• 19 de março de 2024

“Sou candidato e estou preparado para mudar a nossa cidade”, disse o deputado Izalci (PSDB) em entrevista exclusiva

“Sou candidato e estou preparado para mudar a nossa cidade”, deputado Izalci Lucas (PSDB).

Perfil  

Ele já foi engraxate, vendedor de frutas, coroinha, seminarista, ajudante de pedreiro, entregador de jornal, escriturário, contador, professor, auditor, sindicalista, juiz trabalhista, deputado distrital, secretário e, hoje, é deputado federal. Ufa! Estamos falando do deputado Izalci Lucas, presidente do PSDB/DF. Mineiro da cidade de Araújos, chegou em Brasília em 1970 junto com a família para morar numa casa da antiga Shis, no Guará. Aqui estudou, serviu o Exército, se casou, teve filhos e hoje tem uma neta. Aos 14 anos, ajudando o pai como ajudante de pedreiro disse que um dia moraria na Península dos Ministros, do Lago Sul. Começou na política em 1997 por influência do ex-governador Arruda. Exímio contador e auditor, demonstra ter muito conhecimento e apresenta um projeto consolidado para ser o possível governador do DF. Izalci está conseguindo aglutina uma boa quantidade de partidos em torno da sua candidatura.

Confira a entrevista exclusiva que o deputado federal, Izalci Lucas (PSDB-DF) concedeu ao Expressão Brasiliense, na quarta-feira (29), falando de sua trajetória e de sua atuação como político.

izalci7Expressão Brasiliense: Deputado, primeiramente, queremos saber quem é o Izalci? O que já fez? Quantos anos tem? Como veio para Brasília?

Izalci Lucas: Sou do interior de Minas, da cidade chamada Araújos, do centro-oeste mineiro. Era município da cidade de Bom Despacho. Morava numa roça e com seis para sete anos eu fui morar na cidade para estudar. Morei em casa de parentes porque Araújos é uma cidade familiar, éramos todos parentes. Meu pai era jogador de futebol, tocava violão e casou com a minha mãe que era filha de fazendeiro. Casou com ela e foi morar na roça. Mas, ele trabalhava numa empresa chamada Micro-ondas que depois virou Embratel, onde cuidava da torre de comunicação da cidade. Então, eu estudei em Araújos até o 4º ano da época. Meus pais eram muito católicos. Meu avô, inclusive, era quem tinha a chave da igreja. E acabei devido à proximidade da minha família com o padre ganhando um bolsa para estudar no seminário da igreja, em Itaúna. Eu fui coroinha e seminarista. E meu pai, em 1968, eu já no seminário, veio para Brasília. Ele morou na Vila Planalto. E depois de dois anos, meu pai conseguiu uma casa no Guará por meio da Shis. Aí em 1970, ele trouxe a família. Minha mãe e 7 filhos. Meu pai quando chegou aqui, ele trabalhou como vigia da casa de chá, na Praça dos Três Poderes.

EB: Então, o senhor chegou em Brasília em 1970?

IL: No dia 31 de janeiro de 1970. Fomos morar no Guará. O Guará ainda estava sendo asfaltado, aquele asfalto frio…

EB: Mas, o senhor ainda continuou no seminário?

IL: Não. Eu larguei o seminário e vim. Eu fui um dos que incentivou meu pai a vim para cá. Eu tinha 14 anos.

EB: Entendi…

IL: E, eu incentivei muito meu pai a vir para Brasília porque aqui era a grande esperança de melhoria para a população brasileira. Então, ele nos trouxe. Eu estudei, inicialmente, onde hoje é a Escola Especial na QE 20 porque o Ginásio do Guará, o GG, ainda não estava pronto. Depois eu fui para o GG em abril. Aí, minha mãe conseguiu um emprego no Ginásio do Guará como merendeira por meio de um engenheiro que veio junto com meu em 1968, que era da minha cidade e trabalhava na Novacap. E eu, como a minha cidade tinha um ponto de ônibus que era passagem de quem saía daqui para Belo Horizonte, hoje já tem outra rodovia a 262, trabalhei antes mesmo de ser seminarista como engraxate, vendia laranja e distribuía jornal. Quebrei pedra porque a cidade tinha aqueles paralelepípedos e a gente ganhava por lata. Mas como eu já estudava no seminário, meus irmãos é que acabavam ralando mais. Quando eu voltava para a roça, eu levava a comida para eles. Meu irmão mais velho foi quem pegou na enxada mesmo.

EB: O senhor é o mais velho?

