• 22 de novembro de 2024

Entrevista – Deputada Luzia de Paula (PSB)

A mineira de Patos de Minas, Luzia de Lourdes Moreira de Paula (63), mais conhecida como Luzia de Paula ou Tia Luzia, chegou no Distrito Federal há mais de 40 anos. Casada com o professor Luiz Antônio faz 43 anos é mãe de quatro filhos e avó de seis netos. Ao falar do marido e seus descendentes, os olhos da parlamentar brilham e a respiração fica mais intensa demonstrando o seu carinho, admiração e felicidade pela família que constituiu. A deputada Luzia de Paula é uma mulher simples, mais que transborda elegância e carisma ao falar e ao olhar. Uma verdadeira dama do legislativo brasiliense e que cativa qualquer pessoa. Muito religiosa, a deputada é católica e na juventude ingressou uma congregação religiosa. Luzia de Paula é formada em pedagogia pela Universidade Católica de Brasília, e trabalha na rede de ensino pública há 21 anos. O apelido de Tia Luzia, que muitos ainda se lembram dela assim, surgiu com as creches que ajudou a fundar ao longo de sua vida. Entrou na política por querer ajudar o próximo, em especial as creches, e a cidade Ceilândia, a qual nutre uma paixão imensurável. Já foi filiada ao PPS, PSL, PEN, Rede e, atualmente, está no PSB (partido do governador Rollemberg, a quem apoia e acredita no seu trabalho). Já disputou a eleição para deputada distrital por três vezes, sendo que somente na última se elegeu como titular, nas outras duas foi suplente chegando a assumir o posto por algumas vezes. Confira a entrevista exclusiva que a parlamentar concedeu ao Expressão Brasiliense, em seu gabinete, na quarta-feira (28), falando de sua trajetória e sua atuação parlamentar:

Expressão Brasiliense: Deputada, quem é a Luzia de Paula? De onde é? Quantos anos? É casada? Tem filhos?

Luzia de Paula: A Luzia de Paula hoje está com 6.3. Sou natural do Estado de Minas Gerais, da cidade de Patos de Minas. Casada há 43 anos, e tenho muito orgulho disso, com o filósofo e professor Luiz Antônio, a quem tenho uma grande admiração. Não só como companheiro, como grande filósofo que é. Tenho quatro filhos e seis netos. Meus filhos me deram netos lindos, são três meninos e três meninas. Moro em Ceilândia há 43 anos desde quando me casei. Sou professora por formação pela Universidade Católica de Brasília. Sou servidora da Secretaria de Educação do DF onde tenho 21 anos de órgão…

Expressão Brasiliense: A senhora chegou em Brasília com quantos anos?

Luzia de Paula: Eu cheguei em Brasília tinha entre 17 e 18 anos. Vim com uma congregação religiosa a qual eu pertencia desde os meus 12 anos. Depois deixei a congregação que foi quando conheci meu esposo, nos casamos e fomos morar em Ceilândia.

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Expressão Brasiliense: E quando saiu da congregação, o que a senhora passou a fazer?

Luzia de Paula: Eu dei continuidade nos estudos e passei a dar aula. Eu fiz o curso da Escola Normal, antigo Magistério, que dava condição à pessoa para que pudesse dar aula. E mais tarde, juntamente com meu filho mais velho e meu marido, cursei pedagogia. Meu filho se formou em Física e meu marido em Filosofia. Estudamos e nos formamos todos na mesma época. E entramos na Secretaria de Educação na mesma época.

Expressão Brasiliense: Mas, e como surgiu o seu envolvimento com a área social?

