• 12 de outubro de 2025

Eleições 2026: Racha no MDB inviabiliza aliança com Lula na disputa ao Planalto

O MDB vive um racha interno sobre os rumos a seguir nas eleições presidenciais de 2026. Enquanto uma ala do partido, especialmente no Nordeste, vê chances reais de apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), outra parte considera mais estratégico manter a neutralidade na disputa pelo Palácio do Planalto.

O principal obstáculo para uma aliança formal com o PT é a necessidade de o MDB eleger uma bancada forte na Câmara dos Deputados. Segundo dirigentes da legenda, não se associar a nenhum candidato à Presidência permite articulações regionais mais amplas, com “casamentos por conveniência” em cada Estado. Essa tese é defendida pelos aliados da neutralidade e não é totalmente rejeitada nem mesmo por membros da ala governista.

Em 2022, o MDB lançou Simone Tebet à Presidência, mas parte dos diretórios regionais declarou apoio a Lula já no primeiro turno. Após o segundo turno entre Lula e Jair Bolsonaro (PL), Tebet apoiou o atual presidente. O partido liberou seus diretórios estaduais para decidir conforme as forças locais. Hoje, o MDB ocupa três ministérios: Planejamento, com Tebet; Transportes, com Renan Filho; e Cidades, com Jader Filho.

Vice de Lula

Para 2026, aliados de Lula dentro do MDB consideram desejável, mas não essencial, indicar o vice na chapa presidencial. Nomes como Helder Barbalho, governador do Pará, e Renan Filho, ministro dos Transportes, já foram citados para compor uma eventual dobradinha com Lula. Helder, no entanto, se movimenta para disputar o Senado, enquanto Renan Filho pode tentar o governo de Alagoas, cargo que já ocupou.

A decisão final do MDB será tomada na convenção nacional do partido, que reúne cerca de 500 votos entre delegados regionais e detentores de cargos políticos. Os diretórios do Pará (com nove deputados) e de São Paulo (com cinco) representam as principais forças internas. O Pará tende a apoiar Lula, enquanto o paulista está dividido entre uma aliança com Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou outro nome apoiado por Bolsonaro. Parte dos emedebistas, porém, defende a adesão ao presidente petista ou a manutenção da neutralidade.

Ricardo Nunes rejeita acordo com o PT

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), é um dos que se opõem à aliança nacional com o PT. Ele foi eleito com apoio de Jair Bolsonaro e pode disputar o governo paulista caso Tarcísio concorra à Presidência. Nesse cenário, uma aliança do MDB com Lula seria considerada inviável.

Minas Gerais tem papel decisivo na escolha

Outro diretório estratégico é o de Minas Gerais, liderado pelo deputado Newton Cardoso Junior (MDB-MG). Ele participou recentemente de um evento com Lula em Belo Horizonte, mas também fez acenos ao bolsonarismo ao votar a favor da urgência do projeto de anistia aos condenados pelo 8 de janeiro.

A disputa interna em Minas passa também pela formação de alianças para o governo estadual. O nome preferido de Lula para a disputa é o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também é cotado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

MDB busca ampliar bancada federal

Atualmente, o MDB conta com 42 deputados federais. O tamanho da bancada é fundamental para a divisão do fundo partidário, o que explica a prioridade da sigla em eleger o maior número possível de parlamentares. Para partidos de centro, manter distância dos polos de Lula e Bolsonaro é uma tática que garante maior liberdade para firmar alianças regionais e fortalecer a presença em todo o país.

Foto: Ricardo Stuckert/PR


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