IL: Não, eu sou o segundo. Então chegando aqui, minha mãe que mora até hoje no mesmo lugar no Guará próximo ao colégio JK, e como perto tinha mercearia e bares, eu comecei a trabalhar nesses locais. Eu vendia laranja, vendia biscoito, nesses lugares, na rodoviária, eu me virava. Depois os meus vizinhos, a dona Maria e o seu José (já falecido), eles tinham uma banca aqui na 503 sul, a banca Pernambuco, vendo a dificuldade da gente lá de casa, meu pai trabalhando, minha mãe também e com sete meninos, eu fui trabalhar com ela e com seus dois filhos. Como era uma banca de revista e jornal, você sabe como é que é tinha que acordar de madrugada para distribuir o jornal, o Correio Braziliense. Eu levava o pão lá pra casa todos os dias. Eu ia numa padaria na 505 e no trajeto entre essas quadras, tinha o banco Mineiro do Oeste, na 504. Coincidentemente, nesse banco tinha um office-boy, também filho de uma merendeira do GG, e como eu fiz o curso de datilografia, eu passava lá e pedia emprego para mim. Eu sempre fui bom em datilografia, eu fiz um curso no Guará que dava 150 toques por minuto, até hoje eu sou bom nisso, aí eu consegui um emprego no banco com 14 anos. O emprego era com carteira assinada. Meu pai teve que me dar autorização para trabalhar como escriturário. Aí o banco foi vendido para o Bradesco em 1972, e o melhor cliente do banco, o cursinho preparatório Pré-Universitário, o melhor de Brasília daquela época, me chamou para trabalhar com eles. Saí do banco e fui ser tesoureiro nesse cursinho. Eu ganhei uma bolsa. Trabalhava de dia e estudava à noite. Trabalhei no Pré-Universitário até o momento de servir ao Exército. Eu já estava na faculdade. Consegui entrar para o Exército como aluno, aquele curso para ser oficial. Aí saindo, eu iniciei o curso de pedagogia e terminei contabilidade na UDF. Fui primeiro lugar no curso, primeiro lugar no estágio e com isso me ofereceram para continuar no Exército, naquela época ao sair já me aposentaria como coronel da PM, mas eu não quis.

izalci2EB: Por que?

IL: Eu tinha meus professores na faculdade, na verdade, um professor e dois chefes de departamentos de bancos (Banco do Brasil e Banco Central), que me chamaram para montar um escritório de contabilidade. Eu já sabia bastante sobre contabilidade mesmo não tendo me formado ainda. Montamos o escritório e quem tomava conta do escritório era eu. Nesse tempo, eu também dava aula. Eu dei aula no Colégio Alvorada, no Alpha, dei aula em Planaltina, na Asa Norte. O Alpha tinha curso de supletivo e pré-vestibular. Eu dei aula de matemática e contabilidade. No Alvorada, eu dei aula de práticas comerciais e aula de matemática para 5ª série, 7ª série. Foi aí que junto com o escritório, eu montei um curso preparatório para concurso. Depois, nós nos separamos e eu fiquei só com o escritório. Eu tinha como cliente esse pessoal que eu já trabalhava curso Pré-Universitário, Colégio Alvorada, Curso Alpha. Eu também fazia muita auditoria. Eu viajava para fazer auditoria em algumas empresas em Rondônia, Amazonas. Eu ganhei uma grana boa com isso. Comprei uma escola no Guará, construí a Escola São Francisco. Então, a minha profissão mesmo é contador, sou auditor e dei aula minha vida toda.

EB: E depois de contador, o que o senhor foi?

IL: Eu tinha mais de 50 clientes nesse segmente de educação. Eu rodei o Brasil ensinando esse pessoal de escola como fazer os cálculos de custos para definir mensalidades. Acabei montando a escola para que eu mesmo entendesse um pouco melhor sobre o funcionamento desse tipo de instituição. Não foi para ganhar dinheiro. Até porque quando você dá uma consultoria você tem que conhecer bem sobre o assunto. A Escola São Francisco foi uma das melhores do Guará. E acabei sendo presidente do Sindicato dos Contadores, depois fui presidente do Sindicato das Escolas Particulares. Como presidente do sindicato das escolas fiz muita coisa boa, como o festival do Canto, tínhamos campeonato de futebol, festival de Teatro. E fiz um debate na época com o Arruda, o Cristovam…

EB: Foi aí que o senhor entrou para a política?

IL: Sim. Foi o Arruda quem me convidou. Eu já era contador do PSDB Nacional. Eu fui contador da campanha do Mário Covas.

EB: Então a contabilidade que lhe inseriu na política?

IL: Não, foi a educação. Foi o sindicato.

EB: Mas o senhor não fazia a contabilidade do PSDB?

IL: Eu só fazia a contabilidade, era só um profissional. Não era filiado ao partido. Fiz a contabilidade do Fernando Henrique, do Serra, do Alckmin. Eu gostava muito do Mário Covas. O Fernando Henrique inclusive me indicou para a Justiça Trabalhista, eu era presidente do sindicato e da confederação nacional. Eu fui juiz da segunda instância. Naquela época tinha o juiz classista e de segunda instância que representava as empresas ou os empregados. Eu fui indicado pela confederação. Fui juiz de 94 a 97 quando saí para ser candidato.

EB: O senhor foi candidato a qual cargo?

IL: A distrital. Foi a primeira vez. Não me elegi, fiquei como suplente. Na época, eu escolhi o PSDB por conhecer a turma toda. Mas, poderia ter sido eleito. Na prática, nós chamamos para o debate o Roriz, o Arruda e o Cristovam. E só foi o Arruda. Como eu era da educação, eu tinha uma ligação muito forte com a Eurides Brito, que era muito ligada ao Roriz. Portanto, a identificação nossa era mais com o Roriz do que os outros. Ele depois me chamou para me filiar ao PL e como eu já tinha o compromisso com o PSDB, não me filiei e o Roriz elegeu o Wilson Lima pelo PSL com 3 mil e poucos votos e que tive poucos mais de 11 mil não me elegi. Acabei honrando o compromisso com o PSDB.

izalci9EB: Então, em 1997 foi quando o senhor entrou de fato para a política?

