Logo depois, Leão XIV apareceu na sacada com o tradicional traje papal onde discursou. Muito emocionado, o novo papa exaltou o legado de Francisco e ressaltou a necessidade de diálogo dentro da igreja.
“A paz esteja com todos vocês. Irmãos e irmãs, caríssimos, essa é a primeira saudação do cristo ressuscitado bom-pastor que deu a vida pelo rebanho de Deus. Eu também gostaria que essa saudação de paz entrasse no coração de vocês, alcançasse a família de vocês e todas as pessoas onde quer que elas estejam, todos os povos, toda a terra, que a paz esteja com vocês. Essa é a paz de Cristo ressucitado”, iniciou.
Em seguida, Prevost afirmou que essa paz é “desarmada e desarmente, humilde e perseverante”. “Deus, que nos ama a todos incondicionalmente. Guardamos ainda nos nossos ouvidos aquela voz franca, mas sempre corajosa, do Papa Francisco, que abençoava Roma e dava sua bênção para todo o mundo naquela manhã do dia da Páscoa”, declarou.
“O mundo precisa da sua luz. A humanidade precisa dele como uma ponte para ser alcançada por Deus e por seu amor. Ajudem uns aos outros. Nos ajudem a construir pontes com diálogo, com encontro. Todos juntos, num único povo, sempre em paz. Obrigado, Papa Francisco”, continuou.
Quem é Leão XIV
Natural de Chicago, em Illinois Prevost, nasceu em uma família de origem francesa e formou-se em Direito Canônico. O novo papa era muito próximo de Francisco, que o promoveu a cardeal. De perfil moderado, a escolha dele indica que os cardeiais seguiram a tendência apontada pouco antes do conclave de que o indicato daria continuidado ao legado de seu antecessor.
Leão XIV é considerado uma figura ‘ianque latino-americano’ porque, como cardeal, passou boa parte de sua vida em trabalho missionário no Peru, na América do Sul, entre 1985 e 1999. Em 2001, ele voltou a Chicago, onde tornou-se prior da Ordem de Santo Agostinho, cargo que ocupou até 2013. Neste ano, retornou ao Peru, como bispo de Ciclayo.
Em 2023, Francisco o chamou a Roma em 2023. O bispo norte-americano, que fala fluentemente espanhol, português, italiano e francês, demonstrou atenção especial aos marginalizados e migrantes no Peru, muito apreciados por seu antecessor.
Neste ano, ele passou a ser prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina. Como prefeito dos bispos, ele nomeou centenas de prelados, forjando uma geração de religiosos “como Francisco”, abertos e progressistas. Entretanto, ganhou a reputação de ser um cardeal reservado e equilibrado.
Também administrou junto com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o caso do caminho sinodal alemão: um debate dentro das dioceses alemãs que estava se tornando muito inovador e corria o risco de causar um cisma. Na ocasião, trouxe o caminho de volta à ortodoxia, mas sem traumas.
Prevost pode contar com o apoio do poderoso cardeal hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga: antigo “fazedor de papas” de Francisco, ele já tem mais de 80 anos e está fora do conclave, mas continua muito influente.
No entanto, o prelado americano é acusado de ter encoberto abusos sexuais cometidos por padres em Chicago e no Peru. No ano passado, Prevost e seu sucessor na capital de Illinois, Blaise Cupich (também progressista e candidato papal), foram denunciados por não terem tomado medidas entre as décadas de 1980 e 1990 contra dois agostinianos, posteriormente condenados por abuso.
Com informações do Terra
Foto: Reprodução/Google Imagens
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