• 21 de novembro de 2024

CPI DA COVID | Pazuello diz que Bolsonaro “fala o que vem na cabeça”

Alguns senadores disse que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello vai assumir a culpa de todos os atos do governo federal durante a sua passagem pelo Ministério da Saúde. Ele reafirmou à CPI da Pandemia nesta quinta-feira (20) que o presidente Jair Bolsonaro não interferiu na gestão da pandemia enquanto ele esteve à frente da pasta.

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Segundo Pazuello, manifestações públicas do presidente sobre medidas sanitárias ou compra de vacinas eram  feitas “de improviso” e não devem ser interpretadas como ordens.

“Nós sabemos como é o nosso presidente. Ele fala de pronto o que vem na cabeça, como ele pensa. E algumas coisas precisam ser corrigidas depois. Algumas coisas precisam ser reconversadas”.

No primeiro dia da sua audiência, Pazuello havia sido questionado sobre um pronunciamento de Bolsonaro contra a aquisição da vacina chinesa CoronaVac. O ex-ministro voltou ao tema nesta quinta e disse que o fato se tratou de uma “posição de internet” do presidente, mas não houve pressão sobre o ministério.

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) discordou dessa avaliação. Para ele, o presidente tem ingerência sobre seus ministros mesmo quando se manifesta informalmente. Contarato lembrou que, depois da crítica de Bolsonaro à vacina, o Ministério da Saúde cancelou a intenção de compra que havia anunciado.

“O senhor [Pazuello] fala: “Vou adquirir 46 milhões de doses do Instituto Butantan”. No outro dia, numa live, o presidente fala: “Não vai adquirir”. O senhor fala: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”. O presidente tem o poder de ordenar os ministros de Estado. Então, ele fez isso”, argumentou Contarato.

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) disse que Bolsonaro “desautorizou” Pazuello no episódio da CoronaVac, e ressaltou que essa tem sido uma prática comum do presidente. Para ela, as ações públicas de Bolsonaro contradizem os esforços do Ministério da Saúde.

“O presidente se comunica com a população pelas redes sociais. Ele tem uma influência grande. O senhor não insistiu em grandes campanhas de prevenção por quê? Como o senhor ia fazer isso? O senhor fazia campanha aqui, e o presidente da República ia para lá aglomerar, incentivar a aglomeração e a não usar máscara”, disse Zenaide.

(Agência Senado)

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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