• 22 de novembro de 2024

CRISE NA UCRÂNIA | Macron vai promover encontro entre Biden e Putin na quinta (24)

O governo da França afirmou que os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Joe Biden, concordaram “em princípio” em participar de uma cúpula proposta pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para discutir a crise na Ucrânia.

A cúpula será seguida de um encontro com “todas as partes envolvidas” na crise na fronteira, em que será abordada “a segurança e a estabilidade estratégica na Europa”, acrescentou o governo francês, que esclareceu que o diálogo “não poderá acontecer se a Rússia invadir a Ucrânia”.

Segundo o anúncio do Palácio do Eliseu, “a substância” da cúpula proposta terá que ser preparada pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, quando se encontrarem na próxima quinta-feira.

Tanto a cúpula proposta, quanto a reunião de Blinken com Lavrov, estão condicionadas à Rússia não invadir a Ucrânia.

O acordo em princípio para a cúpula foi anunciado após o segundo telefonema de Macron com Putin, em meio a seu esforço para evitar que a Rússia invadisse a Ucrânia.

Os detalhes da segunda ligação foram anunciados bem depois das 2h da manhã em Moscou.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou em um comunicado após o anúncio do encontro que os EUA “estão comprometidos em buscar a diplomacia até o momento em que uma invasão começar”, mas observou que “atualmente, a Rússia parece estar continuando os preparativos para um ataque em grande escala à Ucrânia muito em breve”.

“O secretário Blinken e o ministro das Relações Exteriores Lavrov devem se reunir no final desta semana na Europa, desde que a Rússia não prossiga com uma ação militar. O presidente Biden aceitou, em princípio, uma reunião com o presidente Putin após esse compromisso, novamente, se uma invasão não acontecer. Estamos sempre prontos para a diplomacia. Também estamos prontos para impor consequências rápidas e severas caso a Rússia opte pela guerra.”

Nos últimos quatro meses, a Rússia vem mobilizando seu Exército em vários pontos da fronteira com a Ucrânia, que incluíram o posicionamento de soldados —estimados entre 150 mil e 190 mil — no Norte, Leste e Sul da Ucrânia.

A Rússia ordenou a concentração militar enquanto reivindica que a Otan se comprometa a nunca permitir a entrada da Ucrânia na aliança. Desde quarta-feira, Moscou vem anunciando o retorno às suas bases de tropas que já concluíram manobras militares na região, mas Washington e aliados afirmam que na verdade há um aumento no número de soldados russos na área.

Risco de conflito

Para analistas próximos do Kremlin, não há risco de guerra, e toda a mobilização de tropas não tem a função de se preparar para uma guerra, mas forçar uma saída diplomática que agrade a Putin. Eles dizem que as manobras tem o objetivo de enviar a mensagem de que as demandas feitas pela Rússia à Otan por garantias de segurança têm de ser levadas a sério, depois da expansão da aliança em direção às fronteiras russas desde o colapso da União Soviética, em1991.

Desde o fim da Guerra Fria, Moscou perdeu áreas que separavam a Rússia de forças ocidentais, um problema histórico para Moscou. De 1999 para a frente, a aliança absorveu 14 países que foram comunistas, 3 deles ex-integrantes da União Soviética.

“No contexto da situação atual em nossas fronteiras ocidentais, isso certamente será percebido como um sinal de guerra”, disse à agência Reuters Dmitri Stefanovich, pesquisador do IMEMO RAS, um centro de estudos russo. “Mas o sinal para o Ocidente não é tanto ‘não interfira’, mas sim indicar que o problema é muito maior do que a Ucrânia”, disse

Putin falou nesta tarde (manhã no Brasil) por 1h45min com o presidente Emmanuel Macron, naquilo que o governo francês chamou de “a última tentativa possível” de resolver a crise sem tiros. Foi a quinta interação entre eles na crise este ano.

Na conversa, Putin disse que as “provocações” das forças de segurança ucrâniana foram a causa da escalada em Donbass. Mas, a presidência francesa destacou que Macron e Putin se comprometeram a realizar “todas as ações” que sejam úteis para “evitar a escalada (de tensão), reduzir riscos e preservar a paz”.

(Agência Estadão Conteúdo)

Foto: Divulgação/Ag. Reuters

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