Considerado o terceiro maior produtor de grãos do Brasil, o Estado de Goiás está prestes a ter um novo imposto para produtores rurais que produzem soja e milho. Além desses grãos, a denominada ‘contribuição do agro’ que está sendo criada por meio de um projeto de lei do governo Caiado, vai taxar também carnes, cana-de-açúcar e minérios, entre outros produtos.
Apesar de toda a polêmica, na última quinta-feira (17), a proposta do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, contou com o voto favorável de 22 deputados estaduais. Outros 16 parlamentares se posicionaram contrários a criação da ‘contribuição’ de Caiado.
O projeto ainda precisa ser aprovado em segundo turno pelo plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). A votação está marcada para a próxima terça-feira (22).
Caiado faz questão que o imposto seja criado
O governador Caiado tem se empenhado pessoalmente para que a taxa do agro seja aprovada na Alego e ele possa sancioná-la o quanto antes. A vontade e o desejo de Ronaldo Caiado para aprovar o novo imposto são tantas que ele desmarcou uma viagem que faria para a Inglaterra neste sábado (19) só para acompanhar a votação em segundo turno da matéria.
Sem nenhum pudor, o governador goiano afirmou, na sexta-feira (18), durante entrevista à uma emissora de TV de Goiás, que não se sente um traidor do setor do agronegócio. Ronaldo Caiado, que além de ser médico, é produtor rural, assim como a maioria de seus familiares.
Aumento nos preços dos produtos
Caso o novo imposto seja aprovado pela Alego e sancionado por Caiado, líderes do agronegócio já preveem que os produtos taxados sofrerão reajustes a fim de diminuir as perdas financeiras.
“O nosso setor já vem atuando no limite há um bom tempo e ele (Ronaldo Caiado) sabe disso, pois é oriundo de família de produtores rurais. Aí agora, ele vem com a criação dessa nova taxa. Caiado traiu o agronegócio goiano”, esbravejou o produtor rural que pediu para não ser identificado com medo de sofrer retaliações. “Infelizmente, quem vai pagar a conta será o povo goiano”, lamentou.
Divergência na Alego
Mesmo já tendo sido aprovada em primeiro turno, a proposta de criação da taxa do agro ainda corre risco de não passar pelo segundo turno. Assim que a sessão do plenário terminou na quinta, líderes do agronegócio, produtores rurais e parlamentares governistas e da oposição, começaram a se movimentar nos bastidores.
Do lado do governo, os deputados mais próximos a Ronaldo Caiado tentam convencer colegas que estão sendo pressionados a mudar de lado para manterem seus votos. Já a oposição, que conta com o apoio de lideranças do setor, trabalham para derrubar o projeto de lei do governo caiadista. Uma das principais vozes contra o imposto é o presidente da Alego, deputado Lissauer Vieira, do PSD.
O fim de semana promete ser de muitas negociações e articulações em terras goianas.
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