Diante de uma plateia repleta de governadores, ministros, parlamentares e autoridades de vários estados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, disse, nesta sexta-feira (11), durante evento de lançamento do novo programa de aceleração do crescimento (PAC), no Rio de Janeiro, que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, do PP, é seu adversário político, mas que “precisa dele”.
A declaração de Lula ocorreu logo no início de seu discurso. Durante a solenidade, adversários do presidente petista foram vaiados. A atitude o deixou incomodado. Lula não perdeu a oportunidade de desfazer o imbróglio com Lira e os demais adversários que foram convidados por ele para o evento.
“A gente vai ter que aprender algumas lições. Quando nós fazemos um ato como esse, esse ato não é para nós do PT. Esse ato não é para nós do governo. Esse ato é para a sociedade brasileira e nós temos que compor (aliança) com as pessoas que fazem parte da sociedade brasileira. O governador do Rio de Janeiro não está porque quer estar aqui. Ele está aqui porque nós o convidamos assim como os outros governadores”, enfatizou o presidente.
Lula ressaltou que “eu me sentiria muito deprimido, se um dia, eu fosse num ato em Goiás, convidado pelo Caiado, e o pessoal me vaiasse. Eu ficaria constrangido”. O chefe do Executivo federal observou que se sentia incomodado quando ocorre esse tipo de situação.
“As pessoas são nossas convidadas. Vamos pegar o exemplo do Arthur Lira, que está aqui, o presidente da Câmara. O Arthur Lira é nosso adversário político desde que o PT foi fundado. Ele é nosso adversário e vai continuar sendo nosso adversário”, declarou o presidente arrancando aplausos e risos da plateia. No vídeo da transmissão oficial do canal oficial do governo, aparece a imagem do presidente da Câmara da fala do petista.
Momentos de campanha
“Nós temos momentos de campanha, em que nós vamos nos xingar. Nós vamos falar mal um do outro. Mas quando termina a eleição, que cada um assume o seu posto, ele não está aqui como Arthur Lira, ele está aqui como presidente da Câmara, de uma instituição que o Poder Executivo precisa mais dela, do que ela do Poder Executivo”, explicou Lula.
O presidente petista ainda destacou que “não é o Lira que precisa de mim. Eu que mando os projetos feitos pelos ministros e pela sociedade e eu é que preciso dele para colocar em votação”.
Na sequência, Lula lembrou dos tempos em que foi sindicalista e usou a negociação de uma greve como exemplo. “A gente passa a semana inteira na porta da fábrica xingando o patrão, mas quando a gente senta para conversar com ele, a gente senta de forma civilizada e a gente quer que ele atenda a nossa reivindicação. É esse o comportamento que nós temos que ter”, disse o petista.
“É a convivência democrática na adversidade”, finalizou Lula. Nesse momento, a plateia incentivada pelo líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães, do PT-CE, se levantou para aplaudir as declarações de Lula. Depois, o petista prosseguiu falando do lançamento do novo PAC.
Veja abaixo o trecho do discurso do presidente Lula em que ele reclama da postura da plateia:
Fotos: Ricardo Stuckert/PR
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