O depoimento do primeiro militar do Exército à CPI da CLDF tem tudo para ser um divisor de águas para as investigações. Na manhã desta quinta (18), o general Gustavo Henrique Dutra, ex-comandante do Comando Militar do Planalto (CMP), apresentou sua versão para alguns fatos sobre os atos do dia 8 de janeiro deste ano.
Um dos esclarecimentos feitos pelo general Dutra que mais chamou a atenção foi o relato que ele fez sobre uma ligação que ocorreu entre o militar e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, na noite do dia 8, no momento em que a Polícia Militar do DF estava pronta para cumprir a ordem judicial do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e não pode prender os manifestantes que se instalaram no QG do Exército, no Setor Militar Urbano, após a destruição realizada na Esplanada dos Ministérios.
Segundo o general, quando a operação da PMDF, que já se encontrava sob o comando do recém-nomeado interventor federal, Ricardo Capelli, estava posicionada próxima a Catedral Rainha da Paz, ele ligou para o ministro-chefe do GSI à época, general Gonçalves Dias, para informar a situação e os riscos em prosseguir com o cumprimento da ordem de Alexandre de Moraes.
Ainda conforme o depoimento do oficial de alta patente, ele recebeu uma ligação de retorno do general G. Dias, que passou o telefone para o presidente Lula. De acordo com o general Dutra, a primeira fala do petista foi que “são criminosos têm que ser todos presos”. Segundo o militar, ele concordou com o presidente, mas ressaltou que se fizessem as detenções naquele momento “sem planejamento, poderíamos terminar a noite com sangue”.
Na sequência, o ex-comandante do CMP disse que Lula lhe respondeu que “seria uma tragédia”. Segundo o general, o presidente Lula deu ordens para isolar a praça e “prender todo mundo amanhã”.
O general Gustavo Henrique Dutra também frisou que não houve confronto entre o comando do Exército e as forças de segurança do DF sobre esse episódio.
Veja abaixo o vídeo do depoimento do general sobre a intervenção do presidente Lula para prender os manifestantes apenas na manhã seguinte do dia 8 de janeiro:
Foto: Rinaldo Morelli/Agência CLDF
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