IL: Sim, foi em 1997. Em 1998, o Roriz assumiu e me convidou para assumir o SLU. Tive uma experiência com os garis que achei muito legal. Fizemos um bom trabalho nesse órgão. Tínhamos parcerias com as prefeituras de quadras. Aí eu fui para o PFL…

EB: O senhor já se passou por quais partidos?

IL: Eu estava no PSDB e o Arruda ia presidir o partido, mas aí ele teve aquele problema do painel. Ele saiu do partido e eu também. Fomos juntos para o PFL. Foi quando em 2002, me elegi deputado distrital pelo PFL junto com o Cauhy. Eu tive mais de 15 mil votos. Fiquei na Câmara Legislativa por um tempo e o Roriz me chamou para ser secretário de Ciência e Tecnologia. Na secretaria lançamos o Parque Digital, lancei também um projeto de inclusão. Eu fui conhecendo um pouco o Executivo. Aí fui candidato à federal.

EB: Isso em 2002?

IL: Sim, em 2002. O Arruda conseguiu a legenda para se candidatar a governador e eu acabei me envolvendo muito na campanha de governo e esqueci um pouco a minha, mas de qualquer forma eu tive 67 mil votos.

EB: Mas o senhor ficou como suplente?

IL: Fiquei como primeiro suplente. Perdi por 1,2 mil votos para o Rodovalho. Foram eleitos o Fraga e o Rodovalho, e eu e o Osório Adriano ficamos como suplentes. Eu assumi o cargo de deputado federal e depois eu assumi a secretaria de Ciência e Tecnologia. Foi quando implementamos o Cidade Digital com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Esse prédio que estão inaugurando lá (da Biotic que vai reunir no prédio empresas de base tecnológica, startups e instituições vinculadas à ciência, tecnologia e inovação) foi projeto da nossa época. E lancei o programa DF Digital que atendeu cerca de 200 mil pessoas com capacitação na área de informática e tecnologia…. Tem uma coisa que esqueci de falar de antes de eu ser político.

EB: O que foi?

IL: Antes de eu ser político, eu criei uma ONG chamada Abeduc.

EB: A do Cheque-Educação?

IL: Isso. Eu criei essa ONG em 1996, mas começou a funcionar de fato em 1998. O que que eu fiz? Eu peguei as vagas ociosas das escolas particulares, onde numa sala que cabia 35 alunos e só tinha 30, as escolas me davam essas cinco vagas ociosas, pois já tinham pago as contas de água, luz, telefone e os professores. A Abeduc abria as inscrições e nós ofertávamos essas vagas para quem não tinha condições de pagar para estudar numa escola particular, era uma bolsa de 50%. Procurávamos beneficiar quem tinha notas boas. O interessado escolhia três opções de escolas e íamos verificando a possibilidade de vagas dentre as opções até conseguir a vaga. Esse projeto atendeu mais de 100 mil alunos. Em 1997, eu levei esse projeto para o Paulo Renato, que era o ministro da Educação e também do PSDB, mas ele não deu muita atenção, não deu muita importância ao nosso projeto. Na época, o projeto foi lançado no Gran Circo Lar, na Rodoviária, eram filas e mais filas. No governo do PT, no governo Lula, quem assumiu o Ministério da Educação foi o Tarso Genro. O Dom Ávila, que é meu amigo e da minha família, marcou uma audiência com ele. No dia, acabou que ele viajou e quem nos atendeu foi o secretário-executivo dele, o Fernando Haddad. Depois em 2004, nasceu o ProUni. O ProUni é exatamente a cópia fiel do Cheque-Educação que criamos pela Abeduc. Então, ao invés das escolas darem a vaga para a Abeduc, elas dão para o governo. Elas deduzem dos impostos que tem pagar para o Estado. Mas tem milhões de alunos que são beneficiados com isso. E óbvio que eu pulei de 15 mil votos na minha eleição para 67 mil votos. Grande parte dos meus votos é retribuição e reconhecimento desse trabalho que fiz com o Cheque-Educação.

izalci6EB: Deputado, agora entrando para a parte política. Quais foram os principais projetos que o senhor destaca que são importantes para a população, como distrital, por exemplo?

