• 2 de maio de 2024

ELEIÇÕES 2022 | Reguffe e Moro usam Podemos para se projetar e na reta final descartam a sigla em busca de seus interesses

Perto do fim do prazo das filiações partidárias, a movimentação de dois políticos, o senador Reguffe (DF) e o ex-juiz Sérgio Moro, reforçam a tese defendida por especialistas de que o modus operandi da política nos dias atuais é baseado em atender os interesses pessoais e não o coletivo.

Não é que todo político aja dessa forma, mas a maioria, com certeza, é assim, principalmente, os que gostam de posar de paladino da moral e da justiça. No caso de Reguffe e Moro, eles trocaram o Podemos pelo União Brasil na reta final do término do prazo para estar filiado a uma sigla e poder concorrer nas eleições de outubro.

No meio político, essa troca de legenda de Reguffe e Moro estava prevista, pois ambos davam sinais que mantinham conversas com outros grupos. No entanto, a mudança deixou mágoas e ressentimentos em seus antigos correligionários.

O Podemos foi quem abrigou o senador e o ex-juiz quando eles mais precisaram. Líderes do partido esperavam que ao menos caminhassem juntos até as urnas. Porém, Reguffe e Moro mostraram que não costumam honrar seus compromissos.

Vale ressaltar que tanto o senador Reguffe quanto o ex-juiz Moro ingressaram no Podemos com o discurso que fizeram a melhor escolha de suas vidas por entender que a sigla defendia ideologias e pautas que eles consideram relevantes para a política brasileira.

A atitude dos dois evidenciou que ambos pregam e defendem uma coisa e praticam outra. Ou seja, o blá blá blá de Reguffe e Sérgio Moro serve apenas para obter os holofotes e quando o rumo da conversa cai para o campo das articulações e movimentações, os interesses pessoais falaram mais alto.

Segundo fontes do Podemos, os dois ex-filiados embarcaram no recém-criado União Brasil pelo fato do partido ser o que mais tem recursos do fundo partidário para torrar com seus candidatos que vão pleitear um cargo eletivo neste ano. Como a antiga legenda não dispunha de verba suficiente para atender os anseios de Reguffe e Moro, eles optaram por descartar a sigla.

Apesar de toda essa euforia com a chegada do senador e do ex-juiz no União, o plano não saiu como esperado. Nos bastidores, a fofoca no meio da política é que Reguffe e Moro só terão legenda para concorrer a cargos legislativos. Não tem essa de se aventurar na disputa para o Executivo. Eles possuem apenas duas opções: ou disputam a vaga única ao Senado ou tentam uma cadeira na Câmara dos Deputados por seus respectivos estados.

Ainda segundo fontes, a turma do presidente do União, deputado Luciano Bivar (PE), conta com Reguffe e Moro para aumentar a bancada do partido no Congresso Nacional. A pré-candidatura de Sérgio Moro para presidente da República já caiu por terra. O próprio Bivar declarou à imprensa na segunda (4) que o projeto de Moro está restrito ao estado de São Paulo.

No caso de Reguffe, o partido deixou por sua conta anunciar qual cargo irá concorrer. Como o senador gosta de fazer mistério, ele deve revelar qual será seu destino perto das convenções partidárias que estão previstas para ocorrer entre 21 de julho a 5 de agosto. Até lá, com certeza, o parlamentar vai continuar se esquivando. Já tem gente com medo dele deixar o União Brasil e seus correligionários falando sozinho, como fez com o Podemos.

Foto: Reprodução/Google Imagens

José Fernando Vilela

José Fernando Vilela é jornalista com especialização em marketing político e eleitoral e trabalhou em diversos órgãos públicos (GDF/CLDF/Câmara/Senado), partidos políticos, parlamentares e iniciativa privada. É editor-chefe, analista político e colunista do portal Expressão Brasiliense. É presidente da ABBP - Associação Brasileira de Portais de Notícias - desde 2021.

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