Nesta sexta-feira (6), 60 agentes de vigilância ambiental (AVAs) da Secretaria de Saúde (SES-DF) finalizaram um treinamento essencial para aprimorar o controle e o monitoramento das arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. Durante dois dias, a iniciativa, conduzida pelo Ministério da Saúde (MS), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), introduziu novas tecnologias e estratégias no combate a essas doenças.
Um dos destaques da capacitação foi o uso de ovitrampas, armadilhas fundamentais para a coleta de ovos do Aedes aegypti, transmissor das arboviroses. Além disso, os agentes aprenderam a utilizar um aplicativo federal para rastrear os locais de maior concentração de ovos dos mosquitos em diferentes regiões.
1.500 número de ovitrampas enviadas pelo MS
O treinamento preparou os agentes para utilizar as 1.500 novas ovitrampas enviadas pelo MS. O montante representa um aumento significativo em relação às 1.200 armadilhas anteriormente distribuídas em 11 regiões administrativas (RAs) do DF. A expansão da cobertura, agora, inclui Brazlândia, Ceilândia, Gama, Guará, São Sebastião e Taguatinga.
“Vamos fazer a análise durante um tempo nessas regiões e depois realocaremos as ovitrampas em outras RAs, conforme a necessidade”, explica a chefe da Assessoria de Mobilização Institucional e Social para a Prevenção de Endemias da Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS), Cristina Soares. A aquisição das novas armadilhas ocorre, segundo ela, em um momento crucial, pois coincide com o início do período chuvoso, que, historicamente, eleva o número de casos dessas doenças.
Objetivo único
“Precisamos identificar a presença do Aedes aegypti de maneira rápida e eficaz, permitindo, assim, um trabalho de contenção oportuno”, Divino Valero, subsecretário de Vigilância à Saúde
A abertura do evento, na quinta-feira (5), contou com a presença do subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, e de representantes do MS e da Fiocruz, os médicos Ricardo Augusto dos Passos e José Bento Pereira Lima, respectivamente.
Valero enfatizou a importância da capacitação ao destacar que todos têm o mesmo objetivo: evitar óbitos por arboviroses. “Precisamos identificar a presença do Aedes aegypti de maneira rápida e eficaz, permitindo, assim, um trabalho de contenção oportuno.”
Representando o MS, Passos considerou as armadilhas uma estratégia de prevenção efetiva. De acordo com o médico, equipes do MS têm viajado pelo país a fim de implementar a capacitação em vários municípios e no DF. “É muito satisfatório o resultado que vem refletindo na mudança do olhar e do pensar. As pessoas têm começado a perceber os dados entomológicos como uma ferramenta a mais”, avalia.
Já o biólogo da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) da SES-DF, Israel Moreira, enfatizou que, com a expansão da cobertura e o uso das novas técnicas de monitoramento, o DF está se preparando para enfrentar com ainda mais eficácia os desafios relacionados às arboviroses. “Com as armadilhas, conseguimos estruturar um mapa de regiões da capital para intensificar as estratégias de prevenção e de controle.”
Aprender sempre
Vigilantes ambientais como Elzita Rocha Santos e Everaldo Rezende compartilharam as experiências de aprendizado durante o treinamento. Santos, que atua no Paranoá há 21 anos, concorda com a importância das ovitrampas na identificação de áreas com problemas. “O Paranoá tem vários condomínios que são áreas críticas, pois tem muitos focos, terrenos baldios. É ótimo poder contar com esse tipo de tecnologia”, afirmou.
Há dez anos nas áreas do Plano Piloto, Lago Norte e Varjão, Rezende destacou a praticidade do aplicativo disponibilizado pelo MS no monitoramento das ovitrampas. “Lançar no sistema único facilita o acompanhamento. Trata-se de um ambiente prático e fácil de entender. Vai ajudar demais no dia a dia do trabalho.”
(Agência Brasília)
Foto: Michelle Horovits/Agência Saúde-DF
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