O presidente Luiz Inácio Lula da Silva jogou água fria nos planos de muitos caciques políticos. O petista sancionou o projeto aprovado pelo Congresso com vetos, conforme recomendação da Advocacia-Geral da União (AGU) e do Ministério da Justiça. A decisão do chefe do Planalto será publicada no Diário Oficial da União de amanhã (30).
Para aqueles que estavam cogitando um “liberou geral” por parte de Lula, deu ruim. O presidente barrou duas mudanças cruciais na Lei da Ficha Limpa: a alteração da contagem dos prazos de inelegibilidade e a retroatividade das novas regras.
Aqui no Distrito Federal, o ex-governador José Roberto Arruda, que já andava circulando pelas cidades em campanha silenciosa ao GDF e seria o maior beneficiado com a mudança, vai continuar fora da disputa eleitoral.
Agora, cabe ao Congresso Nacional decidir se derruba os vetos de Lula ou se aceita a legislação da forma como foi sancionada.
Dentro do contexto do jogo político, Lula impediu que políticos condenados voltassem mais cedo ao tabuleiro eleitoral. Desde que a alteração na legislação foi aprovada nas duas Casas Legislativas, a pressão da opinião pública para que o presidente vetasse a liberação dos fichas-sujas foi intensa.
Atualmente, o prazo de oito anos de inelegibilidade continua sendo contado a partir do cumprimento da pena ou do fim do mandato, e não da condenação em si. Esse era exatamente o ponto que o Senado queria flexibilizar.
Se a mudança tivesse passado, além de Arruda, nomes pesados do cenário político como Anthony Garotinho e Eduardo Cunha poderiam antecipar seu retorno às urnas.
Carta fora do baralho
Condenado em casos ligados ao mensalão do DEM e ao escândalo da Caixa de Pandora, o ex-governador Arruda sonhava em usar a brecha aprovada pelo Senado para limpar o caminho rumo às eleições de 2026.
Mas, com os vetos de Lula, a esperança de se candidatar já no ano que vem foi para o beleléu. Arruda, que vinha ensaiando tomar o PSDB-DF do secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, com o apoio do deputado Aécio Neves — futuro presidente da sigla — a fim de obter legenda para entrar na disputa, mais uma vez foi barrado pela Lei da Ficha Limpa.
Arruda ainda não se pronunciou sobre a decisão de Lula. Certamente deve se manifestar nas redes sociais, que têm sido sua principal ferramenta de comunicação com o eleitorado brasiliense.
Nos bastidores, fontes afirmam que o núcleo duro do Planalto calculou que o desgaste com o Congresso é menor do que carregar a pecha de “governo amigo dos fichas-sujas” em pleno ano pré-eleitoral.
O veto também dialoga com o clima político do momento: a forte mobilização popular contra a PEC da Blindagem mostrou que a sociedade não quer afrouxar as regras de moralidade.
O futuro político de Arruda e de outros fichas-sujas agora está nas mãos do Congresso, que pode derrubar ou manter os vetos de Lula.
Para a mudança valer para o ano que vem, o projeto deveria ser sancionado sem vetos antes do dia 5 de outubro. Entretanto, ainda não há data definida para a sessão conjunta da Câmara e do Senado para analisar o tema.
Sem a ajuda do presidente, políticos fichas-sujas como Arruda continuam no limbo eleitoral e assistirão de longe o embaralhar das cartas para 2026.
Foto: Reprodução/Google Imagens
Acompanhe o Expressão Brasiliense pelas redes sociais.
Dá um like para o #expressaobrasiliense na fanpage do Facebook.
Siga o #expressaobrasiliense no Instagram.
Inscreva-se na TV Expressão, o nosso canal do YouTube.
Receba as notícias do Expressão Brasiliense pelo Whatsapp.