Bancada do DF no Congresso ainda sem coordenação
Os 11 parlamentares da bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional ainda não escolheram entre eles quem será o coordenador ou a coordenadora do grupo. Na última quinta (2), parte dos deputados e senadores estiveram reunidos, mas não chegaram a um consenso. Quem ficar com a função vai desfrutar de algumas prerrogativas como encaminhar as emendas da bancada para o relator do orçamento. Um dos principais desafios neste início de legislatura será defender o Fundo Constitucional do DF das garras dos que querem meter a mão nos recursos que são destinados a bancar a segurança, a saúde e a educação da capital federal.
Novato de olho na vaga
O próximo encontro da bancada está agendado para segunda (6). O Fino da Política apurou que o impasse está em relação à alternância das casas. Como o tempo de uma legislatura são quatro anos, existe um acordo informal entre os parlamentares para que num ano a vaga fique com um senador e na outra com um deputado. O último coordenador era da Câmara dos Deputados. Em suma, a vaga neste ano cabe ao Senado Federal. O problema é que tem deputado novato querendo o posto.
Senadores querem garantir o acordo
Na legislatura anterior, os senadores Izalci Lucas, do PSDB, e Leila do Vôlei, do PDT, ocuparam a função. Reza a lenda de que há um costume no Senado de se ceder o cargo ao senador ou senadora que está chegando, nesse caso, seria a vez de Damares Alves, do Republicanos, mas ela já manifestou que não tem interesse. Como a republicana não quer, o tucano Izalci está sendo indicado pelas duas senadoras para ser o coordenador.
Anderson Torres não quer falar na CPI dos distritais
A ida do ex-ministro do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, à CPI da Câmara Legislativa do DF (CLDF), marcada para o dia 9 de março, pode não acontecer. Preso por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, Torres se manifestou por meio de seus advogados que não quer comparecer e caso tenha que ir, quer ficar em silêncio.
Alexandre de Moraes é quem vai decidir
Na última terça, dia 28 de fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes determinou por meio de despacho que os advogados de Anderson Torres se pronunciassem nos autos sobre o pedido feito pelo presidente da CPI da CLDF, deputado Chico Vigilante, do PT. Um dos argumentos mais fortes dos advogados de Anderson Torres é que ele já prestou depoimentos com quem realmente está investigando, se referindo à Polícia Federal. Resta saber se ‘Xandão’ vai deixar o ex-ministro ser inquirido pelos distritais e se, caso o libere, se ele vai poder ficar calado ou terá a chance de abrir logo a boca de uma vez.
Ibaneis Rocha segue em silêncio
Como foi dito na edição anterior desta coluna, o ministro Alexandre de Moraes está fazendo corpo mole para julgar o pedido da defesa do governador do Ibaneis Rocha, do MDB, para que ele volte ao cargo. Moraes tem atendido outras solicitações e segue ignorando a petição dos advogados de Ibaneis protocolada no dia 9 de fevereiro. Enquanto o ministro do STF não se posiciona, o emedebista segue em silêncio e afastado de toda e qualquer atividade do GDF. Ibaneis Rocha conhece bem os meandros do Judiciário e prefere ficar na sua para não ser acusado de mais nada, já que até o momento não apareceu nenhuma prova contra ele e, pelo visto, nem vai aparecer.
Onde estão os aliados de primeira hora?
A forma como o governador Ibaneis Rocha foi afastado do cargo, por apenas uma canetada do ‘Xandão’, foi e continua sendo muito questionada. Com isso, houve diversas manifestações de apoio ao emedebista de vários setores do DF. No entanto, a falta de combatividade por parte de alguns aliados do Buriti nesse momento de crise confirmou o que já se sabe: nessas horas, poucos são os que saem em sua defesa.
No caso do governador, no meio político, quem decidiu fazer frente contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes em afastar Ibaneis do cargo foram dois adversários políticos: o senador Izalci Lucas e o deputado Alberto Fraga, do PL. Na semana que passou, o presidente do MDB-DF, o deputado Rafael Prudente, engrossou a fila. Os demais seguem assistindo. Parece que tem parlamentar com medo do ‘Xandão’.
