• 29 de junho de 2025

O FINO DA POLÍTICA | Acordos, alianças e traições vão esquentar os bastidores da política brasiliense no 2º semestre de 2025

Acordos, alianças e traições vão esquentar os bastidores da política brasiliense no 2º semestre de 2025

Acordos, alianças e traições vão esquentar os bastidores da política brasiliense no 2º semestre de 2025
Foto: Reprodução/Google Imagens

Julho chega com o recesso político, mas também inaugura a temporada de articulações intensas nos bastidores. Conversas, encontros secretos e reuniões estratégicas vão pautar o segundo semestre de 2025, já que o calendário eleitoral começa a bater à porta. É hora de medir forças, pesar alianças e testar lealdades. Quem é de verdade, fica; quem está só de passagem, troca de lado. Esse é o momento em que os pré-candidatos e grupos políticos precisam tirar a máscara, se é que ainda resta alguma, e decidir com quem vão caminhar. É também quando pipocam traições, descontentamentos e recalculadas rotas. A régua política começa a medir quem tem capital eleitoral de verdade e quem só fazia volume no grupo. Tem gente que passou os últimos anos fingindo fidelidade, mas agora já ensaia a debandada em busca de vantagem — ou porque se sentiu desprestigiado, ou porque acredita que o outro lado pode render mais.

Para quem pretende disputar as urnas em 2026, a hora de se posicionar é agora. Os que seguem em cima do muro, acendendo vela para dois santos, correm o risco de passar o ano eleitoral sem bênção nenhuma. A regra mais básica da política continua valendo: é preciso ter lado. E quem for flagrado jogando em dois times ao mesmo tempo corre o risco de ser expurgado sem direito a VAR. Nos próximos meses, os boatos aumentam, os bastidores fervem e a movimentação se intensifica. A cada semana, surgem novas fofocas sobre acordos selados e traições descobertas. Quem está no jogo, especialmente os que têm mandato, trata tudo como parte do processo de construção. Mas nem todo mundo vai sair ileso. Há bônus e ônus para quem se acha mais esperto, troca de lado achando que vai sentar na janela e termina empurrado para o banco de trás. As eleições de 2026 já começaram nos bastidores, e quem não sabe o que quer pode acabar sendo apenas figurante ou, pior ainda, cabo eleitoral de luxo. Compromisso e lealdade ainda contam. E, até o Natal, a temperatura vai subir ainda mais. Quem não tiver preparo, pode acabar torrado pelo calor da pressão.

Encontro entre Ibaneis e clã Bolsonaro causou uma ciumeira danada

Encontro entre Ibaneis e clã Bolsonaro causou uma ciumeira danada
Foto: Reprodução/Google Imagens

O aniversário do bispo JB Carvalho, da Comunidade das Nações, virou evento político de alto escalão. Na última terça (24), o governador Ibaneis Rocha apareceu por lá e, para surpresa de muitos, dividiu o ambiente (e o flash) com o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle e o senador Flávio Bolsonaro. Posaram para foto, conversaram, e claro: os bastidores entraram em ebulição. A pauta, ainda que informal, passou pelas eleições de 2026. Não houve anúncio oficial de aliança, mas o simples registro do encontro foi suficiente para gerar ciúmes entre aliados. Michelle Bolsonaro, sentindo o clima pesado, tratou de publicar em suas redes: “não firmei, não fiz qualquer acordo para 2026”. A movimentação foi interpretada como uma tentativa de acalmar quem estava esperneando. E não é para menos: há forte expectativa de que ela dispute o Senado pelo DF e, nesse cenário, uma eventual dobradinha com Ibaneis tornam a dupla imbatível. Os dois lideram as pesquisas, mesmo concorrendo com nomes da própria direita, como Bia Kicis e Izalci. Talvez venha daí o ciúme: o eleitorado da direita não é tão unificado quanto parece. Nem todo eleitor de Ibaneis vota em Michelle e vice-versa. Mesmo assim, se ambos estiverem na disputa, a direita tem chances reais de faturar as duas vagas ao Senado. Sem Michelle, o risco de só Ibaneis ser eleito e a esquerda beliscar uma cadeira aumenta.

