“As pessoas estão desacreditadas com a política de hoje”, Wesley Moura (PSDC), pré-candidato a deputado distrital.
Perfil
A criança que viu o pai vencer na vida por meio do estudo, hoje distribui sopa e contribui para o fomento no esporte e na cultura. Esse é o brasiliense Wesley Moura. Casado, pai de uma menina, o contador que já foi entregador de jornal, office-boy e auxiliar de receita fiscal, estará disputando uma das vagas na Câmara Legislativa do DF. Filho de um pai católico e de uma mãe que é pastora evangélica, o pré-candidato a deputado distrital tem percorrido o DF em busca de motivar os eleitores a não desistirem da política. Wesley Moura tem como bandeira política: o esporte, a cultura, o lazer, a geração de emprego e renda, e o atendimento social a quem precisa. O início da sua caminhada na política se deu por meio dos projetos que desenvolve. A família de Wesley Moura tem um escritório de contabilidade que atende mais de 400 empresas. O jovem empresário acredita que com a diminuição da carga tributária, o DF possa voltar a crescer por meio da instalação de novas empresas.
Confira a entrevista exclusiva que o contador Wesley Moura, pré-candidato a deputado distrital pelo PSDC, concedeu ao Expressão Brasiliense, na quarta-feira (06), falando de sua trajetória e de suas intenções e propostas como político.
Expressão Brasiliense: Quem é o Wesley Moura? O que faz?
Wesley Moura: Sou contador, pai de uma menina que fará 10 anos agora em julho e sou casado. Me considero uma pessoa simples, pois sou de origem pobre. Meu pai foi cobrador de ônibus, pintor e minha mãe era dona de casa. Sou de Brasília, mas quando nasci meus pais moravam na Cidade Ocidental, em Goiás. Morei lá até os 6 anos. Nós éramos uma família humilde. Depois meu pai começou a estudar e se formou em contabilidade. Ele foi conseguindo muitos clientes e foi fazendo seu nome. Com o seu sucesso, meu pai conseguiu que trazer a família para morar no Guará. Eu tinha 5 anos na época. A memória da minha infância é no Guará. Foi lá que comecei a trabalhar aos 12 anos entregando jornal. Naquela época, podia trabalhar já com essa idade. A minha carteira de trabalho foi assinada quando eu tinha 12 anos como office-boy. Hoje é crime fazer isso. Andei muito da Asa Sul para a Asa Norte e vice-versa. Muitas vezes eu fazia esse trajeto a pé para economizar vale-transporte. De office-boy fui para auxiliar de receita fiscal. O engraçado que era um escritório de contabilidade…
EB: Já começou a seguir os passos do pai?
WM: Já. Sempre seguindo os passos do meu pai. Trabalhei num outro escritório de contabilidade na Asa Sul antes de começar a trabalhar com meu pai. Depois que me formei foi quando o meu pai me convidou para trabalhar com ele. Quando eu comecei a trabalhar com ele atuei na captação de novos clientes. Eu estava cheio de ideias novas. Eu até consegui mudar o nome da empresa dele e expandi a área de atuação da empresa. Hoje, nós somos especialistas em lucro real e aqui em Brasília poucos escritórios atuam nessa área da contabilidade.
EB: Wesley, só uma curiosidade: qual foi o nome que você colocou na empresa do seu pai?
WM: Evolução Contábil. O nome antes era Walter Contabilidade. Eu busquei dar uma nova roupagem na empresa dele e inovar também. Hoje podemos dizer que somos um dos maiores escritórios de Contabilidade de Brasília. Atendemos mais de 400 empresas, em especial o comércio.
EB: E como surgiu esse seu envolvimento ou vontade de entrar para a política? Por que decidiu se candidatar a uma das vagas na Câmara Legislativa?
WM: Eu acho que já vem de família.
Eu sempre gostei de me envolver com trabalhos sociais
EB: Por que?
WM: Eu tenho um tio que já foi prefeito por quatro vezes em Tocantins, na cidade de Novo Acordo. Hoje, meu primo é o vice-prefeito de lá. Então, eu acho que a política já está no sangue. Mas devo confessar que eu nunca pensei em ser político. Eu sempre gostei de me envolver com trabalhos sociais. Minha mãe congrega em uma igreja evangélica e eu sempre gostei de ajudar…
EB: Você é evangélico?
