Nem mesmo o começo do inverno conseguiu impedir que a chapa esquentasse em Brasília na tarde desta quarta (23) após o deputado Luis Miranda, do DEM, divulgar que houve pressão para liberar a compra da vacina Covaxin por parte de servidor da cúpula do Ministério da Saúde e que ele foi até o presidente da República, Jair Bolsonaro, sem partido, revelar o fato em março deste ano.
Veja também
Com a revelação feita pelo parlamentar do DF, a CPI da Covid no Senado Federal o convidou para prestar esclarecimentos no colegiado juntamente com seu irmão, Luis Ricardo, servidor do Ministério da Saúde, que, segundo o deputado, atua no setor do órgão que autoriza a compra das vacinas pelo governo federal.
A ida de Luis Miranda e seu irmão à CPI da Covid está agendada para a próxima sexta, às 14h.
Assim que a notícia correu o mundo, o tempo fechou na capital federal. Não se fala de outra coisa e o deputado, até então considerado um bolsonarista de primeira hora, já é chamado de traidor e oportunistas pela ala mais radical de apoiadores do presidente.
Segundo o parlamentar, quando esteve com o presidente Jair Bolsonaro em março e denunciou que havia pressão para autorizar a compra da vacina da Covaxin, o chefe do Planalto ficou de tomar providências.
Depois desse encontro, o deputado disse em entrevistas nesta quarta que a relação esfriou e que até mesmo suas emendas destinadas para o DF foram canceladas pelo governo Bolsonaro.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) concedeu entrevista no fim da tarde desta quarta, para jornal O Globo, e disse que Miranda terá que “provar o que diz ou estará em maus lençóis”.
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), informou que o deputado Luis Miranda pediu para ser convidado a comparecer na comissão juntamente com seu irmão. Omar classificou as denúncias como “gravíssimas”.
O Expressão Brasiliense entrou em contato com o deputado para saber mais sobre o assunto e até o momento não obtivemos resposta. O espaço está aberto.
Da Redação
Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados