Expressão Brasiliense Antes de embarcar para os Estados Unidos e participar da Conferência da ONU em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu a cúpula do partido e auxiliares próximos para analisar os cenários eleitorais de 2026. Um dos pontos de maior tensão foi o Distrito Federal, onde o petista amarga índices de rejeição expressivos, segundo pesquisas recentes.
Lula deixou claro que está ‘puto’ com o PT-DF, culpando os correligionários locais pelo seu fraco desempenho nas pesquisas de opinião mesmo com seu governo destinando recursos para a região. Ao ser informado de que sua imagem segue em baixa entre os brasilienses, o presidente reagiu com irritação.
Outro fator que teria azedado ainda mais o humor de Lula foi o peso da acusação de que ele seria o responsável por não conceder o reajuste às forças de segurança pública do DF — tema delicado e caro para os eleitores da capital.
Cappelli para o GDF
Segundo interlocutores do PT, Lula não poupou palavras duras e criticas aos companheiros do DF durante a reunião. O presidente teria dito de forma taxativa que pretende apoiar o pré-candidato do PSB ao Governo do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, atendendo a um pedido do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Além de reforçar o compromisso com a aliança nacional, Lula demonstrou simpatia pelo estilo agressivo de Cappelli, que vem disparando ataques contra Ibaneis Rocha (MDB) e Celina Leão (PP), mesmo sem apresentar provas das acusações.
Na avaliação de Lula, Ibaneis e Celina “jogam o jogo certo da política e estão disparados nas pesquisas”, enquanto o PT-DF segue perdido, sem estratégia e sem moral com o eleitorado local.
O petista dá a entender que é bem melhor perder em Brasília com Cappelli gritando seu nome do que levar outra surra nas urnas com seus companheiros de calças arreadas.
Mais uma rasteira
Uma das fontes ouvidas revelou que o presidente está determinado a definir rapidamente os candidatos que terão seu apoio em cada estado para dar tempo de estruturarem as campanhas e fortalecerem sua própria candidatura a reeleição em 2026.
A grande dúvida é: será que os petistas do DF vão aceitar, mais uma vez, engolir um forasteiro na cabeça de chapa ao Buriti?
Em 2022, Lula e a direção nacional do PT impuseram uma candidatura fraca, a do ex-distrital Leandro Grass que terminou derrotada já no primeiro turno para Ibaneis Rocha.
Se o pupilo de Rodrigo Rollemberg for confirmado como candidato oficial de Lula em 2026, a militância local terá que prestar continência ao “doutor Cappelli”.
E o PT-DF, mais uma vez, pode acabar relegado à vala comum da política brasiliense.
Pelo visto, Cappelli conseguiu o que queria: dar uma rasteira nos companheiros do PT.
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