As orientações para evitar o contágio pelo novo coronavírus vêm sendo repetidas em diversos locais por autoridades e nos meios de comunicação. Mas as dúvidas sempre surgem. Uma delas refere-se a medidas e cuidados específicos que devem ser adotados para crianças. Apesar de ser a faixa etária com menor incidência, já há casos confirmados e mortes desse segmento da população.
Além disso, por terem maior índice de manifestações assintomáticas, crianças podem ser vetores de transmissão para públicos mais suscetíveis de contaminação e evolução do quadro de saúde da covid-19. Assim, os cuidados com essa faixa servem tanto para proteger essas pessoas quanto os que estão ao seu redor.
Uma cartilha do Ministério da Saúde recomenda que pais expliquem às crianças o que está ocorrendo com a pandemia, a seriedade da situação e o que é o coronavírus. O diálogo é importante para lidar com sentimentos como insegurança e medo, decorrentes das mudanças que surgem neste novo momento.
Nesse papel educativo, acrescenta o documento, os pais devem apresentar aos filhos as medidas necessárias para a sua proteção e de quem está próximo, como familiares, especialmente os que integram os chamados grupos de risco.
O documento tem linguagem adaptada para crianças e adolescentes e pode servir como material informativo, a ser disponibilizado pelos pais a seus filhos e familiares. Ele traz conteúdos sobre o coronavírus e aborda formas de prevenção, mostrando dúvida comuns sobre higienização e significados de termos que ganharam visibilidade, como nomes das autoridades de saúde, pandemia e sintomas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, não há evidências, até o momento, de transmissão pelo leite materno. Nos raros casos de recém-nascidos com covid-19 não há evidência de transmissão vertical (da mãe para o filho). Por isso, a entidade afirma que é desnecessário alterar essa prática entre mães e filhos.
Crianças infectadas
Segundo a coordenadora do Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar do Centro de Imunizações do Hospital Pequeno Príncipe, no Paraná, Heloísa Giamberardino, para o caso de crianças acometidas da doença é importante ficar em ambiente arejado, não receber visitas e evitar contato com pessoas mais velhas.
A especialista destaca que é importante lidar com as características dessa idade. “A criança não tem noção de higiene como um adulto pode ter, por isso é importante não expor outras pessoas ao contato com ela”, alerta Giamberardino.
Quem estiver junto da criança deve estar sempre com máscara de proteção. Após banho ou troca de fralda, é fundamental fazer a higiene das mãos, além de lavar lençóis e roupas da criança separadamente. “É bem importante limpar com álcool as superfícies do quarto e dos locais que a criança usa”, recomenda a médica.
Profissionais
A Sociedade Brasileira de Pediatria, em outro comunicado sobre o tema divulgado no dia 31 de março, traz uma série de recomendações para médicos. O documento orienta que os profissionais reforcem as medidas de higiene e a importância da quarentena.
Os fluxos em ambulatórios e clínicas devem ser reorganizados, com horários marcados, para evitar presença em salas de espera. Assim como outras especialidades, é possível e recomendável recorrer ao uso de tecnologias, como a telemedicina. Quando o profissional apresentar sintomas, deve buscar atendimento médico e diagnóstico para confirmar ou não a contaminação pelo vírus.
Outras doenças
A SBP também alerta que é importante manter o cuidado com outras doenças, especialmente as síndromes gripais nestes meses de outono e inverno. Isso envolve fazer a vacinação e manter a imunização contra outros vírus em dia.
(Agência Brasil)