A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS votará, nesta quinta-feira (16), uma série de requerimentos que prometem agitar o cenário político em Brasília. Entre eles estão a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi.
A CPMI também deve analisar um pedido de prisão preventiva de Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), do qual Frei Chico é vice-presidente.
Frei Chico está na mira da CPMI desde o início das investigações, embora um acordo entre os membros o tenha protegido até agora. O entendimento era de que só seriam convocadas lideranças sindicais de menor escalão caso surgissem fatos concretos que justificassem o depoimento.
O Sindnapi, entidade à qual Frei Chico está vinculado, apresentou um crescimento de mais de 500% entre 2020 e 2024, período em que também aumentaram os casos de descontos associativos não autorizados em aposentadorias.
“A oitiva de Frei Chico é necessária para detalhar como o sindicato conseguiu tamanho incremento e se havia controle sobre os convênios firmados”, justificou o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
Durante o depoimento de Milton Cavalo na semana passada, Gaspar chegou a ameaçar convocar Frei Chico caso o dirigente mantivesse silêncio, o que gerou protestos de parlamentares governistas.
Em sua fala, Milton Cavalo negou qualquer papel administrativo de Frei Chico no sindicato:
“Contrariando o meu advogado, quero dizer que ele nunca teve papel administrativo no sindicato. Apenas político, de representação sindical. Nada mais do que isso”, afirmou.
Além da convocação de Frei Chico, o relator apresentou pedido de prisão de Milton Cavalo, alegando que ele comandou um esquema criminoso que desviou milhões de reais de benefícios previdenciários entre 2015 e 2025. Gaspar cita ainda o “risco concreto de fuga” do presidente do Sindnapi para o exterior.
Outro alvo da CPMI é Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, que pode ter seus sigilos bancário, fiscal e telemático quebrados. Lupi era o titular da pasta quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto, que investiga fraudes em consignações no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Oposicionistas afirmam que Lupi tinha conhecimento das irregularidades desde junho de 2023 e não tomou providências.
“A inação foi tão evidente que ele não demonstrou ter exercido supervisão ministerial sobre as consignações em folha de pagamento”, argumentou o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), autor de um dos requerimentos.
Após a votação dos requerimentos, a CPMI do INSS ouvirá Cícero Marcelino de Souza Santos, presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) — uma das entidades com maior volume de descontos suspeitos em aposentadorias.
Foto: Reprodução/Google Imagens
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