Luzia de Paula: Antes disso (a faculdade), tem esse período do casamento, dos filhos, e como hoje, naquela época havia uma dificuldade muito grande de ter um espaço onde deixar os filhos para poder trabalhar, e eu não tinha parentes próximos morando aqui, eu trabalhava numa instituição dando aulas para crianças, surgiu então por meio de debates e discussões a questão de onde deixar os filhos para poder trabalhar? Veio então a ideia de nós, juntas nos desafiarmos para cuidar das crianças pequenas e dos nossos próprios filhos…

Expressão Brasiliense: Então, a senhora…

Luzia de Paula: Eu fundei um grupo de mulheres juntamente com as minhas vizinhas, lá no setor P Norte, onde recebi a minha casa da antiga Shis. A grande maioria também estava na mesma situação que a minha que era a dificuldade de sair e não ter onde deixar os filhos menores para poder trabalhar. Naquela época, a Educação Infantil não abrangia a necessidade que todas nós precisávamos. Era obrigação do estado atender às crianças somente a partir dos sete anos. Foi quando essa união de mulheres decidiu fundar uma instituição em 1986. Nós nos revezamos. Aquele ano era um momento de muitas discussões pois estávamos saindo de um período de ditadura militar, os problemas da falta de inclusão da mulher no mercado de trabalho, falta de condição para poder sair de casa e trabalhar dignamente, nós éramos cerceadas. Foi quando fundamos o Centro Comunitário da Criança no dia 20 de fevereiro de 1986. Daí, nós começamos o trabalho. Eram as próprias mães que se revezavam para cuidar das crianças e eu fiquei com a parte da orientação porque já tinha a formação em Magistério e também era professora no local. Porém, chegou um ponto que nós passamos a ter alguns conflitos. Eu não me satisfazia com a alimentação que era dada às crianças…

Expressão Brasiliense: Deputada, só para ficar claro. Essa fundação era de vocês ou tinha vínculo com o Estado?

Luzia de Paula: Não. Ela era nossa. Lá era uma associação sem fins lucrativos. Eu que juntei a mulherada e disse a elas: vamos fazer alguma coisa pelos nossos filhos?

Expressão Brasiliense: Entendi…

Luzia de Paula: Eu respondi: está difícil e somos nós que teremos que fazer algo por eles. Nós não temos condições de esperar que o Estado faça algo.

Expressão Brasiliense: E na época vocês começaram atendendo quantas crianças?

Luzia de Paula: Nós começamos atendendo 20 crianças que eram nossos próprios filhos. Nós éramos 10 mulheres. E em pouco tempo, isso (a creche) foi crescendo assim de uma forma muito rápida e quando percebemos nós estávamos com 100 crianças. Foi então que mudamos para o barracão da nossa primeira igreja, na QNP 11, em Ceilândia, que havia sido doado pelas empreiteiras que construíam as casas da Shis. A Igreja Católica Romana desenvolvia o seu trabalho nesse barracão. O padre, que hoje é o Dom João Batista, quis que ali desenvolvesse o trabalho da igreja e comigo ficaria a parte do social. Ele quis que a gente implantasse a creche ali.

Expressão Brasiliense: Hoje existe a creche? Está lá no mesmo lugar?

Luzia de Paula: Existe, mas não no mesmo lugar. O padre foi nomeado como coordenador vocacional da igreja e foi designado para outro local. Aí ele sai e veio um padre polonês que não tinha essa visão social. E nós tivemos que buscar outro espaço, pois o número de crianças era muito grande. Na verdade, houve um conflito porque eu questionava a necessidade de acolher as crianças e o padre polonês achava que ele tinha que ter o espaço apenas para os trabalhos da igreja. Enfim, não tiro a razão dele. Mas, chegou ao ponto de eu ser classificada como comunista. Eu tive que conversar com o bispo. Eu tive que ir até o governador José Aparecido. Nesse tempo, vir aqui falar com o governador era muito difícil. Nós não tínhamos essa facilidade que a população hoje tem. O governador ir até as comunidades era muito raro…

Expressão Brasiliense: Mas, isso não a afastou da igreja?

Luzia de Paula: Não. Me fez ter mais maturidade. Quando você sofre, você aprende. Aí então nós fomos até a Administração Regional (de Ceilândia) para viabilizar um espaço. Na época, havia um projeto onde o governo construiu cinco galpões para implantar fábricas sociais em todos os setores de Ceilândia.

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Expressão Brasiliense: Hoje a senhora está à frente de quantas creches?

