• 13 de outubro de 2024

ADIOU PARA QUARTA (22) | Conselho de Ética vota pedido de cassação do deputado Luis Miranda

Por José Fernando Vilela

Por volta das 15h31, a Câmara divulgou que foi cancelada a reunião que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados faria nesta terça-feira (21) para votar dois pareceres: o do deputado João Marcelo Souza (MDB-MA) sobre o processo contra o deputado Diego Garcia (Pode-PR) e o do deputado Gilberto Abramo (Republicanos-MG) sobre o processo contra o deputado Luis Miranda (DEM-DF).

Uma nova reunião está marcada para esta quarta-feira (22) às 11h30.

O deputado Luis Miranda é um dos poucos que esteve nos dois extremos do bolsonarismo. Primeiro, ele foi o mais aliado dos aliados do presidente na Câmara. Depois que denunciou o esquema da compra irregular de vacinas contra Covid produzida pela Covaxin, baseado em provas concedidas por seu irmão, Luis Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde, o deputado caiu em desgraça e passou a ser considerado o maior traidor do bolsonarismo.

Para os bolsonaristas mais fanáticos, Luis Miranda quis derrubar o presidente que o ajudou a elegê-lo. Como consequência, o deputado passou a ser perseguido pelos aliados de Jair Bolsonaro nas redes sociais e chegou a pedir proteção policial para ele e seu irmão à CPI da Covid no Senado Federal.

Na Câmara, Luis Miranda se tornou algoz de partidos ligados ao presidente Bolsonaro. A representação que pede a cassação do seu mandato foi apresentada pelo PTB, partido da base do governo, que alegou que ele deixou de cumprir a Constituição, agiu de má-fé e desrespeitou o chefe do Executivo. Dos 21 deputados do Conselho de Ética, mais de 50% são de partidos que dão sustentação a Jair Bolsonaro. Em suma, o resultado tende a não ser favorável para o deputado.

Tentamos contato com o deputado Luis Miranda, mas até o momento não obtivemos resposta.

Já o caso do deputado Diego Garcia envolve a oposição. O PT pediu a sua cassação com base na na conduta do deputado durante reunião da comissão especial que discute a liberação do plantio de cannabis para uso medicinal, industrial e comercial no País.

O PT argumenta que Garcia avançou sobre a mesa diretora dos trabalhos e agrediu fisicamente o presidente do colegiado, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), sem qualquer motivação. Garcia informou que já apresentou defesa prévia ao colegiado.

Foto: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados

*Matéria atualizada às 18h40 para complemento de informação sobre a reunião cancelada

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