O anúncio da pré-candidatura de Wilder Morais (PL) ao Governo de Goiás jogou luz sobre um racha que o partido fingia que não existia. A maioria dos aliados do senador — com Gustavo Gayer puxando o microfone — deixou claro que lançar candidato próprio agora é tão estratégico quanto jogar dama achando que é xadrez.
O grupo defende fechar aliança com Ronaldo Caiado (UB) e com o vice Daniel Vilela (MDB), onde, segundo eles, estaria o verdadeiro poder e deixou o senador falando sozinho.
Nos bastidores, a turma do PL confessa que há um incômodo com o “estilo Wilder”: pouca rua, pouca entrevista, pouca articulação — e muita trombada com o governo Caiado, além de confronto com a imprensa. Resultado? A sigla abriu uma porteira para prefeitos e deputados migrarem para a base governista, movimento que, segundo lideranças do próprio partido, já começou discretamente. É a clássica dança das cadeiras goiana: quem não gira, cai.
O próprio Wilder, vejam só, admitiu que não era exatamente o melhor momento para se lançar pré-candidato. Falou da distância até 2026, das articulações nacionais que ele não controla e de um tal “timing” político que ele ainda estaria calibrando.
Mesmo assim, o PL decidiu anunciar o nome — não por convicção, mas por sobrevivência. A pré-candidatura virou uma espécie de moeda de troca: serve para negociar agora e, se não der caldo, desmonta-se depois.
Entre os presentes na reunião, o resumo foi cristalino como água de cisterna: “Definir um nome fortalece o PL nas negociações; se Wilder deslanchar, ótimo. Se virar peso, a gente compõe com Daniel Vilela”. Pragmatismo puro, ou, no dialeto político local, “vamos ver no que dá”.
E há ainda um detalhe que ninguém no PL admite oficialmente, mas todos repetem no cafezinho: com Jair Bolsonaro preso e fora do protagonismo, a sigla em Goiás sabe que não vai disputar o Palácio das Esmeraldas para valer.
O foco real — e único — é o Senado. O resto é mise-en-scène para impressionar as bases e valorizar o passe.
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