• 23 de novembro de 2024

MUDOU A CONVERSA | Alexandre Padilha diz a Izalci que o governo federal ainda quer debater a proposta de reajuste com as três categorias das forças de segurança do DF

A saga das forças de segurança pública do DF para conseguir o tão sonhado reajuste salarial ainda perdura e para piorar a situação, o governo federal sinaliza que não está disposto a encontrar uma solução que atenda a todos. Nesta segunda-feira (12), o senador Izalci Lucas, do PSDB-DF, divulgou vídeo revelando que esteve com o ministro-chefe da Secretaria das Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, e que foi informado que o Executivo ainda não vai encaminhar ao Congresso Nacional o PLN que trata da recomposição salarial de policiais civis, PMs e bombeiros da capital federal.

Segundo o senador, o ministro Padilha ao ser cobrado sobre o acordo firmado na reunião da semana passada entre o presidente Lula e os líderes das bancadas partidárias no Senado, não titubeou em dizer que o governo não vai encaminhar o PLN nesta semana como combinado.

Ao responder Izalci, Alexandre Padilha teria dito ao tucano que o governo federal quer promover uma reunião com dirigentes de entidades das três categorias que serão contempladas e apresentar uma nova proposta.

A postura do ministro confirma a informação divulgada pelo Expressão Brasiliense, na coluna O Fino da Política, no dia 30 de abril,  de que a recomposição salarial das forças de segurança não está na pauta de prioridade do governo Lula.

Outro motivo que pode ter levado o Planalto a segurar o envio do PLN ao Congresso foi a reclamação feita pela cúpula do PT-DF para que os ‘companheiros’ da legenda sejam apontados como os signatários das ações do governo federal e não parlamentares da oposição como o senador Izalci Lucas. Infelizmente, o jogo político é assim.

Atendimento comprometido

Paralelo às negociações e articulações junto ao Planalto, os dirigentes e líderes das categorias já falam em cruzar os braços. Os policiais civis estão prontos para paralisar os serviços e atendimento nas delegacias a qualquer momento e deixar o caos tomar de conta.

No caso dos PMs e bombeiros, que são impedidos de entrar em greve por força da lei, há rumores de que eles vão passar a atuar de forma lenta e demorada no atendimento à população.

Já o GDF tem trabalhado para que o governo federal se sensibilize a dar celeridade no envio da proposta para o Congresso Nacional. O governador do DF, Ibaneis Rocha, do MDB, tem procurado se aproximar do governo Lula, mesmo depois do episódio envolvendo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que chamou Brasília de ‘ilha da fantasia’. 

Nos bastidores, o clima de tensão é notório. Os policiais civis e militares e bombeiros do DF já demonstram que estão cansados desse jogo de intriga política que prejudica as três categorias. O governo federal tem evitado se manifestar sobre o assunto e as notícias que chegam partem de parlamentares como o senador Izalci. 

O GDF tem feito o que está ao seu alcance dentro do limite da prudência a fim de evitar algum ruído. E as entidades representativas dos trabalhadores da segurança pública do DF continuam lutando para vencer esse embate político para que profissionais dessas três corporações possam amenizar as perdas e prejuízos dos últimos anos.

Por ora, a bola está com o Planalto. O que se tem de concreto é que os policiais civis, PMs e bombeiros da capital já não aguentam mais tantas promessas e reuniões que não chegam a um consenso que atenda a todos. Por todo o comprometimento e dedicação com a população brasiliense, esses profissionais não merecem tamanho desrespeito. 

Foto: Ricardo Stuckert/PR

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