O líder do grupo paramilitar Wagner, peça-chave na ofensiva militar russa na Ucrânia, acusou na sexta-feira (23), o exército de Moscou de bombardear suas bases e convocou a população a se revoltar contra o comando militar. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou neste sábado (24) que o grupo será retaliado.
O exército de Vladimir Putin negou as acusações, que chamou de “provocação”, enquanto os serviços de segurança russos abriram uma investigação contra o líder do grupo de mercenários, Yevgeny Prigozhin, por tentativa de motim.
Prigozhin, que já foi considerado um aliado do presidente russo, Vladimir Putin, ganhou influência política e se lançou em um confronto com autoridades políticas e militares que parece ter ido além da retórica.
Tropas russas “realizaram bombardeios, lançamentos de mísseis, contra nossas bases de retaguarda” na frente ucraniana, declarou Prigozhin em mensagem de áudio. “Um grande número de combatentes nossos foi morto”, acrescentou, prometendo responder aos ataques.
“O comitê de comando do Grupo Wagner decidiu que é preciso conter aqueles que têm responsabilidade militar no país”, prosseguiu o chefe dos mercenários, 62 anos.
Vinte e cinco mil combatentes
“Nós somos 25.000 e iremos determinar as causas do caos que reina no país (…). Nossas reservas estratégicas são todo o Exército e todo o país”, proclamou, convocando “todos os que quiserem” a se unirem a seus homens para “acabar com a desordem”.
O Exército russo negou categoricamente as acusações de ataques. “As mensagens e os vídeos divulgados nas redes sociais por Y. Prigozhin sobre supostos ‘bombardeios do Ministério da Defesa russo contra as bases de retaguarda do grupo paramilitar Wagner’ não correspondem à realidade e são uma provocação”, afirmou o ministério em comunicado.
O Kremlin informou que Putin está a par de todos os eventos relacionados a Prigozhin e que “as medidas necessárias estão sendo tomadas”. Pouco depois, os serviços de segurança russos (FSB) anunciaram a abertura de uma investigação contra o líder do Grupo Wagner, por “incitação à rebelião armada”. Prigozhin explicou, posteriormente, que não pretendia protagonizar um golpe de Estado, e sim organizar uma “marcha pela justiça”.
Com informações do portal Exame
Foto: Reprodução/Google Imagens
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