Luzia de Paula: Hoje são quatro. Na verdade, eu não estou mais. Aceitei o desafio de entrar para a política. Seis meses antes de entrar para a política, eu pedi o afastamento por tempo indeterminado da instituição.

Expressão Brasiliense: E como surgiu essa vontade de se envolver com a política?

Luzia de Paula: Não surgiu uma vontade.

Expressão Brasiliense: Então pressionaram a senhora?

Luzia de Paula: Nem pressão. Foi talvez, na minha linguagem eu falo que foi uma humilhação.

Expressão Brasiliense: O que é isso, deputada? Como assim?

Luzia de Paula: Sim, como hoje existe. É aquela coisa que a pessoa às vezes quer te usar para fazer certas coisas e não confia no seu potencial. Essas pessoas precisam de você e não percebe a sua importância. Então, eu aceitei o desafio. Eu acompanho a política desde 1986. Eu sempre acompanhei o Augusto Carvalho. Ele era o meu líder. Eu o ajudei sempre, mas de uma forma que todo o cidadão participava. Em alguns momentos houve convites para que eu me candidatasse quando o PPS foi criado, que foi quando houve um desmembramento do Partido Comunista, o meu marido foi um dos fundadores. E eu sempre dei apoio ao meu marido em tudo aquilo que ele se dispôs a fazer. Eu falo que ele é que é o verdadeiro político. Ele gosta.

Expressão Brasiliense: Ele gosta e a senhora não?

Luzia de Paula: Ele gosta e eu fazia só meu trabalho social. Ele se filiou primeiro e eu me filie em logo em seguida.

Expressão Brasiliense: E hoje ele não está mais na política?

Luzia de Paula: Muito pelo contrário. Ele é o político. Ele se envolve, ele participa e ele me orienta. É o meu assessor número um. Mas ele não se envolve diretamente.

Expressão Brasiliense: A senhora já passou por quantos partidos?

Luzia de Paula: O meu primeiro partido foi o PPS. Estive filiado a ele até eu me candidatar pela primeira vez em 2006. Quando eu aceitei ser candidata por essas circunstâncias que já falei, eu decidi que pelo PPS eu não poderia me candidatar. Aí eu confiei numa liderança política, que me permita não dizer o nome, e disse a ele: está aqui, aceitei o desafio de me candidatar e vou para o partido que você achar melhor. Me filiei ao PSL, numa coligação difícil. Não alcancei a eleição, mas consegui alcançar uma suplência. O partido fez um investimento muito grande para eleger o Raimundo Ribeiro e outro candidato que era o Toledo. Então, eu cheguei no governador da época e comuniquei que voltava para o meu partido que é o PPS. Surgiram convites e orientações para entrar em outros partidos, mas eu decidi voltar ao PPS. Concorri a segunda vez pelo PPS, que era meu partido de origem, em 2010. Nessa época, o partido fez coligação com o PT para eleger a Dilma, o Agnelo e não consegui ser eleita. Fiquei como primeira suplente do deputado Alírio Neto por uma diferença de 12 votos. Na primeira vez, o deputado ia e voltava para a Câmara constantemente, quando eu menos esperava ele estava no plenário e eu tinha que ir embora. E na segunda vez, fiquei por um período maior. Fiquei por três anos.

Expressão Brasiliense: Então a primeira vez que a senhora foi eleita foi nessa última em 2014?

Luzia de Paula: Sim, foi nessa agora.

Expressão Brasiliense: Pelo PPS?

