O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil, perdeu 40,5 milhões de hectares de vegetação nativa nos últimos 40 anos, revela o MapBiomas em estudo divulgado nesta quarta-feira (1º). O dado equivale a 28% de toda a cobertura original, colocando o bioma sob forte ameaça.
Somando as áreas já degradadas antes de 1985, a transformação total chega a 47,9% do Cerrado.
O levantamento aponta que a agropecuária é a principal responsável pela devastação. As pastagens já ocupam 24,1% do território, mas a agricultura foi a que mais cresceu: avanço de 533% em quatro décadas, principalmente com soja, que hoje ocupa 25,6 milhões de hectares.
“A transformação acelerada do Cerrado consolidou a região como centro da produção agrícola nacional, especialmente de grãos”, afirma a pesquisadora do IPAM e integrante do MapBiomas, Bárbara Costa.
Matopiba lidera desmatamento
A região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concentra as maiores perdas. Só nos últimos dez anos, respondeu por 73% da supressão da vegetação nativa em todo o Cerrado, com 4,7 milhões de hectares destruídos.
Risco para água e clima
O estudo também mostra mudanças nos recursos hídricos. Rios e veredas deram espaço a reservatórios e hidrelétricas, fazendo com que 60% da água do Cerrado em 2024 seja de origem artificial.
Preservação desigual
Enquanto Terras Indígenas preservam 97% do Cerrado, áreas urbanas mantêm apenas 7% da vegetação. O contraste expõe a vulnerabilidade do bioma frente ao avanço da ocupação humana.
Desmatamento em queda, mas ainda alto
Dados do Inpe mostram que, entre agosto de 2024 e julho de 2025, o Cerrado registrou queda de 20,8% nos alertas de desmatamento. Mesmo assim, 5.555 km² continuaram sob risco no período.
Com informações da Agência Brasil
Foto: Reprodução/Google Imagens
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