O setor varejista farmacêutico reagiu com indignação ao parecer favorável apresentado pelo deputado federal Luiz Gastão (PSD/CE) ao projeto de lei que institui o piso salarial nacional dos farmacêuticos em R$ 6,5 mil. A decisão gerou forte repercussão entre empresários e entidades representativas, que classificaram a medida como uma “traição” aos compromissos firmados durante as negociações no Congresso Nacional.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Federal (Sincofarma-DF), Erivan de Souza Araújo, manifestou publicamente seu repúdio ao relatório, afirmando que o texto vai na contramão do que havia sido debatido com o setor e pode provocar demissões em massa, fechamento de pequenas farmácias e colapso econômico em diversas regiões do país.
“Levamos dados e argumentos ao Congresso mostrando que um piso nacional desse porte é insustentável. O deputado Gastão sempre se mostrou sensível à realidade das pequenas empresas e defendia a negociação coletiva como forma de definir pisos regionais. Para nossa surpresa, ele apresentou um relatório totalmente diferente daquilo que havia nos prometido. Ele traiu o varejo farma do Brasil, especialmente o do Ceará”, afirmou Erivan Araújo.
Impactos econômicos e risco de desemprego no setor farmacêutico
De acordo com o dirigente, a fixação de um piso nacional de R$ 6,5 mil ignora a realidade das pequenas e médias farmácias, que operam com margens de lucro limitadas e custos fixos crescentes.
“No Distrito Federal, o farmacêutico ganha em média R$ 3,5 mil, e não há piso em vigor desde 2017. Um aumento abrupto para R$ 6,5 mil é simplesmente inviável”, reforçou.
Erivan destacou ainda que 70% dos medicamentos têm preços controlados pelo governo, o que restringe a capacidade de reajuste salarial das empresas.
“As farmácias independentes, que representam mais de 82% do total, têm lucro líquido médio de pouco mais de R$ 4 mil por mês. Com esse piso, muitas não conseguirão sobreviver”, alertou.
Sincofarma defende negociação coletiva por região
O Sincofarma-DF defende que a definição dos pisos salariais dos farmacêuticos deve ocorrer por meio de negociação coletiva entre sindicatos laborais e patronais, respeitando as diferenças econômicas de cada estado e município.
O presidente conclamou todas as entidades representativas do setor farmacêutico a se unirem contra o projeto, em defesa da sustentabilidade das empresas e da manutenção dos empregos.
“Não somos contra a valorização dos farmacêuticos, mas sim contra medidas que ignoram a realidade do mercado e colocam em risco milhares de postos de trabalho”, concluiu Erivan Araújo.
Foto: Divulgação/Redes Sociais
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