Luzia de Paula: Não. Nós éramos base de governo e o Alírio, era o Secretário de Justiça e Cidadania. Nós tentamos manter o PPS na base. Fizemos a convenção regional onde nós ganhamos, fizemos a nacional e nós ganhamos, e aí veio a intervenção nacional no PPS e tivemos que sair. Com essa situação, nós só poderíamos ir para um partido novo e optamos por ir para o PEN. Como eu era suplente, se eu saísse do PPS teria que devolver o mandato. Entre ficar com mandato para poder continuar ajudando as pessoas ou ficar sem ele, tem hora que tem que fazer um sacrifício. E no PEN eu me elegi. O deputado Alírio concorreu à deputado federal, mas bateu na trave. Eu ganhei a eleição pelo PEN, mas eu moro em Ceilândia e você estando num partido sem musculatura e com tantas dificuldades que a cidade tinha, eu tive que fazer uma opção. Foi então que surgiram novos partidos e fui para a Rede. Eu fui para a Rede que era um partido novo e naquele momento eu não podia ser oposição porque eu ainda não vi a oposição conquistar alguma coisa nesse país. Optei em ir para a base de governo, que foi um trabalho muito árduo, mas que tive o apoio de todo o meu gabinete.

Expressão Brasiliense: Mas a Rede não era base?

Luzia de Paula: Sim, a Rede era base. Mas como toda a minha assessoria tem uma história com a Ceilândia, mesmo que hoje não more mais lá, a pessoa quer que a Ceilândia melhore. Nós temos consciência que a Ceilândia é uma panela de pressão que temos que cuidar para que ela não possa explodir. Então tínhamos que continuar na base.

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Expressão Brasiliense: E aí a senhora foi para o PSB?

Luzia de Paula: Na verdade, veio a janela partidária e já era um desejo meu desde muito tempo, e ingressei no PSB. Eu recebi a visita do Rodrigo Rollemberg no passado que me convidou, mas como estava no PPS, não fui. Mas já havia esse interesse há muito tempo. Apesar da Rede ser um partido que está muito à frente da nossa realidade, eu resolvi aceitar o convite do governador.

Expressão Brasiliense: Mas, e como foi que surgiu essa sua história política com a Ceilândia? A senhora era envolvida com o social, mas acabou se envolvendo politicamente.

Luzia de Paula: O social é uma área política. A assistência é uma política. Não tem como você fazer uma política assistencial sem ter o estado envolvido, sem ter os políticos. Aí eu fui me envolvendo. É um quebra-cabeça que está muito interligado. A cidade é um celeiro de votos. A Ceilândia é muito rica, mas à noite ela empobrece. Nós não podemos ficar com essas mazelas. E nós sabemos que essas mazelas só podem amenizar através de projetos dentro da política. Eu ficava muito triste ao ver que Ceilândia tinha milhares de votos, mas não se representava. E isso traz um prejuízo muito grande. O que era levado para a gente, era só um paliativo. Aí o pessoal: mas os políticos só aparecem de quatro em quatro anos. E o que que ele ia fazer lá se ele não tinha envolvimento com a cidade. Ceilândia é maior até que muitas capitais e se não tiver atenção, ela se torna uma panela de pressão. E quando eu fui para a base de governo me perguntaram: o que que a senhora precisa? Eu disse: cuidar de Ceilândia. Você pega por exemplo o sistema prisional do DF, hoje eu não tenho esse dado concreto, mas já chegou a ser 70% ocupado por pessoas que eram da nossa cidade. Era na faixa infanto-juvenil, crianças, mulheres e homens. Isso é o que? É a falta da mão do estado ajudando aquela população. Agora, dentro do nosso mandato, nós não perdemos o foco que é incluir as pessoas que estão fora da política.

Expressão Brasiliense: E quais foram os principais projetos que a senhora apresentou para Ceilândia?

Luzia de Paula: O projeto do piso intertravado é um, pois ele permite que a água penetre no solo e a água é um bem social, um bem finito. A maioria das empresas que trabalham com esse material está em Ceilândia. O das creches-células que é um projeto voltado a atender essas entidades. Para você ser atendido pelo estado antes você tinha que ter vários CNPJs. Hoje, não. Com o nosso projeto, a instituição só precisar ter um CNPJ. É até mais fácil você saber se ela está trabalhando corretamente ou se está fazendo porcaria.

Expressão Brasiliense: E qual é a diferença para a Ceilândia da época que a senhora chegou para a Ceilândia de hoje?

