O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira (22) que o país possui mais de 5 mil mísseis antiaéreos russos Igla-S, considerados por ele como “uma das armas mais poderosas que existem”, destinados a garantir a “tranquilidade e soberania” do povo venezuelano.
“Qualquer força militar do mundo sabe o poder dos Igla-S, e a Venezuela tem nada mais nada menos que 5 mil dessas armas em postos-chave da defesa antiaérea, para assegurar a paz, a estabilidade e a tranquilidade do nosso povo”, declarou Maduro durante um evento transmitido pela emissora estatal VTV.
O que são os mísseis Igla-S
O Igla-S é um míssil portátil de fabricação russa, projetado para abater aeronaves a baixa altitude. A arma já foi utilizada em exercícios militares ordenados por Maduro como resposta à presença das forças dos Estados Unidos no mar do Caribe, que tem gerado reações negativas em diversos países da América Latina.
Para Maduro, as operações norte-americanas representam uma ameaça à soberania venezuelana e fazem parte de uma suposta tentativa de “mudança de regime”. Já os EUA afirmam que suas ações têm como objetivo combater o narcotráfico oriundo da região.
Tensão cresce
Washington mobilizou navios e aviões de combate alegando lutar contra o tráfico de drogas no Caribe, onde, desde o início de setembro, realizou ao menos sete ataques que resultaram em 32 mortes. O então presidente americano, Donald Trump, também autorizou operações da Agência Central de Inteligência (CIA) contra alvos na Venezuela.
Os Estados Unidos acusam Maduro de chefiar uma vasta rede de tráfico internacional de drogas. Especialistas, no entanto, classificam as execuções sumárias promovidas em tais operações como ilegais, mesmo quando direcionadas a suspeitos de narcotráfico.
Trump ameaça aumentar ataques
Em declaração nesta quarta-feira, Donald Trump afirmou que, caso decida levar as operações antidrogas para território terrestre, deverá antes notificar o Congresso americano, por se tratar de um tema de “segurança nacional”. “Se não o fizermos, centenas de milhares de pessoas entrarão por terra, porque já não vêm por barco”, disse Trump ao comentar as ações militares próximas à costa venezuelana.
O ex-presidente também declarou que poderá ordenar bombardeios contra alvos terrestres ligados ao narcotráfico. “Daremos a eles um golpe duro quando entrarem por terra”, reforçou.
Trump destacou ainda que, embora possa consultar o Congresso posteriormente, acredita possuir autorização legal para agir sem necessidade de aprovação prévia.
Escalada militar e novas acusações
Nesta quarta-feira, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos confirmou o oitavo ataque a supostas “narcolanchas”, sendo o primeiro no Oceano Pacífico desde o início da operação antidrogas nas proximidades da costa da Venezuela.
A presença de navios e aeronaves militares norte-americanos tem aumentado a tensão entre os governos de Colômbia e Venezuela. Tanto Gustavo Petro quanto Nicolás Maduro foram acusados por Trump de liderarem “redes de narcotráfico”, acusação que ambos negam categoricamente.
Foto: Reprodução/Google Imagens
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