IL:  Veja bem. Na prática, eu sempre soube que para mudar alguma legislação referente a educação era na esfera federal. Então eu não tinha como ir direto para a área federal na política. Fui para a Câmara Legislativa. Mas, eu só conseguir entrar na política por causa da educação. Eu sempre estudei com bolsa. Até na mesmo na UDF era bolsa. Eu estudei contabilidade com o crédito educativo. Tudo o que eu tenho, eu devo a educação. Por isso que criei a ONG que foi uma forma de retribuir com aquilo que eu sempre tive. Atuando no segmento educacional, que percebi que as mudanças passam pela política, gostando ou não gostando. Você não consegue fazer nada se não for através da política. Por ter essa relação com as escolas, percebi que precisava entrar para a política. Então entrei na CLDF, e por ser auditor, a primeira coisa que eu fiz foi uma auditoria. E para minha decepção, quando ganhei a eleição para a terceira-secretária que cuida do processo seletivo, tive que ir parar na Justiça. O PFL só tinha eu e o Cauhy, e o regimento dizia que para concorrer, tanto quanto possível pelo menos três deputados ou uma coligação para poder concorrer à eleição da mesa da CLDF. Mas, como estava escrito tanto quanto possível encaramos o negócio. A Anilcéia que era do PSDB (hoje conselheira do TCDF), o Chico Leite do PC do B e o Augusto Carvalho do PPS compuseram uma coligação para concorrer a terceira-secretária e entraram na Justiça questionando que éramos somente dois distritais. Aí na Justiça, nós ganhamos por três a dois. Quando assumi o posto, eu fiz uma auditoria na questão do processo legislativo e fiquei estarrecido. Os caras votavam 100 projetos de uma vez só. Era assim: projeto de 1, 2, 3, … 100. Pronto, está aprovado. Por que isso? Eles combinavam entre eles. Nessa época tinha muito essa questão de mudança de destinação de terreno para posto de gasolina e por aí vai…

EB: Isso já foi uma decepção na política?

IL: Lógico. Os interesses eram comerciais. O Roriz tinha um problema. Ele tratava a Câmara (Legislativa) da seguinte forma: enviava o projeto pela manhã e achava que à tarde já deveria estar aprovado e no dia seguinte já estar no Diário Oficial a Lei aprovada. A gente entrou e começou a questionar isso, o processo legislativo. Então, a gente forçou a barra para que os projetos passassem pelas comissões, que eles fossem debatidos. Eu fui muito questionado. Até hoje eu tenho dúvidas se fui chamado para ser secretário pela minha capacidade de fazer ou porque eu estava atrapalhando. Isso era um absurdo. Para você ter ideia, eu aprovei uma emenda de um projeto que 1 ano depois eu comentando com o secretário da pasta referente a essa emenda: vem cá, como é que está em relação a isso? E ele: não, não tem nada disso. Aí eu fui ver a Lei e não constava a minha emenda que fora aprovada. Ou seja, na redação final os caras retiraram a minha emenda. A coisa não era fácil. Então, acho que foi que me levou para o Executivo. Mas, eu voltei para terminar o mandato. Você não via muito idealismo. Eu entrei na política com muito idealismo. Eu nunca fui muito partidário. Eu trabalhava de manhã, de tarde e à noite e não tinha tempo para isso. Então, eu pensava que todo mundo estava ali para melhorar as coisas. Para mim, ir para o Executivo foi muito bom. Eu gostei mais.

EB: Vamos se dizer que o senhor era mais acostumado?

IL: Sim, pelo fato de ser auditor e ter minhas empresas, eu me identifiquei mais com o Executivo. Eu gosto mais de fazer as coisas. No Legislativo, tem muita discussão, muito debate, muita conversa que impede você às vezes de fazer as coisas. É muito difícil. Mas, que de qualquer forma, é importante. Eu aprovei leis como essa da placa do elevador, verifique se o mesmo encontra-se neste andar, é minha. A lei do abate humanizado de animais também é de minha autoria. Eu consegui aprovar uma lei para o Cheque-Educação, só que não foi executado porque dependia de o governo executar. Fizemos uma lei que envolvia o Estado e os empresários.

EB: E como federal, quais projetos o senhor conseguiu implantar?

IL: Como percebi que as mudanças na educação tinham que ser no âmbito federal, eu já na próxima eleição me lancei como deputado federal. Fiquei como suplente, assumi por alguns dias o cargo e depois assumi a secretaria (de Ciência e Tecnologia) novamente. Acabou que o Osório Adriano foi quem ficou como deputado federal. Implantamos um monte de projetos como o bolsa universitária. A gente dava uma bolsa integral para o aluno e em contrapartida ele dava expediente de 20 horas semanais numa escola pública ajudando no reforço escolar.

EB: Mas, isso foi no Executivo?

IL: Sim. Evidentemente que tive que fazer vários projetos. Esse do bolsa universitária tinha aqueles alunos que ganhavam 100% e 70% da bolsa. Aqueles alunos que não podiam fazer as 20 horas semanais prestavam serviços aos finais de semana para o governo em outros órgãos. Foi uma grande conquista. Essas leis (bolsa universitária e DF Digital) nós aprovamos na CLDF eu já como secretário. Aí na segunda eleição como federal, eu tive 100 mil votos em 2010.

izalci4EB: Que foi o seu primeiro mandato como titular?

IL: Como titular foi. E foi como titular que assumi a Comissão de Educação da Câmara Federal. Mas, o fato de ser secretário de Ciência e Tecnologia nos governos Roriz e Arruda, acabei que criei a Frente Parlamentar da Ciência, Tecnologia e Inovação na Câmara. Na Câmara, eu me envolvi muito na questão do Plano Nacional de Educação que era o principal projeto de mudança na educação. Conseguimos aprovar o Plano, agora falta executar. Por exemplo, a liberação dos royalties para a educação, a Dilma não mandou isso para a Câmara. Fui eu que consegui aprovar uma emenda para isso. Na criação do Pronatec, eu fui o presidente da comissão. Conseguimos avançar em muitas questões. Eu era titular de uma comissão e suplente de várias. Na Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia e Inovação consegui colocar uma emenda à Constituição que insere a palavra Inovação. Conseguimos trabalhar para rever todo o marco regulatório de Ciência e Tecnologia.

