A primeira Copa do Mundo, torneio organizado pela Fifa, num país árabe vai ser bastante emblemática do ponto de vista sociocultural e político, pois o Catar é uma nação que mantém tradições islâmicas e manifestações dessa natureza não são bem-vindas. Diante disso, a Fifa por meio de seu presidente, o italiano Gianni Infantino, enviou uma carta às 32 seleções que vão disputar a competição no Catar pedindo que as equipes estejam focadas em jogar futebol.
No documento assinado por Infantino, a entidade reconhece que ‘existem desafios e dificuldades de natureza política em todo o mundo’. No entanto, o dirigente da Fifa alerta para que o futebol não seja contaminado pelas ‘batalhas ideológicas ou políticas’.
“Nós sabemos que o futebol não vive no vácuo e estamos igualmente cientes de que existem muitos desafios e dificuldades de natureza política em todo o mundo. Mas, por favor, não permita que o futebol seja arrastado para todas as batalhas ideológicas ou políticas que existem”, diz o trecho da carta que vazou para a imprensa europeia.
Braçadeira colorida
A carta não faz menção aos pedidos da Inglaterra, País de Gales e outras seis equipes da Europa para que usem a braçadeira de capitão colorida em homenagem ao grupo LGBTQIAP+, que sofre com leis rígidas no país que sediará o Mundial.
Apesar disso, as equipes britânicas estão dispostas a desafiar a Fifa em caso de uma proibição no uso do artefato colorido.
Além desse impasse, o Catar vem sendo criticado por conta de questões ligadas aos direitos humanos e morte de trabalhadores nas obras para a realização da Copa do Mundo.
O Catar faz parte dos países com tradições islâmicas que é reconhecido pelo conservadorismo das roupas. Os homens se vestem com a kandura e ghutra, longas vestes brancas e um tipo de lenço. Enquanto que as mulheres usam a abaya e sheyla, longas vestes pretas e um tipo de lenço que pode ou não tampar o rosto.
Foto: Divulgação/Fifa