O Senado Federal ouviu, na quarta-feira (29), por meio de sessão remota, o ministro da Saúde, Nelson Teich, que falou sobre as providências do governo para controlar a pandemia e a ajuda aos estados e municípios no combate ao coronavírus. Teich respondeu às perguntas dos senadores e revelou que o governo vai priorizar a destinação de recursos aos estados mais afetados, devido a escassez de verba pública para apoiar a todos de uma só vez.
Nelson Teich citou dados atualizados sobre o comportamento da doença no país, que já registra mais de 78 mil casos, com 5.466 mortes e informou que serão habilitados 2.762 novos leitos de tratamento intensivo, sendo 504 em instalações temporárias e que serão distribuídas 79 milhões de produtos de proteção para profissionais, tais como máscaras, toucas, aventais, álcool em gel.
Segundo o ministro, que assumiu o cargo no último dia 17, o trabalho terá como prioridade a coleta de informações sobre o vírus para que o sistema de combate à doença possa ser aprimorado. Outra medida citada por Teich é estreitar o contato com os governadores para direcionar ações que vão desde parcerias com a iniciativa privada até uma maior proximidade com as administrações de estados e municípios.
Nesse sentido, o senador Izalci Lucas (PSDB/DF) falou sobre a necessidade de simplificação dos processos de compra de produtos para o combate ao coronavírus e destacou sua preocupação com relação ao acompanhamento do uso dos recursos destinados pelo governo.
“A União precisa comprar por ata de preços para que os prefeitos e os governadores possam aderir, porque é mais fácil a compra feita pela União, as exigências são menores, principalmente comprando lá fora. Nós precisamos saber exatamente o que está sendo passado para os Estados e os Municípios, quais são os valores”, salientou.
Izalci mencionou o trabalho da comissão especial que está acompanhando os gastos com o combate à pandemia, da qual é integrante, e destacou que é preciso saber, Estado por Estado, como é que estão sendo liberados os recursos.
“Algumas bancadas, e a do Distrito Federal em especial, transferiram recursos de suas emendas, de grande parte delas, para o combate ao coronavírus, então precisamos saber exatamente o que está acontecendo, sobre os repasses, o cronograma e tudo mais”, afirmou.
O senador Izalci cobrou do ministro uma atuação mais clara com relação às informações sobre a doença e falou sobre sua preocupação com as fake news que desinformam e assustam a população.
“O que a população precisa é de confiança, nós precisamos receber informações seguras, porque o que mais há agora são notícias fake e as pessoas ficam perdidas. Então, o ministro agora tem esse papel de liderar o processo. É muito importante comunicar à população, porque o senhor é a voz oficial dessa questão pela qual nós estamos passando hoje”, avaliou.
Izalci Lucas também agradeceu os servidores da saúde e da segurança pública, que, como lembrou, estão nas ruas e nos hospitais correndo risco de vida para defender a população.
Ao concluir sua participação, o senador Izalci lamentou as dificuldades que existem para a compra de equipamentos estrangeiros e a demora na liberação de produtos nacionais, em razão do excesso de burocracia.
“Hoje o que a gente precisa saber é onde há o produto que precisamos e (qual) o preço desse produto. Nossa indústria não está conseguindo produzir e, infelizmente, a Anvisa demora seis meses para liberar uma licença de um produto nacional. Então nós precisamos, urgentemente, simplificar o processo. As pessoas estão morrendo por causa da burocracia”, advertiu.
Com informações da Ascom do senador Izalci Lucas