PT, conduziu com maestria a oitiva do general Dutra. O parlamentar foi o primeiro a fazer perguntas ao militar e as revelações feitas pelo general caíram como um balde de água nos distritais que se declaram apoiadores de Jair Bolsonaro. Como o militar não enfrentou os petistas como os bolsonaristas esperavam, eles resolveram provocar e alfinetar o presidente da CPI.

A deputada Paula Belmonte, do Cidadania, chegou a dizer que Chico Vigilante estava mentindo sobre a existência de armas, prostituição e drogas no acampamento do QG. Vigilante fez questão de mostrar o documento enviado pelo Exército à CPI informando as ilicitudes praticadas pelos bolsonaristas que se instalaram no SMU. Fora isso, Chico não se deixou levar pelas provocações e reclamações de seus colegas.    

Aumenta a expectativa para o depoimento dos generais Augusto Heleno e G. Dias

Foto: Reprodução/Google Imagens

Diante de tantas revelações feitas pelo general Dutra, nos bastidores criou-se a expectativa de que os depoimentos dos outros militares convidados e ex-ministros do GSI, os generais Augusto Heleno e Gonçalves Dias, têm tudo para ser tão bombásticos e polêmicos, como foi do ex-chefe do CMP. A oitiva do ex-ministro do GSI do governo Bolsonaro, Augusto Heleno, está marcada para o dia 1º de junho. Já a ida do general G. Dias, que comandava o GSI no dia 8 de janeiro e aparece nas imagens das câmeras do Planalto durante a invasão, está prevista para o dia 15 de junho. Até lá, segue o tititi.

Se perder o Fundo Constitucional, DF vai ficar com o pires na mão

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

O governador do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, está muito preocupado com a possibilidade de alteração na legislação que calcula o repasse feito pela União para o Fundo Constitucional do DF. Na última sexta (19), Ibaneis lembrou que o DF não pode voltar a “ficar com o pires na mão” dependendo da boa vontade do governo federal para poder arcar com as despesas das áreas da saúde, segurança e educação. 

Serviços prestados pela saúde, segurança e educação comprometidos

Ibaneis Rocha ressaltou numa entrevista à imprensa que caso o Congresso Nacional aprove a emenda apresentada pelo deputado Cláudio Cajado, do PP-BA, os serviços prestados pelas áreas da saúde, segurança e educação para a população estarão comprometidos. O governador disse que, além de prejudicar a população, a mudança no Fundo Constitucional do DF vai também atingir os servidores dessas pastas. Ibaneis destaca que a recomposição salarial dessas categorias depende, única e exclusivamente, dos recursos do fundo. Portanto, se a alteração passar no Congresso, a coisa vai ficar complicada por estas bandas.

“O DF não sobrevive sem o Fundo Constitucional”, alertou o governador.

Ideia de jerico

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Ao ser questionado sobre a alteração na legislação do Fundo Constitucional, o deputado Alberto Fraga, do PL-DF, respondeu para a coluna O Fino da Política que a proposta era uma “ideia de jerico”. Fraga declarou que a emenda “foi uma surpresa para todos nós. Quem acrescentou esse texto, não conhece a realidade do Distrito Federal. Portanto, quem teve essa ideia de jerico tem que entender que o DF não tem indústria, é (a cidade) hospedeira da União, hospeda todas as organizações internacionais, as embaixadas, então tem que ter ajuda do governo federal. Realmente, o Fundo Constitucional causa ciúmes nos outros estados. Só que as áreas da saúde, segurança e educação, vão falir no DF nesses próximos cinco anos se houver essas mudanças no fundo”.

Roberval Belinati aumenta visibilidade da Justiça Eleitoral no DF

Foto: Divulgação/TRE-DF

Na semana que passou, a capital federal foi palco do 81° Encontro do Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (Coptrel), organizado pelo Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF), que é presidido pelo desembargador Roberval Belinati. O encontro que ocorreu nos dias 18 e 19 trouxe à Brasília os presidentes dos TREs de todo o Brasil. O ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e o governador Ibaneis Rocha participaram da abertura do evento. Desde que assumiu o comando do TRE-DF, Belinati tem buscado dar mais visibilidade às ações realizadas pela Justiça Eleitoral aqui no DF. Nas eleições de 2022, o desembargador atendeu todas as demandas e entrevistas solicitadas e o TRE-DF pautou a imprensa cotidianamente a fim de deixar a população bem informada. Para este ano, o Tribunal se prepara para organizar a votação para as eleições dos conselheiros tutelares. O estilo de administrar de Roberval Belinati, que já foi repórter e diretor de rádio antes de enveredar pela área jurídica, demonstra que o desembargador sabe que a comunicação e a informação são importantes para a população, ainda mais agora com tantas fake news.

Zé Humberto Pires é o entrevistado da Sala de Imprensa da ABBP

Foto: Divulgação/ABBP

O projeto de entrevistas coletivas virtuais, a Sala de Imprensa, promovido pela Associação Brasileira de Portais de Notícias (ABBP) recebe na próxima terça-feira, dia 23 de maio, o secretário de Governo do DF, José Humberto Pires, também chamado de Pezão no meio político. O secretário é o responsável por promover a integração entre os órgãos do GDF e é considerado um dos braços do governador Ibaneis Rocha. A Sala de Imprensa da ABBP tem transmissão ao vivo e começa às 19h pelo canal oficial da entidade no YouTube, a TV ABBP. Acesse o link aqui.    

* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.

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José Fernando Vilela

José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado), partidos políticos, parlamentares e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP - Associação Brasileira de Portais de Notícias - desde 2021.

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