• 24 de novembro de 2024

TEA | Autismo: descubra como a fonoaudiologia pode contribuir no desenvolvimento de crianças com o transtorno

De acordo com dados divulgados em 2017 pela OMS (Organização Mundial da Saúde), uma em cada 160 crianças tem Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo estimativas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CD), dos Estados Unidos, divulgadas em 2018, esse número, na região, é ainda maior: um caso para cada 59 crianças. A patologia começa na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta. Apesar de não haver uma cura definitiva para o TEA ou um tratamento padrão, existem terapias que podem ajudar a contornar alguns dos principais sintomas, como as dificuldades de comunicação e relacionamento social. Uma grande aliada é a fonoaudiologia, ciência que estuda as funções biológicas e comportamentais envolvidas na comunicação humana.

“Para terapia com crianças dentro do TEA tudo é muito relativo, pois cada criança apresenta características únicas. O desafio é justamente identificar onde estão as dificuldades de cada um e as habilidades a serem melhor exploradas. Para isso é necessária uma anamnese muito criteriosa. Além disso, cada sessão de terapia é também avaliativa”, esclarece a terapeuta Débora Brasil, Fonoaudióloga na Clifops – Clínica de fonoaudiologia e psicologia, em Brasília.

De acordo com a fonoaudióloga, o tratamento em crianças não é padrão e varia a depender da gradação do transtorno. O objetivo central da terapia é aprimorar a capacidade de comunicação, ação que vai muito além da manifestação verbal da linguagem, ou seja, do falar.

“A dificuldade não está só na fala. O ato de falar não significa, necessariamente, que a criança consegue se comunicar. A fala nem sempre é funcional, a criança pode até conseguir formular uma frase, ou pronunciar uma palavra, mas isso feito fora de contexto não tem significado e não a torna capaz de transmitir uma mensagem, um desejo ou de expressar uma sensação como a dor, por exemplo”, destaca.

De acordo com Débora, é importante salientar que existem pontos chaves na comunicação, que são anteriores a fala e devem ser trabalhados em crianças com ausência dessa habilidade, como o contato visual, interação, imitação e sensibilidade para estímulos do ambiente.  “Muitas vezes os pais procuram um fonoaudiólogo com o desejo de ver o filho falando, mas até lá existem outros pontos que devem ser trabalhados na comunicação não verbal da criança”, pondera.

Já em casos no qual a criança apresenta fala, mas não a fala funcional, a fonoaudiologia tem o objetivo de desenvolver habilidades como sons específicos da língua, as palavras e frases, entonação e o conteúdo da fala, transumando-a em funcional.

Quando começar o tratamento

Segundo Débora, o ideal é que o tratamento em crianças diagnosticadas com TEA, ou que apresentem perturbações do desenvolvimento neurológico, como dificuldade de comunicação, socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo, seja iniciado o quanto antes.

“Até os três anos de idade, as crianças apresentam uma neuroplasticidade maior, ou seja, nesse período, a capacidade que o cérebro possui de se reorganizar e assimilar novas habilidades, como falar e andar, são melhores. Por isso, iniciar o tratamento nesse período é tão importante. Não há tempo perdido, por mais que a criança não venha a ter o diagnóstico de TEA confirmado, a terapia vai auxiliar no desenvolvimento dessas habilidades”, esclarece.

Encontrar profissionais habilitados e que possuam experiência no tratamento de crianças com TEA não foi tarefa fácil para Simone Lisbôa, mãe de Pedro Henrique de 6 anos. “ O Pedro foi diagnosticado com 2 anos e começamos o tratamento aos 3. Busquei tratamentos públicos e particulares, sem sucesso. Particulares não tinham experiências com TEA e no público o tratamento foi coletivo, o que piorou. O Pedrinho tem TEA leve e não medicamentoso e em grupos eram muito severos, então ele começou a repetir ecolalias e estereotipias e por isso optei por interromper. Desde o momento que recebi o diagnóstico procurei me informar por todos os lados e comecei o tratamento até encontrar fonoaudiólogos que trabalhassem com TEA”, relembra.

Após encontrar profissionais capacitados para o acompanhamento do filho, Simone comemora os avanços na comunicação e socialização de Pedro.  “Hoje ele faz tratamento com uma equipe multiprofissional que inclui terapia ocupacional, fono, sala de recursos e psicóloga. Graças a Deus, hoje ele fala tudo, formula frases e brinca com outras crianças”, observa.

Indícios do TEA

Segundo a fonoaudióloga, o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é clínico, por isso deve ser diagnosticado por profissionais habilitados como o neurologista e apoiado na avaliação clínica de uma equipe multiprofissional que envolve psicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. Porém, alguns marcos no desenvolvimento dos bebês e crianças podem ser indicativos e merecem atenção dos pais e pediatras.

“Existem alguns indícios que podem ser notados ainda quando bebê, como atraso em balbuciar, apontar, dificuldade em estabelecer contato visual, responder por estímulos, ausência de resposta ao próprio nome e as estereotipias, que são movimentos intencionais, repetitivos e sem finalidade, são alguns desses sintomas”, aponta.

Serviço – Clifops

Horário de funcionamento:

Endereço: SMHN 02 Bloco A, salas 906 e 909 – Ed. de Clínicas – Asa Norte – Brasília DF

Telefone: 61 3328-9566 /61 3326-5403 /61 98275-0403

Especialidades: psicologia e fonoaudiologia

Site: www.clifops.com.br

Facebook: @clifops

Instagram: @clifops

Matéria de Divulgação

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