WM: Eu falo que eu sou cristão. Meu pai é católico e minha mãe, hoje, é pastora. Mas, minha mãe era católica. A mãe dela, minha vó era daquelas de ir à igreja todos os dias assistir à missa. Hoje, minha mãe, tem a própria congregação dela que é a Deus Proverá. E foi por meio dela que comecei a me envolver com projetos sociais. Porém, eu nunca fui a pessoa que estava à frente desses projetos. Isso era com ela.
EB: E como seriam esses projetos?
WM: Esses projetos atuam muito com a distribuição de sopas. Hoje desenvolvemos esse projeto em sete cidades do DF. No Paranoá, onde há uma igreja da minha mãe, tem 5 anos que esse projeto é desenvolvido e eu estou a 3 anos à frente dele. Muitas vezes já fomos para a Rodoviária…
EB: Você acompanha a distribuição da sopa?
WM: Sim. Não estou em todas as distribuições, mas sempre quando consigo eu vou. E gosto de eu mesmo ir lá e fazer. Mas, além desse trabalho voltado para a distribuição da sopa, eu também atuo com projetos voltados para o esporte e a cultura. Eu sempre gostei desses dois segmentos até porque as pessoas desse setor promovem seus eventos sem a ajudar do governo. Eles desenvolvem um trabalho que é voltado para o resgate dos jovens. É um trabalho que me encanta muito e são investimentos baratos que podem estar salvando vidas, livrando muitas vezes o jovem de se envolver com coisas erradas.
EB: E como se dá esse seu envolvimento com esses projetos? Tem alguma cidade específica?
WM: Atualmente, eu acompanho projetos em todo o Distrito Federal. No esporte, eu comecei no Guará ajudando os campeonatos amadores de futebol. Hoje apoio projetos na Estrutural, em Ceilândia, em São Sebastião e no Paranoá. Agora, na área da cultura, posso dizer que chega a ser em toda Brasília. Eu apoio as quadrilhas juninas em quase todas as regiões administrativas do DF. O movimento junino em Brasília é muito forte. Eu acompanho os ensaios, eu vou nas apresentações que eles fazem. Eu procuro estar sempre por perto para saber de que forma a gente pode estar ajudando essas pessoas…
Eu apoio as quadrilhas juninas em quase todas as regiões administrativas do DF. O movimento junino em Brasília é muito forte.
EB: Então, podemos considerar que esses projetos te levaram a se envolver com a política e hoje ser pré-candidato a deputado distrital?
WM: Sim. Um dos motivos são esses projetos. Faz um tempo que já venho trabalhando tanto com o projeto social, como na cultura, como no esporte. Então esses projetos me tocaram. Pensei comigo que seria a hora de poder contribuir muito mais com eles e a maneira que poderia expandir essa minha atuação seria por meio da política.
EB: Mas você já era filiado a algum partido político?
WM: Nunca me filiei. Eu vim me filiar ao PSDC já no finalzinho do segundo tempo como se diz. Portanto, hoje sou pré-candidato a deputado distrital.
EB: E como você vê o atual cenário? Teve alguma decepção?
WM: Eu acho que a decepção é geral. As pessoas estão desacreditadas com a política de hoje. Atualmente, muitas pessoas têm dito que não vão sair de casa para votar. E isso é ruim. As pessoas precisam saber de política e estar na política. Hoje, tudo passa pela política. O atual cenário desagrada a todos. As pessoas não querem sair de casa, mas elas precisam participar para poder mudar. Essa coisa de votar em branco ou anular o voto é ruim para todos nós. Essa atitude só vai beneficiar que já está no poder.
EB: E o que o Wesley Moura vai fazer para convencer as pessoas a irem votar? Temos aí o exemplo do estado de Tocantins, onde 43,5% ou votaram em branco ou nulo ou deixaram de comparecer às urnas? O que o pré-candidato já vem percebendo?