Revisão do PDOT deve dominar a pauta da CLDF após as férias

Revisão do PDOT deve dominar a pauta da CLDF após as férias
Foto: Reprodução/Google Imagens

Depois de uma semana de tensão jurídica, a revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) foi liberada pelo TJDFT e teve sua audiência pública realizada no sábado (28), no auditório da CLDF. O governo Ibaneis quer enviar a proposta à Câmara Legislativa ainda neste segundo semestre, com a meta de aprovar tudo até dezembro. E há um motivo: 2026 é ano eleitoral, e ninguém quer se queimar com um tema que divide opiniões. A revisão do PDOT prevê expansão habitacional, reorganiza áreas urbanas e, naturalmente, agrada uns e desagrada outros. A proposta é resultado de estudos técnicos da Seduh-DF e de audiências públicas com a população. O objetivo? Evitar que Brasília volte a viver os tempos de ocupação desordenada, especialmente em áreas de preservação. A Seduh, sob o comando de Marcelo Vaz, recebeu elogios durante a audiência. Mas a batalha legislativa ainda está por vir.

Militância petista usa dia do orgulho LGBTQIAPN+ para fazer politicagem no Buriti

Militância petista usa dia do orgulho LGBTQIAPN+ para fazer politicagem no Buriti
Foto: Reprodução/Instagram

As manifestações LGBTQIAPN+ costumam ser pacíficas e festivas. Mas no sábado (28), o que era para ser celebração virou encenação política. Um grupo liderado por Michel Platini, assessor da deputada Érika Kokay (PT), tentou invadir a sede do governo no Buriti para estender uma bandeira LGBTQIAPN+ na fachada. Ao ser barrado pela segurança, o grupo provocou os agentes, dizendo que estavam ali para cobrar a instalação do “Comitê Gestor do Cu”, isso mesmo, uma distorção vulgar do nome real do órgão, usado para tentar lacrar nas redes e chamar a imprensa. Ficou claro que o objetivo não era diálogo, mas provocar e gerar manchete. A causa LGBTQIAPN+ é legítima, mas o uso político e sensacionalista por parte da militância petista fragiliza as pautas reais. Politicagem travestida de ativismo não ajuda em nada.

Daniel Donizet joga contra si mesmo

Daniel Donizet joga contra si mesmo
Foto: Divulgação/MDB-DF

Lamentavelmente, o deputado distrital Daniel Donizet, do MDB, voltou a se envolver em mais uma polêmica e colocar o seu mandato em risco. Na madrugada de quinta (26), ele foi parado numa blitz da PMDF, dirigindo sob suspeita de embriaguez. Tentou a velha carteirada, ligou para figurões do GDF e colegas da CLDF. Não funcionou. No dia seguinte, choveu manifestação de repúdio. O MDB se reúne na segunda (30) para avaliar se expulsa o parlamentar, já que ele virou um peso para o partido. Na CLDF, os pedidos de investigação sobre outras acusações, como importunação sexual, estavam prestes a serem engavetados, mas a paciência acabou para alguns colegas que pediram vistas. No sábado (28), Donizet anunciou que vai iniciar um tratamento de saúde mental. Gesto nobre, mas que não apaga o histórico de escândalos. O problema é que, dentro da CLDF, ninguém quer “puxar a alavanca” para não se indispor. Só que Donizet está se destruindo sozinho. E não é falta de assessoria, e sim falta de juízo. Se continuar assim, corre o risco de transformar sua trajetória política, antes promissora, em uma crônica do fracasso anunciado.

Frase do Fino

“A direita brasiliense não vive sob a sombra de Bolsonaro e sua família. Aqui sabemos distinguir o que é melhor para o DF e o que é o melhor para o Brasil. Eles surgiram para nós em 2018, antes disso, sempre tivemos nossos grupos”, mensagem enviada por um líder de direita ao Expressão Brasiliense, sob condição de anonimato.

Mistério da Semana

Quais seriam os caciques partidários do DF que estão marcando encontros fora do “quadradinho” durante as férias de julho? A ideia é fazer conchavos futuros, longe dos holofotes e sem deixar rastro. O combinado é o seguinte: nada de fotos, vídeos ou selfies. Mas que vai rolar, vai. Quando? Onde? Com quem? Mistééééério…

* José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral. Já trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado) e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do Expressão Brasiliense. E apresenta o podcast Café Expressão, pela TV Expressão no YouTube, entrevistando autoridades políticas, parlamentares, dirigentes de entidades representativas, artistas, empresários, profissionais liberais, entre outros. É presidente do Rotary Club de Brasília, no ano rotário 2025-2026. Foi presidente da ABBP – Associação Brasileira de Portais de Notícias – de 2021 a 2024.

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