Expressão Brasiliense O tão anunciado retorno do ex-senador Gim Argello à política passou longe do estrondoso barulho que ele imaginava que ia fazer na cidade. A solenidade de posse do ex-parlamentar como presidente do Avante-DF, realizada na Câmara dos Deputados na quarta-feira (19), foi um fiasco completo: reuniu apenas uma meia dúzia de gatos pingados para bater palmas.
Quem assiste ao vídeo que circula nas redes sociais, onde Gim aparece ao lado do ex-governador José Roberto Arruda, caminhando pelos corredores da Câmara, distribuindo sorrisos, apertos de mão e acenos, pode até pensar que a dupla está “com a bola toda”.
Mas o ti-ti-ti nos gabinetes por onde passaram aponta exatamente o contrário: os dois já não têm nem sombra da força política que ostentavam no passado. “Foi deprimente”, resumiu a secretária de um deputado.
Gim e Arruda tentam retomar a vida pública depois de chegarem ao topo do poder e, em seguida, pararem na cadeia por seus próprios feitos.
O ex-senador, inclusive, só está em liberdade graças ao indulto natalino concedido pelo ex-presidente Michel Temer no apagar das luzes de seu governo. Desde que deixou o cárcere, Gim atuava nos bastidores, em silêncio, sem se expor.
Já Arruda, apesar de insistir no discurso de que está elegível, ainda precisa limpar sua ficha com a Justiça e depende também do Congresso Nacional, que deve analisar os vetos do presidente Lula às mudanças na Lei da Ficha Limpa.
A entrada de Gim Argello no Avante acendeu o alerta nos bastidores. Ele assume um partido que ainda enfrenta pendências na prestação de contas das eleições de 2022.
Segundo fontes da Justiça Eleitoral, a legenda corre o risco real de não se habilitar para disputar as eleições do ano que vem. Há rumores de que o partido pode ser penalizado no DF e simplesmente ficar de fora do jogo.
Pelo visto, o ex-senador está voltando pelas portas dos fundos e terá que mexer seus pauzinhos para tentar habilitar o Avante-DF e torná-lo apto a lançar candidatos. Não à toa o partido ficou sem direção desde o fim das eleições de 2022. Ninguém quis assumir a bronca.
Sem muitas opções de legenda para se filiarem, Gim e Arruda parecem ter decidido encarar o desafio — e tentar reverter a situação nos tribunais.
Aos que acreditam que caminhar ao lado da dupla garante futuro político é bom ter cuidado. Como diz o ditado, nem tudo que reluz é ouro e essa barca pode afundar antes mesmo de zarpar do porto.
Foto: Divulgação/Avante
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