EB: Hoje o senhor então está no seu segundo mandato como federal?

IL: É considerado o terceiro porque eu assumi como suplente no passado. Este mandato agora, já pensando em disputar o governo, eu estou participando de propostas que são para mudar. Eu participei da reforma do ensino médio, onde só o Brasil tem esse modelo, que é uma coisa maravilhosa. O aluno já sai da escola já direto para o mercado de trabalho. A questão das terras irregulares, o Brasil todo tem esse problema. Aqui em Brasília, nem se fala. Eu fui o presidente da Comissão (Mista) que analisou a regularização fundiária. Quer dizer, o governo agora só não regulariza se não quiser. Eu consegui colocar uma emenda que abate as benfeitorias feitas pelos proprietários, isso não estava. Essa emenda reduziu, em média, 42% do preço do lote. Só vai ser possível regularizar porque o preço ficou viável. Por exemplo, o Ville de Montaigne o preço do lote ia ser de cerca de 400 mil. Com o abatimento, esse valor caiu. Outra coisa que a medida não previa era que aqueles que não edificaram não era atendido. Consegui aprovar uma emenda para beneficiar quem respeitou a lei e não construiu. Pensei, todos tem o mesmo direito, pois pagam condomínio, IPTU e as benfeitorias. E consolidamos a questão dos condomínios fechados. Num momento como esse, que não tem segurança nenhuma, imagina você pegar 1 mil condomínios e tirar as guaritas. O governo não tem condições de fazer a segurança e a conservação. Hoje dentro dos condomínios quem cuida da segurança e limpeza são os condôminos. Se derrubassem as guaritas, o Estado teria que passar a cuidar desses locais. E tem a questão das áreas rurais que agora nós conseguimos viabilizar a questão de preço, a escritura para quem tem a questão do interesse social. As zonas rurais então são passíveis de regularização. Isso, inclusive, vai incrementar a economia. O produtor rural não podia comprar um trator porque sua propriedade não tem escritura, hoje não isso pode ser resolvido com a lei que nós aprovamos. Eu levantei com todas as partes quais os gargalos que nós podíamos resolver. O que falta no Brasil é isso, o planejamento. Brasília perdeu muitas empresas por causa dos incentivos fiscais para Goiás e Minas Gerais. Agora, que fazendo o debate na Câmara que descobri que isso é fruto da autonomia política do DF. Essa autonomia é parcial. Por exemplo, o Ministério Público de Goiás não processa as empresas por receber incentivos fiscais. Aqui em Brasília, o MP entra com ação. Por que? Porque o MP daqui tem vínculo com a União. Os MPs dos outros Estados recebem o dinheiro oriundo daquele Estado o qual está integrado.

EB: E o que isso gerou?

IL: Conseguimos aprovar uma lei que dá a Brasília a autonomia de dar os incentivos fiscais as empresas. Coisa que não podia se fazer. É praticamente impossível você governar o DF sem isso. Nós temos hoje cerca de 3 milhões de habitantes e mais 2 milhões no Entorno. O serviço público não absolve essa demanda toda. Você tem que criar condições de desenvolvimento econômico. Então, a gente vem desde 2011 trabalhando um projeto de governo…

EB: Desde 2011 o senhor vem se preparando para disputar o governo?

IL: Sim. O que falta no Brasil é isso, planejamento. Onde nós queremos chegar? Não podemos ter um ministério, cada secretária ou administração regional vinculada a um partido…

izalci5EB: O senhor não é favorável a isso?

IL: Lógico que não. Nós temos que definir o que queremos para a cidade. Estamos fazendo um planejamento estratégico para a cidade para daqui a 30, 40 anos. Política de Estado.

EB: O senhor acha que devido ter sido deputado distrital, deputado federal e secretário adquiriu experiência para querer governar o DF? O senhor vai ser candidato então?

IL: Hoje, eu sou pré-candidato. As alianças estão bem costuradas para fazer uma grande mudança.

EB: O senhor crê que tem chances?

IL: Já temos uma grande aliança. O grupo que eu vinha conversando só se discutia nomes. Vai para onde? Não é por aí. Não é nome que vai salvar Brasília. O que vai salvar Brasília é um projeto estruturado. Por exemplo, a eleição para administrador que era uma bandeira desse governo não tem a mínima lógica. Eleição só combina com autonomia orçamentária-financeira. Eu digo nas cidades. Eu estou construindo um projeto por cidades. É melhor ter um administrador que ninguém gosta, mas que faz tudo que a cidade precisa do que aquele bonzinho e não faz nada. Então, isso de administrador ser da cidade é irrelevante pelo que vai ser feito. Nós criamos um projeto chamado Todos pelo DF. Todos por Taguatinga. Todos por Samambaia.

EB: E o senhor está circulando pelo DF?