Luzia de Paula: A diferença é o crescimento como um todo. Ela pulsa. A única tristeza que temos é que a grande maioria das pessoas que melhoraram de vida em Ceilândia, se mandou. Ela foi embora. Você anda em Ceilândia e os pioneiros são poucos porque não havia uma motivação.

Expressão Brasiliense: Hoje a senhora acha que tem?

Luzia de Paula: Hoje tem. Eu fiquei muito feliz recentemente. Antigamente, eu mesma dizia: me mostrar um lugar que tem mansões, que está bonito, onde tem calçadas, flores e palmeiras aqui em Ceilândia? Hoje nós temos. Vai lá no Pôr do Sol. Lá temos um local assim. Lá tem algo em torno de 40 casas, a rua com tudo calçado, arborizado, cheio de flores, o pessoal brinca na rua, faz reuniões.

Expressão Brasiliense: No Pôr do Sol?

Luzia de Paula: No Pôr do Sol. Eu passei na frente do condomínio e me surpreendi. Lá tem até um espaço para uma exposição de arte. Eu parei e perguntei: quem é que está fazendo essa exposição aqui? Aí me responderam: é o pessoal do condomínio Veredas. E voltei a perguntar: e a gente pode entrar? Aí me disseram: só com o convite da associação. Fui me aproximando de alguns moradores para conhecer melhor o local. Eu fui a primeira pessoa da política a entrar nesse condomínio e fiquei muito emocionada ao me deparar com um lugar tão bonito na minha cidade.

Expressão Brasiliense: Hoje podemos dizer que a senhora é a guardiã de Ceilândia aqui na CLDF?

Luzia de Paula: Aqui na Câmara, sim.

Expressão Brasiliense: A senhora atualmente é base de governo?

Luzia de Paula: Sou base de governo.

Expressão Brasiliense: E como a senhora avalia o governo Rollemberg?

Luzia de Paula: O governador Rollemberg é o político certo, na hora certa. O Brasil passa por uma crise financeira e política, que é a pior, pois é uma crise moral também. O governador Rollemberg entrou de gaiato no navio, me desculpem a expressão. Porque se fosse outro que não tivesse amor por Brasília, você já imaginou o governo atrasando os salários do servidor? O que que seria dos nossos micros-empresários, do nosso comércio e até mesmo na área da indústria. Ele teve que fazer uma opção. Ele teve que cortar na própria carne. Ele optou pela cidade. Ele vem desenvolvendo um bom trabalho. Tem “Ns” obras positivas que o governador vem tentando fazer. Tem algumas coisas que ele é achincalhado, por exemplo, a saúde. O problema da saúde não é só do DF. Se você fizer um levantamento por estado, você vai constatar que o sistema de saúde daqui é o que mais tem servidores na saúde por pessoa. Não quero aqui por a culpa no servidor. Eu quero culpar a cultura que nós temos. Nós temos os melhores salários do país. E temos também o maior custo de vida para se manter. Aqui nós temos médicos que trabalham na rede que vem aqui uma vez por mês. Faz o seu plantão ou cumpre a sua carga horária e vai embora. O governador está dando a oportunidade das pessoas que moram no Sol Nascente, Pôr do Sol, Porto Rico e outros locais de terem uma condição melhor com a regularização, a urbanização, com a implantação do sistema de esgoto e rede pluvial.

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Expressão Brasiliense: E essa rejeição?

Luzia de Paula: Essa rejeição é justamente por ter coragem de cortar na própria carne e não ter cedido aos caprichos do corporativismo.

Expressão Brasiliense: E a senhora não acha que isso venha a refletir no seu trabalho de alguma forma?

Luzia de Paula: Como eu não estou na política por vaidade, eu não tenho essa preocupação. Eu acho que mesmo na política nós temos que ser honesto conosco e política não é profissão. Eu não tenho que está aqui por uma eternidade, eu tenho que estar aqui para dar exemplo para as pessoas porque eu tenho que ser lembrada como a deputada Luzia, a Tia Luzia que eles conheceram com os pés descalços e vão continuar conhecendo desse jeito. A gente tem que ter preocupação quando elas estão roubando, mas fazendo? Isso eu acho um absurdo as pessoas falarem dessa forma. Hoje nós temos vários candidatos, mas temos que lembrar que Brasília não é mais aquela de antigamente. Hoje temos vários órgãos de controle que antes não tinham. Antes mal se falava em Ministério Público, Lei de Responsabilidade Fiscal. Nós damos graças a Deus porque os jovens vão viver um novo momento. Eu acho que bandido tem que ir para a cadeia, mas devolva o que é do povo para o povo.

