A Justiça do Distrito Federal concedeu medida protetiva para a filha do ex-presidente nacional do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), Eurípedes Junior, por suposta agressão cometida por ele. A jovem, de 19 anos, registrou uma denúncia na última quarta-feira (8). A defesa afirma que houve um “desentendimento”.
Pela decisão, o político deve manter uma distância mínima de 200 metros da filha, de acordo com os advogados de Eurípedes, Paulo Henrique Gonçalves e Bruno Pena.
Ele foi indiciado pela Polícia Civil do Goiás após a filha registrar a ocorrência e um laudo atestar marcas de pancadas e mordidas pelo corpo. A briga teria sido motivada pela posse de um carro.
Ela relatou que as agressões ocorreram na sede do Pros, em Planaltina de Goiás, região do Entorno do Distrito Federal. Eurípedes teria oferecido R$ 15 mil em troca do carro dela. A jovem depôs que não concordou com a proposta do pai, mas que ele pegou a chave das mãos dela e começou as agressões.
Após conseguir pegar a chave, Eurípedes teria entrado no veículo e jogando pela janela o celular e o carregador da filha, de acordo com os relatos da jovem à Polícia Civil.
O advogado Bruno Pena afirmou que a decisão da medida protetiva foi proferida na última sexta-feira (10) e foi recebida com “normalidade” pela defesa, que espera “explicar” o caso.
“Durante a instrução do processo, vamos ter a oportunidade de exercer o contraditório e explicar que houve um desentendimento no momento em que o pai estava corrigindo sua filha”, afirmou.
A versão apresentada pela defesa afirma que Eurípedes financiou o carro para a jovem, mas “em razão da filha não ter pagado nenhuma das prestações, o pai a chamou para conversar e decidiu retomar o carro”.
Afastado da presidência
No sábado (11), o Pros decidiu destituir Eurípedes da presidência nacional do partido. De acordo com nota divulgada pela sigla, a decisão foi unânime e foi tomada em reunião do Diretório Nacional, em Brasília.
Segundo o Pros, Júnior é acusado de desviar recursos dos fundos partidário e eleitoral, financiados com verba pública, além de lavagem de dinheiro. Os casos começaram a surgir em 2016.
O partido relatou que, no começo de 2019, investigações da Polícia Federal indicaram desvios de mais de R$ 5 milhões, que deveriam ser destinados inicialmente às campanhas de candidatos do Pros.
(G1)