• 24 de agosto de 2025

O FINO DA POLÍTICA: Arruda aguarda confirmação de mudança no código eleitoral para voltar à política

Arruda aguarda confirmação de mudança no código eleitoral para voltar à política

Arruda aguarda confirmação de mudança no código eleitoral para voltar à política
Foto: Divulgação/Ag. Brasil

Apesar de declarar publicamente que não pretende disputar cargos políticos, José Roberto Arruda segue com um olho na Justiça e outro no calendário eleitoral. O ex-governador do DF, barrado pela Lei da Ficha Limpa, aguarda a confirmação de mudanças no Código Eleitoral para tentar, no ano que vem, um retorno triunfal às urnas. Inelegível desde 2014, após condenação pela Operação Caixa de Pandora no Tribunal de Justiça do DF, Arruda depende de que o Congresso aprove as alterações na legislação até 5 de outubro para que as mudanças tenham efeito já nas eleições de 2026. O primeiro passo já foi dado com a aprovação do texto da alteração na Comissão de Constituição e Justiça do Senado na semana passada.

Pelas regras atuais, ele segue impedido de concorrer, já que o processo pelo qual foi condenado ainda não transitou em julgado. Assim, os oito anos de inelegibilidade não foram contabilizados. A proposta em discussão no Congresso mantém o prazo de oito anos, mas altera o marco inicial: em vez de contar após o trânsito em julgado, passaria a valer a partir da condenação em segunda instância. Como Arruda foi condenado há 11 anos, estaria automaticamente livre para voltar à política. Nos bastidores, aliados apostam que ele disputará o Buriti. Um grupo menor acredita que o ex-governador opte por voltar como deputado para, em 2030, tentar novamente o GDF. Para os mais próximos, aqueles que vez ou outra se encontram com Arruda às escondidas, 2026 pode ser o ano do “volta, Arruda”.

Mas a pergunta que não quer calar: o eleitorado brasiliense ainda guarda saudades do ex-governador flagrado recebendo maços de dinheiro ou prefere virar a página? Enquanto a proposta não avança, Arruda segue circulando pelas cidades, distribuindo abraços, apertos de mão e posando de influencer nas redes sociais, lembrando obras e benfeitorias que diz ter ajudado a realizar como parlamentar ou governador. Uma típica campanha silenciosa. Quem conhece Arruda garante: ele está armando o bote. 

Se Arruda pretende repetir em 2026 um déjà vu de 2006, quando venceu a então vice-governadora Maria de Lourdes Abadia, ele pode se frustrar. Hoje, Celina Leão, candidata à reeleição, tem conseguido aglutinar as principais forças políticas do DF. Se o novo Código Eleitoral entrar em vigor a tempo, Arruda vai se deparar com portas fechadas em legendas já alinhadas à “Leoa”. Tudo dependerá do Congresso. Caso contrário, como diria Guilherme Arantes: bye bye, so long, farewell, José Roberto Arruda.

Paula Belmonte pode ingressar no PRD para concorrer ao GDF

Paula Belmonte pode ingressar no PRD para concorrer ao GDF
Foto: Reprodução/Google Imagens

De olho no Governo do Distrito Federal em 2026, a deputada distrital Paula Belmonte, que já foi convidada a se retirar do Cidadania, está à procura de um novo partido. Nos bastidores, circula a informação de que ela estaria de namoro com o PRD, presidido por Lucas Kontoyanis. A legenda conta hoje com um distrital, Rogério Morro da Cruz, além do comando das administrações regionais do Jardim Botânico e de São Sebastião. A dúvida é: se Paula ingressar no PRD, o partido romperá com o grupo Ibaneis-Celina, entregará os cargos e apostará de fato na candidatura da distrital ao Buriti?

O PRD também negocia a criação de uma federação com o Solidariedade. Nesse caso, Paula se juntaria ao ex-senador José Antônio Reguffe, que já está no Solidariedade e tem manifestado que pretende concorrer a deputado federal. Mas para que a distrital tenha condições de enfrentar a disputa pelo GDF, PRD e Solidariedade terão que atrair lideranças e nomes competitivos para sustentar sua campanha.

O risco é grande. Pesquisas apontam que Paula Belmonte figura no “pelotão de baixo” entre os possíveis concorrentes ao Buriti e ainda é pouco conhecida pelo eleitor brasiliense. Como resumiu um assessor da CLDF a este colunista: “Vai ser um tiro no pé. Eu, se fosse ela, tentaria voltar ao Congresso ou buscaria a reeleição”. Resta saber até onde a deputada vai esticar a corda.

Governo Lula vira às costas para a Polícia Civil do DF 

Governo Lula vira às costas para a Polícia Civil do DF 
Foto: Divulgação/Ascom Gab. Senadora Leila

A decisão do governo Lula de negar a equiparação salarial da Polícia Civil do DF com a Polícia Federal foi recebida pela categoria como traição. Para os policiais, a medida escancara a falta de compromisso da administração petista com a segurança pública da capital federal. Fontes da PCDF relataram a este colunista que havia forte expectativa de aprovação, já que o governador Ibaneis Rocha se posicionou favoravelmente à paridade e garantiu viabilidade econômica. Nos bastidores, a negativa foi vista como retaliação política para não favorecer o grupo que comanda o Buriti.

O GDF enviou a proposta ao Planalto no início do ano. Desde então, foram várias reuniões que davam a entender que Lula aceitaria. No entanto, o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) propôs apenas um reajuste de 18%, dividido em duas parcelas. Nas redes sociais e grupos de WhatsApp, agentes da PCDF não poupam críticas ao governo Lula.

Leila defende proposta de Lula para policiais

Leila defende proposta de Lula para policiais
Foto: Divulgação/Sinpol-DF

Na contramão da bancada do DF no Congresso, que rejeitou a decisão do Planalto de barrar a equiparação salarial da PCDF com a PF, a senadora Leila do Vôlei saiu em defesa do governo Lula. Poucas horas após o anúncio, sua assessoria enviou nota à imprensa destacando que Leila tem sido a principal interlocutora junto ao Planalto e que os policiais deveriam reconhecer o “esforço” do governo em negociar.

“Agradeço a sensibilidade do governo federal em dialogar com a categoria, algo que não aconteceu no governo passado”, disse a senadora. No texto, ela reforça o argumento do Ministério da Gestão: é preciso respeitar os limites fiscais, já que cada reajuste impacta diretamente o resultado primário. Ou seja, se a condução da pauta está nas mãos de quem bate palma para Lula, a mensagem ao efetivo da PCDF é clara: ou aceitam os 18% ou ficam sem nada.

Frase do Fino

“Aqui em Brasília já estamos vivendo praticamente em clima de campanha. O jogo sujo da puxada de tapete, descumprimento de acordos, especulações e traições começou no ano pré-eleitoral. Imagina no ano que vem. As eleições de 2026 serão uma loucura total, principalmente no que diz respeito às disputas de milícias digitais. Quem não estiver preparado não terá chance de se eleger”, avaliação de um cientista político sob a condição de anonimato enviada a este colunista.

Mistério da Semana

Quais administradores regionais estão sendo cortejados para disputar vaga na CLDF em 2026 e enfrentar seus padrinhos políticos, hoje com imagem desgastada junto à população e lideranças comunitárias? Mistéééério…

*José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Tem ampla experiência em órgãos públicos, na iniciativa privada e em entidades representativas. É editor-chefe e colunista do Expressão Brasiliense e apresenta o podcast Café Expressão, com entrevistas e análises sobre política e sociedade.

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