• 7 de dezembro de 2025

Corpo de Bombeiros do DF busca famílias para socialização de filhotes do projeto de cães-guia

O projeto de cães-guia do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) avança e tem como meta entregar cerca de 20 cães por ano a partir de 2027, ampliando a autonomia, a segurança e a qualidade de vida de pessoas cegas ou com baixa visão. Para isso, a corporação busca famílias voluntárias dispostas a acolher filhotes durante a fase de socialização, considerada decisiva antes do treinamento técnico.

Em outubro, o CBMDF recebeu três novos filhotes da cadela Mila, que sobreviveu a um parto de alto risco. Os animais passam a viver no canil da corporação, que foi totalmente reformado para atender às exigências do projeto. A estrutura recebeu melhorias que garantem conforto, higiene, estímulos adequados e condições ideais para o desenvolvimento dos futuros cães-guia.

Famílias voluntárias são peça-chave na formação dos cães-guia

Os filhotes permanecem no canil até cerca de 90 dias de vida. Em seguida, passam entre dez meses e um ano com famílias socializadoras, etapa considerada indispensável para o sucesso do treinamento.

Segundo o coordenador do projeto, major João Gilberto Silva Cavalcanti, a convivência doméstica expõe os cães a estímulos essenciais. “A rotina familiar, com diferentes pessoas, ruídos e ambientes, prepara o filhote de forma natural para o trabalho como cão-guia”, explica.

Atualmente, dez cães estão em fase de socialização: sete pastores-alemães, um golden retriever e um labrador. A adoção do pastor-alemão como potencial cão-guia é uma das inovações do projeto em Brasília, prática já adotada com sucesso em outros países.

Critérios para ser família socializadora

A psicóloga voluntária do projeto, Fernanda Debattisti, explica que os principais critérios são:

  • Ambiente seguro e adequado para o desenvolvimento do cão;
  • Disponibilidade de tempo para convivência diária;
  • Inserção do animal na rotina da família.

Os voluntários devem levar os filhotes a diferentes ambientes, como transporte público, locais de trabalho, faculdades e espaços de lazer. Não é exigida experiência prévia com cães, e famílias com outros animais também podem participar, desde que cumpram os requisitos de higiene e segurança.

O CBMDF fornece ração, assistência veterinária e acompanhamento técnico. Despesas extras ficam a critério das famílias.

“O cão-guia é a extensão dos meus olhos”, diz beneficiário do programa

O analista de qualidade Esio Cleber de Oliveira Júnior, de 28 anos, aguardou sete anos na fila do programa até receber Baré, seu cão-guia, em 2021. Para ele, o animal é fundamental para garantir segurança e autonomia.

“Hoje eu ando em um lugar e amanhã pode ter um buraco. O cão-guia me dá segurança”, relata.

Além da mobilidade, Esio destaca a inclusão social proporcionada pelo animal. “A bengala faz as pessoas verem primeiro a deficiência. Com o cão-guia, o contato é mais humano. É a inclusão através do cão-guia”, afirma.

Treinamento dos cães é rigoroso e prioriza excelência

Após o período com as famílias, os cães retornam ao canil para iniciar o treinamento técnico. A primeira fase é de obediência básica, seguida por etapas progressivas em ambientes controlados e, posteriormente, em vias públicas.

O CBMDF também iniciará, em fevereiro do próximo ano, um curso próprio para formação de treinadores. Serão 10 alunos — seis militares e quatro civis — em um programa de dois anos, dividido em cinco módulos, que abordam desde a seleção dos filhotes até o treinamento avançado.

O objetivo é ampliar a equipe e reduzir o tempo de espera dos usuários do programa.

Projeto será ampliado para crianças com TEA em escolas do DF

O projeto também será estendido para atender crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em escolas cívico-militares administradas pelo CBMDF. A partir do próximo ano, os cães atuarão nas salas de recursos, em parceria com a Secretaria de Educação do DF (SEE-DF).

A iniciativa busca promover tranquilidade, melhorar a interação social e reduzir comportamentos de ansiedade em estudantes neurodivergentes. As unidades já estão adaptando os espaços para receber os animais.

Com informações da Agência Brasília

Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília


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