Depoimento de ex-secretário executivo da SSP na CPI da CLDF complica oficiais da PMDF
O depoimento do ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF, Fernando de Souza Oliveira, na CPI da CLDF deixou o oficialato da Polícia Militar do DF (PMDF) em maus lençóis. Segundo Oliveira, quando ele procurou os oficiais da PMDF para dar o comando para que a tropa agisse contra os invasores, eles simplesmente não lhe deram ouvidos. O delegado da PF revelou que apenas o ex-comandante da PMDF, coronel Fábio Augusto, atendeu seu chamado e disse que estava em campo. Há boatos de que um grupo de oficiais sabia das intenções dos manifestantes bolsonaristas em chegar até a Praça dos Três Poderes e decidiram agir propositalmente para que o planejamento do esquema de segurança não fosse executado como deveria ser no dia para derrubar o comando da corporação.
Izalci insatisfeito com o PSDB
Durante participação no Café Expressão, podcast do Expressão Brasiliense, o senador Izalci Lucas não escondeu que anda insatisfeito com o seu partido, o PSDB. “O PSDB precisa se renovar. Não adianta mais ficar com discurso de Plano Real. Esses meninos de hoje não sabem e nem querem saber disso”, observou. Questionado se ele vai permanecer no partido, Izalci foi bem categórico. “Eu ainda não sei”, afirmou o parlamentar que é o atual líder do partido no Senado Federal.
Embate ideológico-religioso de Fábio Félix e pastor Daniel de Castro ainda vai longe
Como antecipado por esta coluna na edição do dia de Natal, os distritais Fábio Félix, do PSol, e Pastor Daniel de Castro, do PP, seguem travando embates em defesa de suas bandeiras. Fábio é ativista LGBTQIA+ e Daniel de Castro, além de líder religioso, prega ideais conservadores. Na última terça (28), os dois usaram a tribuna e cada um defendeu seu segmento. Fábio Félix destacou que cresceu numa família evangélica e disse que nunca foi discriminado por ser homossexual se referindo ao ato do pastor norte-americano David Eldridge, que num congresso realizado pela igreja do colega distrital disse que “todo homossexual tem uma reserva para o inferno”.
Passados alguns minutos, o Pastor Daniel de Castro pediu para usar a tribuna e pediu desculpas ao distrital dizendo que as declarações do gringo não representavam o sentimento de sua igreja. Assim que discursou, Daniel de Castro foi falar com Félix. O teor da conversa, só eles sabem.
A coluna perguntou ao deputado do PSol se ele havia aceitado o pedido de perdão, o distrital disse que “tudo bem, a gente entende o Pastor Daniel. Só que não vamos deixar de processar esse pastor que veio lá de fora. O que ele fez é crime e não podemos deixar que ele continue fazendo isso por aí”. Pelo visto, esse embate ainda vai continuar.
Paula Belmonte ainda não aterrissou na CLDF
Um dos assuntos mais comentados nos corredores da CLDF é que a deputada Paula Belmonte, do Cidadania, que trocou a Câmara dos Deputados pelo parlamento distrital nas últimas eleições, ainda não se achou na nova casa. Seus discursos ainda remetem a área federal. As más línguas dizem que se a novata continuar assim vai herdar o posto da ex-distrital Júlia Lucy, que era considerada uma mulher bonita, porém ficou com a fama de deputada ‘sem noção’ da última legislatura.
Bia Kicis ovacionada por policiais e bombeiros
Quem está com a moral alta com as forças de segurança pública do DF é a deputada federal Bia Kicis, do PL. No evento realizado pelo GDF para anunciar o reajuste salarial de 18% para os policiais civis, PMs e bombeiros do DF, a deputada não discursou, mas foi chamada pela governadora em exercício do DF, Celina Leão, do PP, para ser cumprimentada pela plateia. A federal foi ovacionada pelos policiais e bombeiros. Teve parlamentar que é de um desses segmentos que ficou enciumado com tantas palmas para Bia Kicis. Como bem lembrou Celina ao falar sobre a deputada: – Eu tenho certeza que entre os mais de 200 mil votos que a Bia teve, têm votos de vocês da segurança.
* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – desde 2021.
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