É nas cidades que a vida acontece. Não há desafio maior na sociedade do que conjugar o verbo transitar. Preservar vidas e ao mesmo tempo promover segurança viária, gestão, fiscalização e controle de assuntos ligados ao trânsito, colocam à prova quase 1.300 profissionais que prestam esses serviços diretamente aos cidadãos no Distrito Federal.
No entanto, por não haver uma preocupação de quem responde pela tomada de decisão no âmbito do Poder Executivo em conceder reivindicações e direitos, durante 39 dias, o Distrito Federal foi afetado com a greve dos servidores do Departamento de Trânsito (Detran).
A motivação de todos agentes – Técnicos, Assistentes, Agentes e Analistas – era a busca por direitos em detrimento da coletividade, mas em função dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e do argumento de causar “efeito dominó” em outras categorias, o governo distrital não avançou nas reivindicações dessa base.
Foram dias intensos, onde o diálogo com os gestores se fez presente, mas não obtivera êxito em seus propósitos, tais como: reajuste do auxílio alimentação e o abono pecuniário. Na tentativa de conseguir algum avanço e encerrar a greve, alguns itens importantes foram retirados da discussão, como a gratificação de titulação – calculada sobre o vencimento – e a regulamentação da jornada de trabalho dos servidores, conforme a regra geral da Lei Complementar N° 840/2011.
A paralisação se pôs fim com o abono do ponto e a devolução dos salários, mediante a elaboração de um calendário para repor 196 horas que totalizaram a greve. A resposta negativa aos anseios dos servidores é uma oportunidade que motiva a caminhada do SINDETRAN-DF. O trabalho de representatividade é contínuo, não cessa com o fim da greve.
Todavia, para que os esforços atendam às expectativas, a participação de todos os servidores nessa jornada é vital. É tempo de depositar a confiança naqueles que são legitimados a representar os interesses da categoria. O ativista indiano Mahatma Gandhi ensina que a alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvimento e não na vitória propriamente dita.
Fábio Medeiros é presidente do SINDETRAN-DF (Sindicato dos Servidores das Carreiras que compõem os órgãos e Entidades Executivas de Trânsito do Distrito Federal).
Foto: Tony Winston/Ag. Brasília