WM: Eu já venho trabalhando isso faz 3 anos. Eu tenho explicado para as pessoas que se estão insatisfeitas com a política que eleja então pessoas novas, vamos renovar. Vamos eleger pessoas que tenham novos pensamentos. Tem que avaliar que se o político não fez nada nos quatro anos que ficou no mandato, vamos escolher outro. Nós temos esse poder.
EB: O que você deseja para Brasília? Quais são suas propostas?
WM: Hoje, o que tenho constatado por aí, é a falta de emprego para a população de um modo geral. Brasília precisa de uma política que reduza a carga tributária visando atrai a vinda e a criação de novas empresas para gerar mais emprego e renda. O DF precisa oferecer incentivos fiscais para que as empresas se interessem por nossa cidade. Nós temos que dar dignidade para as pessoas. Hoje um pai de família que volta para casa sem o seu pão de cada dia, ele não tem dignidade. Eu sei que se me eleger eu não vou conseguir fazer isso sozinho, mas eu posso ajudar a mobilizar as pessoas para que o governo faça isso. Recentemente, cerca de 28 mil empresas fecharam em Brasília. Se conseguirmos resgatar isso e trazer as empresas que foram para o estado de Goiás, por exemplo, já sairemos vitoriosos.
Faz um tempo que já venho trabalhando tanto com o projeto social, como na cultura, como no esporte.
EB: Você vivenciou isso no seu escritório?
WM: Com certeza. Vimos muitas empresas fecharem as portas, justamente, devido à alta carga tributária. Se você for num shopping desse qualquer, você verá que grifes e empresas grandes, de renome, fecharam aqui em Brasília.
EB: Essa seria uma de suas bandeiras?
WM: É uma bandeira minha porque eu vivencio isso cotidianamente. Eu sou defendo que a reforma tributária seja feita o mais rápido possível. Sei que esse é um tema já a nível de governo federal, mas o governo do DF pode dar a sua contribuição reduzindo os encargos tributários. Eu vejo que além disso, muitas cidades ou regiões do DF ainda falta infraestrutura, falta saneamento, falta educação, falta saúde, falta cultura, falta lazer, falta desenvolvimento econômico. Enfim, está faltando um pouco de tudo. Por isso, que defendo a renovação. E tem uma outra coisa que também constatei é que muitas empresas que não chegou a fechar, que conseguiu se manter, mandou muito pai ou mãe de família embora para tentar continuar no mercado. Eu estive no Sol Nascente por esses dias e uma pessoa veio me pedir para que eu doasse um vaso sanitário para ela, pois não tinha condições de comprar. Eu fiquei abismado com isso. Aí você vê que lá não tem asfalto, não tem rede de esgoto, o serviço público não está chegando para milhares de famílias que lá habitam. Já que o DF cresceu desordenadamente, nós temos que oferecer um pouco mais dignidade para essas pessoas. O estado não acompanhou esse crescimento. Hoje não tem projeto cultural, esportivo, lazer, enfim, uma série de ações que não foram realizadas.
EB: Wesley, e como tem sido a aceitação do seu nome como pré-candidato por parte da sua categoria, pelos seus clientes?
WM: A aceitação tem sido ótima. Muitos clientes me falam que estão acreditando em mim. Eles estão clamando por mudanças, por renovação.
EB: E qual seria a sua mensagem para o eleitor brasiliense?
WM: Hoje eu digo que o eleitor tem que sair de casa. Tem que votar. Se não está satisfeito, só tem um jeito: indo votar. Vamos fazer valer. Vamos acreditar em novas pessoas.
EB: Wesley, para finalizar. Você se sentiu como um estranho no meio da política?
WM: Eu estou aprendendo a ser político. Eu sou muito natural. Eu, por exemplo, não sei prometer uma coisa que não vou cumprir. A minha família sempre me ensinou que a gente nunca deve mentir. Eu sempre gostei de lidar com a verdade. Eu sou muito sincero com as pessoas. E isso tem feito com que eu consiga convencer as pessoas a irem votar. Tem muita gente que me diz que não vai votar e depois que eu converso e exponho as minhas propostas, graças a Deus, elas têm mudado de opinião.
Da Redação
Fotos: Expressão Brasiliense e Divulgação/Wesley Moura