O primeiro ano de todo governo é considerado o mais importante de um mandato. É nesse ano que se pode errar, traçar e ajustar as estratégias e definir as prioridades para os próximos. Porém, ignorar esse primeiro momento pode comprometer o desempenho e fazer com que não se obtenha bons resultados. Fazendo uma breve análise do governo do presidente Jair Bolsonaro, aparentemente, caminha para fechar o ano com a reforma da previdência aprovada, mas sem avançar na articulação política interna. Até agora, o governo do “capitão” Bolsonaro não emplacou. E há vários motivos que podemos considerar que foram pontuais para fazer com que se tenha um certo receio do que virá pela frente.
Entre as principais razões que nos leva a ver nitidamente que o governo atual não está atendendo às expectativas de quem o elegeu são esses constantes envolvimentos dos filhos do presidente Jair Bolsonaro em brigas políticas e a promoção do achincalhe virtual e midiático que eles resolvem fazer com os aliados do pai. A influência da família Bolsonaro, mais precisamente do trio Flávio, Carlos e Eduardo, sobre questões governamentais e políticas podem gerar ao pai um problemaço que pode lhe custar a carreira política tanto dele como dos seus pupilos. Os três soldados de Jair, se seguirem nessa toada, precisarão sair de cena.
A elite da política em Brasília já sinalizou que não vai ceder aos caprichos dos filhos do presidente. O deputado Eduardo Bolsonaro fez um jogo de cena ao anunciar que não iria mais assumir a embaixada do Brasil nos EUA. Usou o artifício do tal do “fico” para disfarçar a rejeição ao seu nome e forçou o seu advento como líder do PSL na Câmara dos Deputados. Na verdade, o posto de “líder partidário” não passa de um consolo para o “03”, já que de líder mesmo ele não entende nada. Antes do pai se eleger, “Dudu” tinha uma atuação apagada na casa e pelo andar da carruagem caminha para o isolamento entre seus colegas, principalmente, entre os caciques da velha política. Ou seja, vai ser líder de um pequeno grupo de parlamentares, já que sua cabeça foi pedida e poderá resultar em sua expulsão do PSL.
Já o vereador Carlos Bolsonaro, que atua na área de comunicação do presidente, está sendo considerado a pior influência para o pai. Nos bastidores, a Esplanada toda sabe que é ele quem está por trás de comandar as tais “milícias digitais” e exerce um poder de influência sobre o presidente, maior que os irmãos. E o mais “light” deles, o senador Flávio está retraído, pois está atuando para se livrar do seu ex-motorista, Fabrício Queiroz, que na semana passada revelou que tem influência sobre o parlamentar.
Os próximos capítulos da novela envolvendo os filhos do presidente Bolsonaro prometem ser de muitas emoções. Vamos assistir!
Por José Fernando Vilela