As ações adotadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) no combate à dengue foram detalhadas a especialistas de saúde durante encontro na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília, nesta quarta-feira (17). Os dados foram apresentados pela secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.
Segundo ela, o DF registrou cerca de 234 mil casos de dengue e investiga outros 220 mil prováveis. O número de óbitos chega a 270 e há 48 ainda em investigação. “Observamos um comportamento atípico no Sul, no Sudeste e também no DF, onde não tínhamos o registro do sorotipo 2 há 10 anos. Então, esse vírus encontrou uma população suscetível, associado ainda a um estilo de vida, como descarte de resíduos sólidos, mais as intempéries”, ponderou Lucilene.
A Secretaria de Saúde tem orquestrado uma força-tarefa para controlar a disseminação do vírus desde o começo da onda da dengue no DF. As ações incluem desde a contratação de 150 agentes de vigilância ambiental (AVAs) e conscientização da população, com visitas às residências e divulgação de formas de prevenção e tratamento da doença, até a aplicação de multas para quem descartar lixo incorretamente e a expansão da rota do fumacê. O trajeto dos veículos de aplicação móvel do inseticida é divulgado diariamente pela Agência Brasília.
Lucilene Florêncio destacou a importância das ações para a redução dos casos e, sobretudo, para a preservação da saúde dos cidadãos. “As vidas que se foram precisam ser sentidas e, depois, aprendermos a fazer diferente para eventos futuros”, afirmou. A Secretaria de Saúde segue o Plano para Enfrentamento da Dengue e outras Arboviroses para os anos de 2024 a 2027, desenvolvido neste ano em articulação com outros órgãos de governo.
A Secretaria de Saúde segue o Plano para Enfrentamento da Dengue e outras Arboviroses para os anos de 2024 a 2027, desenvolvido neste ano em articulação com outros órgãos de governo
Entre as estratégias, está a criação das tendas de acolhimento a pacientes com sintomas de dengue. As primeiras tendas com funcionamento das 7h às 19h foram instaladas no começo do ano, em nove administrações regionais: Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol, Samambaia, Sobradinho, São Sebastião, Estrutural, Recanto das Emas, Brazlândia e Santa Maria.
Neste mês, houve a inauguração das três unidades que atendem de forma ininterrupta e de mais duas, com atividade das 7h às 19h, em Planaltina e Ceilândia. Em menos de uma semana, as cinco novas tendas realizaram o atendimento de 2.680 pacientes com suspeita de dengue. Os dados são relativos ao período entre a última quinta (11) e o início da tarde de terça-feira (16).
Mais seis espaços estão em fase de instalação no Plano Piloto, em Vicente Pires, em Taguatinga, em Águas Claras, em Samambaia e no Varjão. Assim, a capital contará com 20 estruturas do tipo: três com atendimento 24 horas e outras 17 com funcionamento das 7h às 19h. Os locais funcionam com estrutura semelhante a de hospitais de campanha e estão estrategicamente posicionados perto de hospitais regulares, unidades de pronto atendimento (UPAs) e unidades básicas de saúde (UBSs).
O Distrito Federal foi uma das primeiras unidades da federação a receber as vacinas do Ministério da Saúde, ao lado da Bahia e de Goiás, com o recebimento de 71.702 doses do imunizante
Outro destaque das iniciativas governamentais é a conversão do Hospital Cidade do Sol (HSol), em Ceilândia, para internação de pacientes com dengue. A gestão da unidade foi passada para o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) em fevereiro, a fim de aliviar a pressão sobre outras unidades de saúde e otimizar o fluxo do sistema. Atualmente, o equipamento opera com 60 leitos.
No estacionamento do HSol, foi construído o Hospital de Campanha (HCamp), parceria entre o GDF e a Força Aérea Brasileira (FAB). A estrutura é formada por módulos trazidos do Rio de Janeiro e tem capacidade para atender cerca de 600 pessoas por dia. São recebidos todo e qualquer paciente com sintomas de dengue, sendo que os casos mais leves recebem orientação e soro de reidratação oral para ser ministrado em casa. Os casos considerados avançados passam pela hidratação imediata e quem precisa ficar internado por mais de 24 horas é encaminhado a um dos hospitais da rede pública do DF.
Vacinação e conscientização