Expressão Brasiliense: Deputada, a senhora citou a atuação de órgãos controles que antes não tinham. A senhora acredita que os políticos de hoje vão deixar uma contribuição para o futuro?

Luzia de Paula: Para vocês jovens, sim. Vamos deixar uma mudança de concepção política. Claro, tudo tem que mudar e analisar, nada é perfeito. Já imaginou se não tivessem. Com eles, já estamos vivenciando tudo isso. E sem eles? Ia ficar cada vez pior. O pobre não ia ter direito a nada.

Expressão Brasiliense: A senhora se vê realizada?

Luzia de Paula: Me vejo realizada. Tenho certeza absoluta da reeleição do Rodrigo Rollemberg. Até agora, nós não tivemos nenhuma contradição na postura e no que ele faz.

Expressão Brasiliense: E quais são os principais projetos que a senhora destaca aqui na CLDF?

Luzia de Paula: Os nossos principais projetos aqui na Casa são: o das mídias alternativas que consistiu em ajudar os jovens que precisam ter uma fatia desse robusto orçamento para publicidade do estado e essa juventude que está trabalhando com a internet, jornais comunitários. O outro é a emenda a Lei Orgânica que aumentou o orçamento da Secretaria da Criança, que é um fundo que não pode ser remanejado pelo governo. Na questão hídrica, o uso das válvulas de duplo acionamento. O uso ecológico da água na lavagem dos carros. A da radiodifusão comunitária que alcançamos a lei não como eles merecem, mas a lei foi aprovada e traz avanços significativos para a categoria, pois temos que dar oportunidade para as rádios comunitárias.

Expressão Brasiliense: Qual dessas leis que faz a senhora se sentir realizada como parlamentar?

Luzia de Paula: Todas essas que já citei. Essas me deixaram realizada.

Expressão Brasiliense: Mas não tem nenhuma que a senhora destaca?

Luzia de Paula: Eu gosto muito de coisas pequenas e simples. Tem uma que nós estamos colocando no calendário oficial de eventos que é uma festa que ocorrem em Ceilândia que é da nossa primeira igreja, a festa do Sagrado Coração de Jesus e também a festa da Via-Sacra. Tem o dia do sertanejo, o dia do blogueiro que a gente já conseguiu. Nós demos a vocês (blogueiros) uma condição de existência. A lei do Drive-In. Essa eu tenho que agradecer o governador. É um pedaço de terra muito valorizado no centro de Brasília. Ele teve coragem de sancionar essa lei que evitou a especulação imobiliária por ali. Essa lei me emocionou.

Expressão Brasiliense: Deputada, a senhora vem candidata à reeleição?

Luzia de Paula: Vou ser candidata à reeleição.

Expressão Brasiliense: E qual a mensagem que a senhora deixa para seus eleitores e a população?

Luzia de Paula: Uma mensagem que quero deixar é que as pessoas não entrem nesse mote que nós estamos vivendo de ser contra a política, de ser contra os políticos. Isso, é um discurso de dominação, assim como nós tivemos a escravidão, quando as mulheres não podiam votar e outros domínios ideológicos que levaram as pessoas a terem um atraso muito grande. Hoje nós vivemos numa democracia. As pessoas têm que entender que não podemos ter esse retrocesso. E se elas não se motivarem e gostarem da política e ocupar os espaços políticos, aqueles que dominam vão ocupar. E aí, as pessoas que tenham a leitura real das necessidades da população vão ocupar.

Da Redação

Fotos: Divulgação/Luzia de Paula e Expressão Brasiliense

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