IL: Sim, faz muito tempo. Quem sabe o que é melhor para cidade é quem está na cidade. Não adianta nada ficar só no gabinete. Nós estamos levantando todas as necessidades de cada cidade. Quanto maior a cidade, maior é o seu problema. Como é que nós podemos resolver isso? É um projeto de 20 anos, 30 anos. Tem que fazer o planejamento. Agora, o que é prioridade. Você tem que fazer esse levantamento para estabelecer as metas e saber o que fazer para atingir essas metas. Feito isso, você consegue definir o que vai fazer no primeiro ano. Quanto é que custa? 100 milhões. Você dá autonomia para o administrador fazer não o que ele quer e sim o que está planejado. Ontem um cara me falou uma coisa que é certa. Hoje, o governo do DF é um governo tecnológico para a arrecadação e analógico na gestão. Hoje, o Detran tem radares que mede a média de velocidade dos carros, tem drones. Na arrecadação de multa, o governo do DF é tecnológico e na gestão analógica.

izalci8EB: Como o senhor avalia o atual governo?

IL: Péssimo. Aliás, para chegar a ruim ele vai ter que melhorar muito. Ele (Rollemberg) destruiu Brasília. Eu diria que o Agnelo foi um governo irresponsável e o Rodrigo um governo incompetente. O Rodrigo só conseguiu pagar a folha porque ele meteu a mão na previdência. Se não tivesse feito isso, ele não teria pago os servidores.

EB: O senhor acha que faltou gestão?

IL: Total. Faltou experiência, faltou conhecimento. Hoje eu vejo que a grande bandeira dele são as derrubadas. O cara para derrubar uma casa, primeiro ele não devia deixar construir, uma ação preventiva, mas depois que o cara construiu, vendeu tudo o que tinha, paga IPTU, água, luz, aí ele chega e derruba o negócio assim. Parece que ele sente prazer com isso. É coisa de um cara que nunca ralou na vida. Fazer isso com quem ralou, que trabalha de manhã, de tarde e à noite, isso é frustrante. Vou te dizer uma coisa. Esse engenheiro que veio da minha cidade com meu pai, aos finais de semana, fazia trabalhos por fora como reforma e tal. Ele chamava meu pai para fazer rejunte e a gente ia junto. Uma vez eu fui com eles para a Península dos Ministros, no Lago Sul. Eu disse a eles: um dia eu vou morar nesse lugar aqui. Eu tinha uns 14 anos.

EB: Hoje o senhor mora lá?

IL: Eu moro lá. Quando saí do Exército, eu fiz um serviço que me rendeu uma boa grana e com isso construí uma casa nos fundos da casa dos meus pais. Depois meu avô materno morreu e minha mãe recebeu uma herança de deu para comprar outra casa no Guará. Depois eu casei.

EB: O senhor é casado?

IL: Sou casado e tenho 3 filhos. Tenho agora uma neta. Eu casei em 1978. Conheci minha mulher ela tinha 14 anos. Nos casamos quando ela tinha 21 anos. E moramos no Guará.

EB: Deputado, voltando para a questão das eleições. O grupo que o senhor fazia parte, está rachado? O Dr. Frejat diz que o acordo está mantido? Não existe mais esse grupo?

IL: Existe parcialmente.

EB: Por que?

IL: Veja bem. Eu que fiz a primeira reunião. Foi numa casa do Park Way. Fui eu, Jofran, Filippelli, Fraga, Alírio, na época, o Gim ainda estava solto e participou. Nós combinamos que tínhamos que tirar pessoal do governo que estão aí porque são muito ruins. A gente combinou que quem estivesse melhor na época da campanha seria o candidato ao governo. Melhor não significa estar na frente das pesquisas. Por exemplo, Marconi Perillo tinha 3% e o Íris tinha 70%, e o Marconi levou. O Dória tinha 3% e levou. Tem que ver que tem uma rejeição baixa, quem consegue aglutina a maior quantidade de partido. Então, a gente se reuniu várias vezes. Mas, nunca se falou num projeto. Só se falou em nomes, mas projeto não. E eu venho trabalhando projeto. Desde 2011 que eu venho fazendo um projeto para a cidade. A penúltima reunião foi lá em casa. Foi quando o Filippelli nos comunicou que não seria mais candidato em função dos acontecimentos. Ele disse: olha eu não sou mais candidato, mas eu quero indicar alguém na majoritária. Aí nós respondemos que não. Para evitar problema, nós terminamos a reunião. Aí na última reunião, na casa do Fraga, se falou em fazer a pesquisa. Falou-se em fazer no final de março. Todo mundo com aquela dúvida porque o Rodrigo tinha indicado gente do PSDB para o governo, plantando notícias que me eu não teria mais o partido. E eu dizendo que não. Ninguém acreditava mais que eu seria candidato e eu disse vamos deixar para fazer a pesquisa mais frente porque ninguém sabe se que eu vou ser candidato. Aí eles não vamos fazer agora. Já o Jofran, não vamos pesquisa nenhuma, já está resolvido. Isso porque ele estava na frente. O Alírio já não gostou. Aí eu levantei a questão da reunião anterior ao Filippelli: e a questão do vice? E ele me respondeu: o meu vice é o Rôney. O Fraga falou que não porque tinha que ter um nome compatível com o grupo. Imagina você colocar um vice que no dia seguinte vai tentar derrubar o governo ou sair da aliança. Você tem que ter bom senso. O Filippelli disse que não abria mão. O Alírio saiu do grupo e lançou a candidatura dele e eu também saí fora e lancei a minha.

EB: E aí?

