Para quem assistiu a capital federal sucumbir com a Operação Caixa de Pandora, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2009, e ir parar na UTI política, sabe bem que a mistura de Gim com Arruda causa danos severos. Dependendo da habilidade do “médico” que prestar os primeiros socorros, o paciente — neste caso, o Distrito Federal — pode não resistir.
Que o digam os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB), que não tiveram competência para tirar o DF da maca da UTI. O último dos esquerdistas a sentar no Buriti entregou a capital do País em coma ao sucessor.
Mas voltemos à mistura que tem feito a cabeça de quem ainda vive a ressaca de tempos passados, à espera de poder saborear novamente esse veneno e entrar em transe, dominado pelas velhas práticas políticas.
A possível volta de políticos que foram parar na cadeia, seja por atos de corrupção ou outros crimes, como o ex-governador José Roberto Arruda e o ex-senador Gim Argello, confirma a tese de que parte do eleitorado brasileiro tem memória curta, ou simplesmente não se importa em caminhar ao lado de quem meteu a mão nos cofres públicos.
O oba-oba em torno de Gim e Arruda tem causado alucinações variadas em seus aliados. E, para manter vivos os devaneios, a dupla conta com as modernas ferramentas de comunicação: sites, blogs, redes sociais e comunidades virtuais usadas para atacar adversários e tentar reescrever a história como se eles fossem os salvadores da pátria.
Será que o eleitor já se esqueceu da dinheirama desviada para comprar votos de deputados da CLDF durante o governo Arruda? Ou também não lembra do pagamento de propina feito por construtoras ao então senador Gim para evitar a convocação de empreiteiros na CPI que investigava irregularidades nos contratos da Petrobras?
Coincidentemente (ou não), a dupla resolveu voltar à política ao mesmo tempo. Nos bastidores, o ti-ti-ti é de que os dois agora são “carne e unha” e estariam atuando juntos para tentar derrubar o atual governo do DF.
Ainda não se sabe até onde pretendem chegar. Arruda aguarda decisão do Congresso sobre os vetos de Lula às mudanças na Lei da Ficha Limpa, além de depender de ação judicial no STF, sob relatoria da ministra Cármen Lúcia, que pede a suspensão das alterações na legislação eleitoral.
Já o ex-senador Gim Argello, com direitos políticos restabelecidos graças ao indulto natalino de Michel Temer em 2019, ainda não declarou se pretende voltar à vida pública ou se apenas busca se vingar do mundo político que o esqueceu.
O que se enxerga no horizonte, a julgar pelas movimentações recentes de bastidores, é que a mistura Gim com Arruda quer voltar ao estrelato. Mas o povo brasiliense, que já provou dessa combinação, sabe que a indigestão e a ressaca política são severas, há gente até hoje pagando advogado e custas processuais para tentar se livrar do “xadrez” por causa da dupla.
É difícil alguém querer beber Gim com Arruda novamente depois de passar tão mal. Quem apoia políticos dessa natureza acaba se contaminando e se igualando a eles.
Infelizmente, a história ensina que, quando tudo começa a entrar nos eixos, surge um lobo ou uma raposa querendo tomar conta do galinheiro. Não é justo que Brasília volte a ser comandada por quem já a saqueou.
A capital do País ainda não se recuperou totalmente da última vez que esteve na UTI. E se o eleitor decidir reviver o passado nas urnas e conceder indulto à dupla, será um Deus nos acuda. O paciente, no caso, o Distrito Federal, ainda sofre com as sequelas do “mensalão” e, desta vez, pode não resistir ao primeiro mal súbito causado pela perigosa mistura de Gim com Arruda.
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