IL: Em função dessa fragilidade do PSB, o Márcio França, que é o vice-governador de São Paulo, vendeu para o Alckmin que o partido dele caminharia com o PSDB. Acontece que eles sempre caminharam com o PT, eles são socialistas. Eles nunca caminharam com a gente. Eu tinha certeza que aqui não ia acontecer isso. Aí o PSB fez a convenção nacional aqui em Brasília e fecharam a questão que teriam candidatura própria (na mesa ao lado estavam Carlos Siqueira, Alessandro Molon e Joaquim Barbosa), no caso o Joaquim Barbosa se vier, ou se coligariam com um partido de esquerda. Ou seja, descartaram o PSDB.

izalci3EB: Tentaram tirar o partido do senhor?

IL: Sim, o Rodrigo (Rollemberg) tentou um esvaziamento do meu partido. Colocou a Abadia no governo, nomeou gente do partido. Ele nomeou até gente do meu gabinete. Fez o que ele podia fazer. Aí surgiu uma questão que vai dar certo. Encontrei com o Rosso e fechamos que o PSDB e o PSD vão caminhar juntos. Vai dar certo porque o Kassab, presidente do PSD, vai ser o vice do Dória em São Paulo. O Dória foi para as prévias e ganhou com 80% e será candidato ao governo de São Paulo. Já falamos com o Dória e com o Kassab. Como o Rosso estava falando com o Cristovam, ele comunicou ao senador. Aí estamos fechados.

EB: Então está consolidada a aliança PSDB e PSD?

IL: Sim, está consolidada. Hoje nós vamos sair juntos.

EB: Não há condições do senhor voltar a sentar com o grupo do Dr. Frejat?

IL: Hoje, não. A não ser que o Frejat venha como candidato ao senado. Acho mais fácil, ele vir para cá do que eu ir para lá.

EB: E agora?

IL: Nós fechamos uma composição com o Cristovam e o Reguffe também. Tem outros partidos que estamos conversando como o PRB, PSC, DC, PMN, PMB, ou seja, um monte de partido que nós estamos conversando. Estamos montando as nominatas juntos. Essa composição nossa, hoje, já tem o maior tempo de televisão. Então, nós vamos lançar uma chapa que eu não chamaria como terceira via porque podemos ser a primeira via. Então, nós temos aqui, eu, o Rosso, o Cristovam, temos o apoio do Reguffe, o Alírio, que estamos tentando trazer, pois dificilmente ele voltará para lá, e os evangélicos com esse grupo que citei. Nós estamos com essa chapa muito bem consolidada. É mais difícil a gente voltar a conversar com o Jofran. Ontem, um cara me disse que o Jofran não seria mais candidato. Não sei. Como está uma briga danada. O Filippelli que gerou isso com esse radicalismo porque quer impor o vice e não é nem candidato. Nós já estamos debatendo as propostas. Ontem, eu estive com o Cristovam e o Reguffe. O Cristovam é muito ligado a educação assim como eu.

EB: O senhor não acha que essa ligação com o Cristovam não venha a ser ruim?

IL: Nada, eu acho ótima.

EB: Ele carrega esse negócio de ser de esquerda?

IL: Ele evoluiu quanto a isso. Nós vamos trabalhar para gerar empregos, desenvolvimento econômico e priorizar a saúde, a educação e a segurança, ponto. Ele fez um artigo recentemente exatamente nessa linha. Você não tem como ofertar um serviço público de qualidade se não tiver desenvolvimento econômico.

EB: A composição então…

IL: É resgatar o DF. Modernizando, inclusive, a gestão. O que nós estamos querendo fazer? Ouvindo muito a comunidade. É você quase dar toda a autonomia para as cidades. Não tem sentido o cara de Samambaia ou de Brazlândia sair de lá para resolver um problema no Plano Piloto. Brazlândia tem hoje a segunda maior catedral do País, depois de Aparecida, ela é maior do que Trindade, e qual o turismo religioso que tem ali? Ninguém, nem sabe que tem a catedral daquele tamanho. A cidade também é a maior produtora de morango, de goiaba e tem muitas granjas. Tem que investir na agroindústria para colocar valor agregado nisso. Eles não podem se restringir em produzir apenas a fruta. Tem que incentivar a fazer a geleia, o suco e outros produtos por meio da fruta. Tecnologia e Inovação. É uma bandeira nossa. Estamos lançando agora dia 18 de abril lá na Câmara, um projeto que o Brasil vai ser piloto. O Brasil é o 13º em artigos científicos de proposta de conhecimento. Mas, é só nos artigos. Não consegue transformar isso patentes, em trabalho. Nós vamos fazer um seminário internacional sobre isso e o Brasil vai criar centros de desenvolvimentos regionais. Fazer o que eu já estou fazendo. É estou as vocações de cada cidade. Quais os arranjos produtivos que são possíveis trazer para Brasília. O que eu quero é que as cidades sejam independentes. Por exemplo, Brazlândia tem todas as condições dela funcionar sem depender do resto. Pode ter escola de qualidade, pode ter educação integral. Agora, tem que tem autonomia econômica. Você tem que desenvolver. Tem que fazer um polo de desenvolvimento em todas as cidades. O administrador tem que ser igual um prefeito. Olha, Ceilândia é do tamanho de Cuiabá. O administrador de Ceilândia não tem autonomia para tampar um buraco em frente à administração. Está muito atrasado. A gente tem que dar autonomia para as cidades e a gente tem que compatibilizar o governo com a CLDF. Então, tem que fazer um trabalho também para renovar a CLDF. O PSDB lançou um projeto de ter um candidato por cidade. Nós estamos lançando um candidato por cidade. Porque as cidades não têm os seus representantes. Você pega a Ceilândia. Se a população soubesse a importância de ter um deputado distrital. Deputado da cidade. A cidade tem 300 mil eleitores. Tem nenhum deputado na CLDF que teve 30 mil votos. Ceilândia poderia ter 10 de 30. Imagina se Ceilândia tivesse 10 deputados distritais. Ceilândia seria outra.

EB: Hoje tem a Luzia de Paula, o Chico Vigilante…

IL: Luzia teve só 5 mil votos de um universo de 300 mil. Taguatinga tem 222 mil eleitores. Na última eleição, tinha 167 mil eleitores e teve 136 mil votos válidos. Dos quais 120 mil foram votos de pessoas que não são de Taguatinga. Ou seja, Taguatinga não tem deputado. Aí você pega o orçamento da administração de Taguatinga e está lá: 92% para pagamento de pessoal. Iluminação, zero. Manutenção, zero. Tudo, zero. Está largada.

izalci1EB: O senhor tem um projeto consolidado?

IL: Tenho. Estou trabalhando desde 2011.

EB: Um senhor fez uma espécie de raio-x?

IL: Eu estou andando em tudo. Por exemplo, eu conheço muito a área rural. Acompanho o pessoal do Incra. Do MST aos produtores rurais. Esse pessoal tudo me conhece.

EB: E a questão da nominata do seu partido?

IL: Nessa linha. Eu limitei para quem tem até 12 mil votos.

EB: Hoje o PSDB tem um representante…

IL: Não tem representante. E nem tem legenda para reeleição. O Robério já sabe disso. E tem que ficar claro isso. Porque não tem compromisso com o partido e nem com a cidade. Ele tem compromisso com a empresa dele.

EB: Da forma que o senhor está trabalhando, ele então não tem espaço?

IL: Não tem. A legenda nossa hoje é a seguinte. Se chegar alguém hoje com 12 mil e um voto, não tem legenda. Se tiver, 11.999 votos, tem legenda.

EB: Por que?

IL: É a forma que a gente tem para atrair os candidatos. O projeto desde o início que assumi o partido, eu digo, nós queremos um candidato por cidade. Então, temos que defender o projeto. Tem que ter gente para defender a cidade. E segundo, tem que ter gente da comunidade para fazer que esse projeto não morra. Aqui cada governo que entra, não dar continuidade ao projeto do outro. O projeto tem que ser uma política de Estado. Nós estamos passando uma procuração para o outro ao não querer votar. Aí fica pior. Quem não gosta, será governado por quem gosta. Hoje as pessoas fazem a matemática. Ninguém vai querer o PSDB porque o Robério está aqui. Mas ele está saindo.

EB: E qual a mensagem que o senhor deixa para o seu eleitor, para os nossos leitores e seguidores do Expressão Brasiliense?

IL: Primeiro, as pessoas devem ter a consciência de quem não gosta de política será governado por quem gosta. Quando você não vota, você está passando a procuração e não pode reclamar depois. E a solução é você participar. Não só nas eleições, mas durante o mandato. Para exatamente, avaliar se a pessoa merece voltar ou não. As pessoas de bem estão se afastando. Eu poderia largar isso faz muito tempo. Mas se eu largar, a turma toda conta. Tem que fazer o contrário. Tem que ocupar o espaço. As pessoas precisam acordar, participar. Nome não resolve nada. Não adianta achar que um grande empresário que nunca esteve na política, agora vai entrar e vai resolver. Tem que ter sensibilidade política. No privado, você faz tudo que a lei não te proíbe e no público, é ao contrário, você faz aquilo que a lei te permite. O que falta nesse governo é isso. Eles não têm essa sensibilidade. Hoje se perde milhões porque não apresentam projetos. Por incompetência. Porque não sabe executar. Nos perdemos muito dinheiro na saúde. Você coloca emenda e eles não conseguem executar. Nos últimos nos perdemos cerca 1 bilhão no FCO porque não soube executar, coisa simples. Aí você devolve uma emenda para a União. Eu coloquei uma emenda para a Vila Planalto para fazer uma creche desde 2014 e até hoje está lá. Outra coisa. O governo precisa ter credibilidade. Quem é que vai investir em Brasília? Ninguém. O Centro Administrativo foi a primeira PPP daqui. Houve faturamento porque a Odebrecht que fez. O governo poderia já estar lá. Mas, e quem é que vai investir aqui se a primeira PPP deu errado. O Jofran disse que ia transformar aqui lá em uma faculdade. Outro disse que ia transformar num hospital. Lá foi feito para ser o Centro Administrativo e tem que ser o Centro Administrativo. O Buritinga foi uma experiência maravilhosa. Aqui em Brasília, você não resolve nada se não for pontual. O secretário de Meio Ambiente e o de Obras não resolvem nada se não estiver integrado. Nada melhor do que ter todos juntos. Então, sou candidato e estou preparado para mudar a nossa cidade.

Da Redação

Fotos: Divulgação/Izalci Lucas e Expressão Brasiliense

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